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Richard Ríos
Maju ficou toda boba quando viu o quarto, ela fez questão de observar cada detalhe com atenção.
— Podemos mudar caso você não tenha gostado de alguma coisa. — digo, observando aquela criaturinha de vestido florido andando pelo quarto.
— Não precisa mudar nada, está perfeito assim, posso dormir aqui hoje ?
— Hoje e sempre que quiser e sua mãe deixar. — Eu nem terminei de falar e o sorriso em seu rosto diminuiu. — Que carinha é essa ?
— Eu lembrei de algo, mas deixa pra lá.
— Quer conversar sobre isso ? — digo enquanto sento em sua cama e ela faz o mesmo. — Eu sou um bom ouvinte e não precisamos ter segredos.
— Você me ama ?
— Maria Júlia, olha pra mim. — peço e tento entender o que aqueles olhinhos pequenos estão sentindo. — Eu te amo desde a primeira vez que eu te vi, apesar de ter sido um bocó como você diz. — ela rir e continua me encarando. — sei que demorei pra reencontrar vocês duas, mas nunca duvide um dia se quer na sua vida o quanto eu amo você.
— E você ama a mamãe ?
— A sua mãe é e sempre vai ser o grande amor da minha vida. — ela só precisa acreditar em mim, penso mas não falo, apesar de ser bem esperta Maju não precisa fazer parte desse drama.
— Porque não podemos ficar juntos então? — Questiona com um bico tão fofo quanto ela.
— Não estamos juntos agora ?
— Não desse jeito bocó, esse quarto é incrível, mas eu sei o que isso significa.
— Que o seu pai além de muito bonito também tem, bom gosto ? — brinco tentando desviar do assunto, porque se ela me perguntar o que eu estou imaginando, não sei como responder.
— Eu queria ter um quarto só, porque você não pode ir morar com a gente?
— Não é tão simples assim florzinha.
— Claro que é, você gosta da gente, e a gente gosta de você, mas os adultos adoram complicar as coisas. — ela diz e cruza os braços emburrada.
— Deita aqui comigo, deixa eu te explicar uma coisa. — ela deita ao meu lado na cama e nos cobre com a coberta de princesa que também é cor de rosa. — Sabe porque o papai treina ?
— Pra ser o melhor, igual o tio Diego.
Reviro os olhos e faço uma careta sem que ela veja e continuo com a minha linha de raciocínio.
— Exatamente, igual o tio Diego. Quando a gente treina e ensaia jogadas é porque durante uma partida qualquer passe errado pode nos custar a vitória.
— A mamãe?
— Não filha, a vitória do jogo. — ela rir e eu volto a falar. — Então antes do papai ou o tio Diego realizar um passe, precisamos observar qual dos nossos companheiros está livre pra receber a bola, se não tem nenhum jogador do time adversário pra atrapalhar, porque qualquer jogada errada, pode custar uma vitória importante para o time.
— Entendi, mas onde entra você e a mamãe ficarem juntos nessa história ?
— Porque na nossa vida também é assim florzinha, hoje a maior vitória pra mim e pra sua mãe é você, a sua felicidade, e o seu bem estar.
— E as jogadas ?
— As jogadas são as decisões e escolhas que tomamos, logo se escolhemos algo sem pensar nas consequências ou avaliar tudo com cuidado, isso vai impactar na nossa vitória.
— Que sou eu!
— Exatamente! E tudo que a gente quer é a sua felicidade, seja tendo um quarto ou dois.
— Só me promete uma coisa ? — pergunta enquanto me encara e coloca uma das mãos no meu rosto.
— O que ?
— Que mesmo que vocês não fiquem juntos porque entenderam que era a melhor jogada. — abro um sorriso orgulhoso por ela ter entendido a referência. — Você não vai mais embora, que você vai continuar aqui, eu já me acostumei a ter um papai de verdade e não quero ficar sem de novo.
— Eu prometo que vou estar sempre aqui florzinha.
Ela sorriu, me abraçou e em poucos minutos pegou no sono enquanto eu estava fazendo um carinho no seu cabelo, eu não menti quando prometi que sempre estaria aqui, mas queria mesmo que a Vitória entendesse que nesse jogo a melhor jogada seria nós três juntos.