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Vitória Almeida

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Vitória Almeida

Uma semana desde o parque. Uma semana suspirando toda vez que vejo o Richard brincando com a Maju. Uma semana que estou completamente confusa em relação a tudo que está acontecendo.

Obviamente estou nervosa.

Estou no meu quarto me arrumando e paro de ajeitar o delineado e encaro meu reflexo no espelho e mais uma vez acabo
suspirando lembrando daquela conversa.

Mami gosta de azul. As flores preferidas dela são girassóis, ela gosta de filmes românticos, e tomar banho de chuva como se fosse uma criança..."

Eu queria muito que tudo tivesse acontecido de uma forma diferente, que tivéssemos a chance de ter criado a Maju juntos, mas eu também não quero que ela crie expectativas em algo que não sei se vai acontecer, eu ainda não confio nele, ainda tenho medo dele fugir assim como fez da primeira vez, e mesmo a história das fotos ainda sendo bem estranha, isso não inválida a rejeição dele, afinal de contas a mensagem ainda foi ele quem enviou.

— Mami? — Maju me chama, na porta. Ela vai dormir na casa da minha
vizinha hoje. Essa é a vantagem de ter uma idosa que odeia festas e tem três netos da mesma idade que o seu filho. — Tá tudo bem?

Confirmo, mesmo que seja mentira, e abro os braços para ela, que corre e pula no meu colo e eu a abraço. Cócegas e chuva de beijos depois, ela se esparrama no meu colo, acariciando o meu rosto. E tudo se torna paz.

— Está linda, sabia?

— Estou?

— Demais.

Beijo sua palma. Não tem nada que ela não cure.

— Uma pergunta? — me pede.

E eu confirmo, esperando que prossiga e Maju demora um bocado.

— Azul ainda é sua cor favorita, né?

Sorrio. Maria Júlia é terrível. E bancando o cupido é ainda pior.

Deixo Maju na casa da Dona Rose e peço o uber em direção à festa, hoje é aniversário da Karen Fontes e ela resolveu fazer uma pequena comemoração em sua casa mesmo, apenas para alguns amigos e colegas de profissão.

Eu amo ser mãe. De coração. É desgastante, mas Maria Júlia é o meu mundo. Porém amo quando consigo um tempo para não ser mãe. Preciso me controlar em não gargalhar ou vou engasgar e morrer enquanto Monteiro vira tequila pela minha garganta. Dez segundos.

Quase sinto que vou me afogar e não conseguir quando Karen diz que é
tipo uma garganta profunda. Quando o tempo acaba e eu engulo o líquido
quente, finalmente podendo rir.

— Acho que nem o seu ex não sabia que você é tão experiente em engolir por tanto tempo — Karen sussurra no meu ouvido e eu devolvo dando um tapa nela que sai rindo.

A essa altura do campeonato algumas pessoas já sabem sobre o Richard já que ele anunciou para o CT inteiro e Karen estava lá no dia, e me ligou revoltando por não ter contado isso para ela.

Alguma música está tocando nos alto-falantes e eu estou bêbada o suficiente pra dançar enquanto Monteiro derrama o líquido agora na garganta da Karen. Minha mente evapora no instante seguinte, quando Victor me entrega a garrafa de tequila.

Fecho os olhos, e ouço Karen assobiar e gritar para mim conforme danço e minha bunda se move para cima, para baixo... Mas então eu me viro, mexendo os quadris de um lado pro outro, eu paro devagar. Ou o mundo para.

Merda!!!!!!

Azul é mesmo minha cor favorita.
Principalmente quando é a cor que Richard Ríos está vestindo. Eu deveria ter desconfiado que aquela safada da Karen ia ter a cara de pau iria convidá-lo para a festa.

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