Richard Ríos
Eu ainda estava sem acreditar que ela se declarou, que ela está aqui agora em meus braços, que mesmo quando eu fui um covarde ela conseguiu ser forte por nós. Meu celular toca me tirando dos pensamentos e o nome do Veiga brilha na tela.
— Tenho novidades. — Ele diz animado assim que eu atendo.
— Por favor diz que tem algum jeito de me livrar dessa merda.
— Tem, mas não vai ser tão simples.
— Fala logo Raphael e deixa de suspense.
— O contrato pode ser quebrado se a parte interessada, no caso ele, abrir mão da multa.
— Impossível, ele não vai abrir mão.
— Vai, se você agir da mesma forma que eles.
— Como assim ?
— A Natália assumiu a verdade pra você, mas é a sua palavra contra a dela, você precisa encontrar com o Marcos e fazer ele confessar.
— E de todo jeito não vai ser a palavra deles contra a minha ?
— Não, porque dessa vez, você vai gravar a confissão dele.
— E depois ?
— Depois a Dra Giovanna vai cuidar do resto e você finalmente vai estar livre deles.
— Eu não vejo a hora disso acontecer.
— Onde você está? Passei na sua casa e você não estava.
— No apartamento da Vitória. — ele fica em silêncio. — Você contou né seu fofoqueiro ?
— Eu precisava fazer isso, você não teria coragem de contar a verdade, então apenas me agradeça seu ingrato.
— Eu não sei como posso te agradecer por isso, se um dia precisar de um rim, eu juro pela minha vida que vou fazer de tudo pra encontrar um doador.
— O certo não seria você me doar o seu ?
— Claro que não, eu tenho uma filha pra criar, ela não pode ter um pai com um rim só.
— Você é um otario. — Rimos, e parece que um peso enorme foi tirado de cima de mim. — Ríos tem mais uma coisa.
— O que ?
— Você precisa agir rápido, e de preferência deveria manter Vitória e a Maju longe da mídia pelos próximos dias, pelo menos até o contrato ser devidamente cancelado.
— Ela vai pro Rio amanhã e só volta na segunda-feira.
— Ótimo, quanto mais rápido você conseguir falar com ele, mais rápido à Dra Giovanna vai conseguir resolver.
— Mais uma vez, muito obrigado mesmo cara.
— Me agradeça me doando seu rim, no futuro quando eu precisar.
— Idiota.
— Preciso ir agora, me avisa amanhã quando for encontrar com ele.
— Pode deixar.
Desligo o telefone e volto minha atenção para Vitória que ainda dorme em meus braços, ela realmente deve estar cansada ou conseguiu fingir muito bem para ouvir minha conversa, mas essa opção logo é descartada quando mesmo levantando da cama ela permanece dormindo, me distraio enquanto admiro ela dormir que acabo tropeçando em alguma coisa no chão e causando um barulho mais alto que o normal e ela acorda.
— Onde você vai ? — pergunta ainda sonolenta.
— Pra casa amor, já passou das 23h e vocês precisam levantar cedo amanhã.
— Não importa, eu me declarei pra você, o mínimo que você tem que fazer é dormir comigo.
— Você sempre foi mandona assim ?
— Sim, e foi por isso que você se apaixonou por mim, agora cala a boca e vem deitar comigo seu idiota.
— Se eu voltar pra essa cama a última coisa que eu vou fazer é dormir Vitória, não me provoca.
— Eu juro que se você não vim deitar nos próximos 30 segundos eu vou entrar em uma greve tão grande que até o seu rendimento em campo vai cair.
— Que mulher maldosa eu fui me apaixonar, já estou indo, não precisa insistir tanto, sei que sou irresistível amor.
— Você é um idiota isso.
— Talvez, mas continuo sendo irresistível, isso você não pode negar.
— Seu ego é enorme não é mesmo ?
— Não é só ele que é grande, mas isso você já sabe.
— Já me arrependi de pedir pra você ficar, vaza daqui.
— Nunca, você só vai se livrar de mim agora quando eu morrer, e talvez nem assim porque se eu morrer primeiro eu volto pra te assombrar e garantir que nenhum outro homem chegue perto de você.
— Que horror, isso era pra ser romântico?
— Também, mas é pra deixar claro que eu te amo.
— Eu também te amo idiota.
— Irresistível.
Ela me beslica e sorrir, não demora muito pra voltar a pegar no sono, enquanto eu não consigo fechar o olho, a ansiedade de acabar com toda essa história logo não me deixar descansar.
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