Capítulo 32: Encarar de Frente

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Os três vampiros se acomodaram em uma sala escura, buscando abrigo da luz do sol que se infiltrava pelas frestas. O ambiente era silencioso, enquanto o cansaço os envolvia em um sono profundo e reparador.

Finalmente, a noite chegou, e a escuridão tomou conta do ambiente, trazendo consigo a liberdade que os vampiros tanto desejavam. Rafael acordou com um sobressalto, a adrenalina já correndo em seu corpo. Ele se levantou rapidamente, determinado a encontrar um veículo para que pudessem ir a Cuiabá.

— Vamos! — exclamou, sua voz cheia de urgência. — Precisamos nos apressar!

Sofia, ainda se levantando, levantou a cabeça e o observou com uma expressão de confusão.

— Rafael! Por que está tão apressado? — ela questionou, sua voz ainda sonolenta.

Ele não hesitou em responder, sua voz carregada de desespero.

— Melissa vai chegar até uma humana, uma humana que eu preciso proteger da Camarilla!

Sofia fez uma expressão de incredulidade, como se não pudesse entender a gravidade da situação.

— Você está assim por causa de uma humana? — ela perguntou, sua voz misturando ceticismo e preocupação.

Rafael sentiu sua raiva crescer. Ele não estava disposto a discutir a importância de Jennifer.

— Sim, Sofia! Estou assim por causa de uma humana! Eu preciso chegar a Cuiabá! — ele respondeu, sua voz firme e decidida.

Rafael saiu apressado do local onde havia sido mantido cativo. A noite estava escura, e o ar gelado parecia apertar seu peito. Ao se aproximar da entrada, seus olhos se fixaram nas SUVs estacionadas à frente. Eram veículos robustos, perfeitos para a fuga rápida e para cruzar as estradas perigosas até Cuiabá.

Ele deu uma última olhada para o ambiente, certificando-se de que não havia mais ninguém por perto, e então retornou para a sala onde os corpos dos carniçais ainda jaziam no chão. A cena era grotesca. Ele começou a se agachar, revistando os bolsos e roupas dos capangas mortos. Suas mãos, ainda com adrenalina, tateavam com pressa. Ele precisava encontrar as chaves de um carro.

Sofia o observava em silêncio, sua expressão oscilando entre incredulidade e impaciência. Ela cruzou os braços, encostada em uma parede destruída, ainda sem entender completamente por que Rafael estava tão determinado a arriscar tudo por uma humana. Para Sofia, essa urgência parecia um erro, uma perda de tempo em meio a algo muito maior e mais perigoso. Sua frustração estava estampada em seu rosto, mas ela se conteve. Afinal, por mais que discordasse, sabia que Rafael estava irredutível.

Ele encontrou um molho de chaves em um dos bolsos de um dos carniçais e o segurou, sentindo o metal contra seus dedos. Rafael se levantou, e sem mais delongas, começou a caminhar de volta para os veículos estacionados. Sofia revirou os olhos, descrente com a situação, mas o seguiu de perto, sem dizer mais nada. Ela sabia que discutir com Rafael naquele momento era inútil. O laço que ele tinha com essa humana, quem quer que fosse, o estava guiando, e nada poderia desviá-lo desse caminho.

Lázaro, que havia permanecido em silêncio até então, se aproximou, passando por Sofia. Ele decidiu intervir com um tom mais frio e pragmático.

— Eu dirijo — disse Lázaro, sua voz calma e autoritária. — Sou muito melhor que todos vocês no carro. Com a minha condução, poderemos chegar a Cuiabá em menos de três horas.

Rafael estava aliviado. A confiança de Lázaro o tranquilizava um pouco.

— Ótimo — respondeu ele, com um aceno de cabeça. — Então vamos!

Assim que chegaram a um carro, Lázaro assumiu o volante e Rafael se acomodou no banco de acompanhante, a mente ainda fervilhando com pensamentos sobre Jennifer.

Lázaro ligou o motor, e o som potente ecoou pela noite. Ele lançou uma rápida olhada para Rafael e Sofia que entrou nos bancos de trás, ambos com expressões sérias.

Sofia assentiu, ainda parecendo um pouco cética, mas disposta a apoiar Rafael em sua busca.

Lázaro acelerou, o carro disparando pela estrada até chegar na rodovia. As luzes próximas da cidade passavam rapidamente por eles. A velocidade os envolveu, e a adrenalina correu em suas veias. Rafael olhou pela janela, a paisagem se transformando em um borrão. Cada quilômetro que passavam parecia ser um passo mais próximo de salvar Jennifer.

Lázaro acelerou ainda mais, dirigindo de forma sobre-humana, determinado a atingir seu destino. Enquanto atravessavam a rodovia escura, cada um deles estava ciente de que estavam prestes a enfrentar desafios difíceis.

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