Jogo das Manipulações

Capítulo 35: Ilusão

Rafael se esquivava habilidosamente dos golpes devastadores dos punhos de Bull King, que atingiam o chão pantanoso como se fossem marretas, criando crateras ao seu redor. O chão, coberto de lama e detritos, tornava cada movimento um desafio. Cada soco que Bull King desferia fazia a terra tremer, e o som ressoava como trovão no ar.

Assim que Bull King erguia um punho para atacar, Rafael se esquivava para o lado, sentindo o vento provocado pelo soco passar próximo a seu rosto. Ele percebeu que Bull King estava começando a se frustrar, seus ataques se tornando cada vez mais ferozes e descontrolados. Rafael sabia que essa era sua oportunidade. Em vez de recuar, ele decidiu se adiantar, impulsionando seu corpo com determinação e mirando um ataque decisivo.

Ele se lançou para frente, concentrando toda a sua energia em um único movimento. Ao se aproximar do gigante, com um movimento ágil, ele levantou um joelho, mirando com precisão o ponto vulnerável sob o pescoço de Bull King.

O impacto foi mais forte do que Rafael esperava. A joelhada atingiu com uma força considerável, e Rafael sentiu a resistência do corpo massivo de Bull King ao colidir com sua perna. O gigante, pego de surpresa pela rapidez do ataque, não conseguiu se proteger a tempo. O golpe foi tão potente que fez Bull King morder sua própria língua, um gesto que revelava a dor e a surpresa que o ataque causara.

Bull King, mesmo após o impacto da joelhada de Rafael, conseguiu se estabilizar. Ele havia mordido a própria língua, e o gosto de sangue fresco preenchia sua boca, uma mistura amarga que só aumentava sua fúria. Ele sacudiu a cabeça, tentando dissipar a dor e a confusão que sentia. Era como se a dor apenas alimentasse sua raiva. Com um rugido profundo, Bull King se preparou para retaliar.

Com uma velocidade surpreendente para seu tamanho, ele começou a rotacionar seu corpo, fazendo um movimento que lembrava um brinquedo de parque de diversões. Seus longos braços, como toras de madeira, giravam em um arco amplo, buscando atingir Rafael. O movimento era inesperado e brutamente poderoso, como um furacão se aproximando. Rafael, ainda se recuperando do impacto do golpe anterior, não teve tempo suficiente para reagir.

Os braços de Bull King atingiram a lateral do corpo de Rafael com uma força devastadora. O impacto foi como um soco de um gigante, e Rafael foi arremessado para longe. Ele sentiu a força do golpe percorrer seu corpo.

Rafael saiu rolando pelo chão, a lama e os detritos se misturando à poeira que pairava no ar. O solo úmido não ajudava em sua tentativa de se recuperar; pelo contrário, cada movimento parecia fazer com que ele se tornasse ainda mais vulnerável. Ele não conseguia controlar a direção em que estava indo, e a gravidade parecia querer puxá-lo para baixo a cada segundo que passava.

Finalmente, ele colidiu com a base de uma árvore, o impacto do corpo contra o tronco sólido o fez sentir uma onda de dor percorrer suas costas. A árvore, firme e inabalável, não se moveu, enquanto Rafael teve que lidar com a dor que irrompia de sua coluna. Ele fechou os olhos por um momento, tentando reunir seus pensamentos e seu corpo para se levantar e continuar lutando.

Bull King se aproximava lentamente de Rafael, que estava sentado involuntariamente na base da árvore, exausto e com a cabeça pendendo para baixo. Ele mal conseguia erguer a cabeça, mas sabia que a luta não havia terminado. O som dos passos pesados de Bull King se aproximando ecoava em sua mente, cada passo ressoando como um aviso do que estava por vir.

O gigante, uma imponente figura que parecia quase sobrenatural àquela altura, inclinou-se sobre Rafael, sua sombra cobrindo o garoto. Bull King olhou para ele com uma expressão que misturava respeito e desprezo. — Você é forte, garoto — começou ele, sua voz profunda e ressoante. — Mas eu sou mais. Teríamos sido uma dupla muito boa, mas isso acaba aqui.