Capítulo 38: Últimos Capítulos

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Rafael estava ciente de que Thales não o deixaria partir facilmente. O Malkaviano, obcecado, acreditava estar preso em uma guerra fria entre a EUA Camarilla e a URSS Anarquista. Essa visão distorcida da realidade tornava-o ainda mais imprevisível e perigoso. Rafael sabia que precisava agir rápido, deter Thales de alguma forma ou, ao menos, ganhar tempo para que Jennifer pudesse escapar.

Ele olhou para Jennifer, que parecia assustada, mas determinada.

— Vou descer. Preciso tentar deter o outro vampiro. Você precisa correr para longe, entendido? — Rafael disse.

Ela assentiu, a compreensão passando entre eles como uma corrente elétrica.

Com um sobressalto, Rafael se lançou pela escada, caindo três metros até o salão de concreto abaixo. O impacto reverberou pelo seu corpo, mas não havia tempo para sentir a dor. A sala estava vazia, exceto por uma mesa e algumas cadeiras dispostas de forma desordenada. Quatro colunas sustentavam o teto alto. E, em um canto, estava Thales, segurando uma espingarda calibre 12, preparado para acabar com Rafael.

Antes que pudesse pensar em uma estratégia, Rafael percebeu que Thales já havia o avistado e estava prestes a puxar o gatilho. O tempo parecia desacelerar enquanto o Malkaviano levantava a arma. Rafael se lançou para o lado, procurando abrigo atrás de uma das colunas, mas o tiro foi rápido. O estrondo da espingarda ecoou pela sala, e Rafael sentiu a dor aguda quando o projétil atingiu sua mão esquerda. Ele olhou para o ferimento, onde antes havia uma mão, agora restava apenas um cotoco que esguichava sangue, formando uma poça vermelha no chão de concreto.

Sem tempo para se deixar abater pelo choque, Rafael correu para a mesa, usando a única mão que lhe restava. Ele precisava usar tudo que estava ao seu alcance. Com esforço, ele tentou empurrar a mesa na direção de Thales, na esperança de que isso o distraísse ou, pelo menos, o impedisse de atirar novamente. A mesa girou no ar, tombando sobre o Malkaviano com um estrondo ensurdecedor.

— Jennifer, corre! Agora! — Rafael gritou, sua voz ecoando na sala enquanto tentava controlar a dor e o pânico. Ele sabia que não poderia vacilar. Se Thales conseguisse se recuperar rapidamente, poderia acabar com ambos.

Jennifer não hesitou. Com o coração acelerado, ela disparou pela escada. Thales estava se reerguendo do impacto da mesa que Rafael havia lançado, os olhos brilhando com uma fúria intensa. Ele ajustou a postura enquanto se preparava para contra-atacar. Com um movimento ágil, ele retirou um cartucho de sua cintura, colocando-o na espingarda calibre 12, e rapidamente mirou na direção de Jennifer, que ainda estava correndo em direção à saída do salão.

O tempo parecia se estender enquanto Thales apontava a arma. Rafael sentiu o sangue ferver em suas veias, e em um instante de adrenalina pura, ele decidiu que não permitiria que isso acontecesse. Com um movimento rápido e decidido, ele avançou e desferiu um soco potente no rosto de Thales.

O impacto foi estrondoso, fazendo com que a cabeça do Malkaviano se virasse para o lado. A espingarda disparou, mas o tiro errou por apenas um metro de Jennifer, que soltou um grito de susto, sentindo a vibração do projétil passando tão perto. Ela não hesitou, continuando sua corrida em direção à porta, sua determinação renovada pelo instinto de sobrevivência.

Rafael assistiu enquanto ela saía, um misto de alívio e preocupação passando por ele. Ele sabia que pelo menos tinha conseguido desviar a atenção de Thales o suficiente para que Jennifer tivesse uma chance de escapar. Contudo, o olhar de Thales agora estava fixado nele, e a expressão de raiva no rosto do Malkaviano era aterradora. Rafael sentiu uma onda de adrenalina percorrer seu corpo, sua mente se agitando com a necessidade de agir rapidamente.

Os dois vampiros se levantaram, cada um avaliando o outro. Thales estava com o rosto manchado de sangue onde Rafael havia acertado o soco.

O erro de Rafael foi, sem dúvida, permitir que Thales tivesse a oportunidade de falar. Ele conhecia a fama dos Malkavianos e seu dom peculiar, uma habilidade que transcende a simples persuasão. Os Malkavianos possuíam o poder de dominar a mente dos outros, podendo controlar humanos e até mesmo vampiros com suas palavras enigmáticas e hipnóticas. Rafael, naquele momento, estava tão envolvido em suas emoções e na adrenalina da luta que não percebeu o quanto estava vulnerável a essa manipulação.

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