Capítulo 30: Dia do Pagamento

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Rafael desceu as escadas da mansão com passos pesados, o som de seus pés batendo no piso ressoando pelo ambiente. Cada batida parecia ecoar a raiva e a indignação que o consumiam. A grande casa estava decorada de maneira opulenta, mas aquela beleza não conseguia abafar o horror que ele havia descoberto momentos antes. Quando chegou ao andar inferior, esbarrou em Katarina. Ela o olhou de maneira estranha, mas não disse nada, como se percebesse a tensão que pairava no ar e escolhesse se calar.

Ele se dirigiu à sala onde ocorria a reunião entre vampiros e políticos. Mas, naquele momento, ele estava completamente focado em um único alvo: Hoffmann.

Ao entrar na sala, seus olhos se encontraram com os de Melissa, que imediatamente parou de falar e desviou sua atenção para Rafael. A mudança em seu comportamento era notável. Todos os presentes na reunião sentiam a tensão que emanava dele, como um vendaval prestes a se desatar. Rafael não desviou o olhar; sua atenção estava fixada em Hoffmann, que estava no centro da sala, cercado por convidados que riam e conversavam, como se nada estivesse acontecendo.

Hoffmann parecia completamente à vontade, jogando risadas e piadas, vestindo a máscara de um anfitrião cordial e normal. Mas para Rafael, tudo aquilo era uma farsa repugnante. Como era possível que um verme como ele agisse assim, como se não tivesse feito coisas horrendas, como se não tivesse destruído vidas e mergulhado pessoas na dor? A capacidade de Hoffmann de manter essa fachada era estarrecedora.

A atmosfera se transformou quando Hoffmann finalmente notou a aproximação de Rafael. Seu sorriso se desfez gradualmente, substituído por uma expressão que misturava surpresa e nervosismo. A sala parecia congelar por um breve momento, todos os olhares se voltando para o vampiro que se movia com uma determinação implacável. Ele era como um trem sem freio.

A sensação de poder e controle que Hoffmann emanava anteriormente agora vacilava, e a mudança em sua expressão era inegável. Rafael podia quase sentir o medo emanando do homem à sua frente, e isso apenas alimentou sua determinação.

Rafael agarrou Hoffmann pelo rosto, suas mãos firmes como garras, cobrindo a boca do homem para evitar qualquer grito ou súplica que pudesse escapar. Seus olhos ardiam em um vermelho vivo, um sinal claro do frenesi que o consumia. Ele estava além do controle, uma tempestade de emoções que não poderia ser contida. A raiva pulsava em suas veias, uma força avassaladora que o guiava.

— Você guardou isso para ver depois, não é, Hoffmann?!! — Rafael gritou, sua voz cortante como uma lâmina. A indignação transbordava de cada palavra, sua fúria evidente. — É um miserável!

Hoffmann, que já estava pálido de medo, agora se encontrava em estado de choque ao ver a foto de Jennifer que Rafael levantou em sua frente. O rosto da jovem estava estampado na imagem, e os olhos de Hoffmann se arregalaram em espanto.

— Então eu vou te fazer ver bem!! — Rafael rosnou, a pressão de sua mão se intensificando à medida que ele apertava o rosto de Hoffmann com uma força sobre-humana.

Hoffmann, agora totalmente à mercê de Rafael, começou a se debater, sua expressão se contorcendo de dor. Rafael não se importava com suas tentativas de escapar ou com as expressões de horror que se formavam em seu rosto.

A pressão nas veias de Hoffmann começou a aumentar, e Rafael pôde ver as artérias se destacando sob a pele do homem. O som de seu crânio começando a ceder sob a força da mão de Rafael era como música para seus ouvidos, um prelúdio para a cena que estava prestes a se desenrolar. A luta de Hoffmann ficou cada vez mais desesperada, os olhos perdendo a lucidez à medida que a dor se intensificava.

A sala estava em silêncio, todos os olhares fixos na cena aterradora que se desenrolava diante deles.

A pressão sobre o crânio de Hoffmann atingiu seu ápice. Ele sentiu uma dor insuportável, uma sensação de estilhaçamento que quase o fez perder a consciência. Rafael estava determinado a não permitir que ele se escapasse daquela realidade, e sua determinação apenas crescia.

Com um último esforço, Hoffmann tentou gritar, mas o som se transformou em um gemido abafado. Rafael não hesitou; ele havia cruzado a linha e não havia como voltar atrás. Em um movimento rápido e brutal, ele quebrou o crânio de Hoffmann, o som de ossos se estilhaçando ecoando na sala como um grito de vitória.

Os olhos de Hoffmann saltaram para fora de suas órbitas, uma expressão de choque e dor escrita em seu rosto. A reação dos presentes variava entre choque, espanto e pânico.

A cabeça de Hoffmann rolou para o lado, caindo sobre o piso lustroso. Rafael se afastou, observando a cena com um misto de satisfação e desgosto. Ele havia feito o que precisava ser feito.

Ele olhou para a sala, os convidados atordoados com o que acabaram de testemunhar. As mãos de Rafael estavam ensanguentadas, o vermelho vívido do sangue ainda fresco manchava sua camiseta e respingava em seu rosto.

Os guardas dos políticos estavam apontando suas armas em sua direção, suas mãos tremiam levemente, um sinal claro do nervosismo que se instalava entre eles. Rafael podia ver a luta interna em seus olhos, a hesitação de atirar em um homem que acabara de mostrar a verdadeira face da violência. Eles estavam divididos entre a lealdade a seus superiores e a realidade cruel de que haviam sido testemunhas de um ato que desafiava todas as normas sociais.

E ali estava Melissa. Ela estava sentada no sofá, uma imagem de decepção. Seus olhos, que normalmente brilhavam com uma mistura de determinação e força, estavam agora opacos, como se estivesse tentando negar a cena diante dela. Ele sentia o olhar dela em seu corpo, mas não se atreveu a encontrá-la, temendo o que veria refletido em seus olhos.

Os guardas, assustados começaram a disparar suas armas em direção a Rafael. O som ensurdecedor dos tiros ecoou pela sala, criando uma sinfonia caótica de pânico e violência. Rafael, percebendo o perigo iminente, imediatamente lançou-se para o lado, suas pernas se movendo rapidamente enquanto ele buscava um abrigo temporário. O instinto de sobrevivência pulsava dentro dele, e cada célula de seu corpo clamava por proteção, especialmente para evitar que um tiro certeiro acertasse sua cabeça.

Enquanto ele se esquivava dos disparos, Katarina decidiu entrar na ação. Com um movimento ágil das mãos, ela levantou facas da cozinha, fazendo-as levitar no ar. As lâminas cortantes zuniu ao se mover, cortando o espaço enquanto ela as lançava em direção a Rafael. Ele percebeu as facas se aproximando e rapidamente desviou, rolando pelo chão em uma manobra ágil. O golpe passou ao seu lado, e ele se levantou.

Antes que ele pudesse se mover em direção a saída, uma dor aguda atravessou seu peito. Era uma sensação indescritível, algo que lhe cortava o meio. Rafael olhou para trás, e a cena que encontrou o deixou paralisado. Melissa, estava de pé atrás dele, com um olhar triste e uma expressão de desapontamento. Em suas mãos, uma estaca estava cravada em suas costas, e Rafael podia sentir o calor do sangue escorrendo, uma sensação fria e intensa que rapidamente o envolvia.

— Melissa... — ele sussurrou, sua voz cheia de incredulidade e dor.

Ela não respondeu imediatamente, apenas manteve o olhar decepcionado fixo em Rafael. Havia uma mistura de emoções em seu rosto, uma luta interna que era evidente mesmo em meio à brutalidade do combate ao seu redor. Era como se ela estivesse presa em um dilema, entre o que era certo e o que sentia que precisava fazer.

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