Capítulo 36: Resgate

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Sofia arrastava Rafael pelos corredores mal iluminados, com os olhos atentos a qualquer movimento. Os sons abafados dos grunhidos e dos impactos da batalha entre Lázaro e Bull King ecoavam pela estrutura antiga e deteriorada. Rafael, ainda zonzo pelos golpes que sofrera, começava a recobrar a consciência lentamente. Sentia-se fraco, mas a fome crescente dentro dele trazia uma nova onda de energia. Seu corpo, embora ferido, clamava por sangue, e ele sabia que precisava se recompor rápido se quisesse salvar Jennifer.

Rafael olhou para Sofia, a expressão ainda levemente desorientada. Suas mãos, trêmulas, se apoiavam contra a parede enquanto ele tentava encontrar o equilíbrio. Sofia continuava puxando-o, seu rosto sério, sem desviar o olhar da frente. Mas Rafael sabia que precisava agir logo.

— Sofia, pode me soltar — disse Rafael, a voz rouca, mas determinada.

Sofia hesitou por um momento, sentindo que Rafael ainda estava fraco. Ela conhecia bem aquele estado pós-combate, e sabia que o corpo dele não estava em condições ideais. Ela abriu a boca para protestar, mas antes que pudesse dizer algo, Rafael, com um movimento rápido, soltou-se do braço dela e apoiou-se contra a parede. O impacto fez um ruído oco ecoar pelos corredores.

— Rafael, não... — começou Sofia, mas foi interrompida.

— Eu vou procurar a cela da Jennifer — disse Rafael, com um tom firme. — Preciso que você proteja a minha retaguarda.

— Então faz isso rápido — respondeu Sofia, com um olhar duro, mas preocupado. — Não podemos perder tempo aqui. Lázaro está ganhando tempo com o Nosferatu, mas ele não pode segurá-lo para sempre.

Rafael acenou com a cabeça, sentindo a urgência nas palavras dela. Ele reuniu toda a força que lhe restava, e começou a se mover pelos corredores escuros. Seus passos ecoavam no chão de pedra, e ele olhava para cada porta, tentando lembrar-se do caminho que o levaria até onde ele acreditava que Jennifer estava presa.

Enquanto avançava, sua mente vagava de volta para quando Thales o capturou e o prendeu naquele inferno. As memórias da tortura, da fome, do desespero, assaltavam sua mente, mas ele as afastava, focando-se no objetivo. Ele não podia falhar. Não agora. Jennifer estava em algum lugar ali, e ele a tiraria de lá custasse o que custasse.

Rafael corria pelos corredores estreitos e escuros, chutando portas com força enquanto procurava freneticamente por Jennifer. Cada batida de seus pés no chão ecoava pelos corredores vazios, mas ele continuava, ignorando o cansaço e o desconforto crescente. O lugar era um labirinto de celas sujas e deterioradas, todas semelhantes àquela em que ele próprio havia ficado preso por tanto tempo. Ele conhecia o layout, lembrava-se dos detalhes, mas o desespero e a pressa o impediam de pensar com clareza.

As portas que ele abria revelavam quartos vazios, cobertos de poeira e escuridão, mas isso não o desanimava. Ele sabia que Jennifer estava por ali em algum lugar, e cada segundo que passava era precioso. A ausência de qualquer sinal de vida, seja de Melissa, Thales, ou Katarina, fazia o silêncio parecer ainda mais opressor. Mesmo assim, Rafael seguia em frente, guiado por sua determinação e a esperança de encontrá-la.

Chegando a mais uma porta, Rafael deu um chute violento, jogando-a para trás com força. O som do impacto reverberou pelo corredor, mas dessa vez algo diferente aconteceu. Ele ouviu um grito. Um grito feminino. Ele entrou rapidamente na sala, preparado para qualquer situação. Lá, agachada sobre uma cama velha e suja, estava uma jovem de cabelos loiros, encolhida de medo.

Era Jennifer.

Ela estava vestida com uma espécie de roupa de dormir, seus olhos arregalados de pavor. Quando viu Rafael entrar, não o reconheceu imediatamente, e seu corpo tremia de medo.

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