Capítulo 34: O Touro e a Bruxa

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A noite estava envolta em uma densa escuridão, típica da Lua Nova. Era como se o próprio céu estivesse se escondendo, mergulhando a paisagem em uma penumbra quase opressiva. O silêncio reinava soberano, interrompido apenas pelo canto distante dos grilos e o croar dos sapos que habitavam a vegetação ao redor. A construção, uma estrutura colossal de concreto, parecia uma fortaleza esquecida, erguida com um propósito sombrio.

Os três vampiros saíram do veículo, um a um. Rafael foi o primeiro a sair, seu olhar penetrante examinando cada canto, cada sombra. Ele estava acostumado com a escuridão, mas havia algo diferente naquela noite. Lázaro, seguiu logo atrás, sua expressão cautelosa também e espingarda de caça em mãos. Por último, Sófia, com sua graça quase etérea, fechou a porta do SUV, o som metálico ecoando como um aviso no silêncio da noite.

Os três se posicionam, formando uma linha defensiva a dez metros da entrada da construção. Cada um deles estava sintonizado com os sons da noite, enquanto suas mentes estavam alerta para qualquer movimento ao redor. A vegetação densa, as sombras dançantes, tudo parecia conter segredos que podiam ser tanto aliados quanto inimigos. Rafael observou a entrada, que se destacava na escuridão, como um portal para o desconhecido.

De repente, um som reverberou pelo espaço, interrompendo o silêncio mortal. Lentamente, do portal escuro que levava a partes mais profundas da construção, uma figura imponente começou a emergir. Com cerca de dois metros de altura, sua musculatura forte e definida se destacava nas sombras, como se a própria escuridão quisesse moldá-lo em um monstro. Os olhos do intruso brilhavam como chamas, lançando um olhar ameaçador que parecia penetrar na alma dos vampiros. Sua boca, repleta de presas brilhantes e desalinhadas, lembrava a de um predador em busca de sua presa, prontos para atacar. Bull King era um Nosferatu estranho, ele não se ofuscava, na verdade ele sempre se mostrava, talvez resquícios do fisiculturismo.

Bull King parou a 10 metros de distância, um sorriso malicioso se espalhando pelo rosto, revelando suas presas afiadas. Era um sorriso que refletia tanto prazer quanto desprezo, uma expressão que indicava que ele estava em casa na escuridão e que se alimentava do medo que emanava dos outros. Ele olhou para Rafael, sua atenção fixada nele.

— Moleque — Bull King começou, sua voz profunda e ressoante, ecoando pelas paredes da construção. — Eu estava começando a gostar de você. Mas lembre-se, amigos amigos, negócios à parte.

Rafael sentiu a adrenalina disparar em seu corpo, um alerta instintivo pulsando em sua mente. Sem pensar duas vezes, ele gritou:

— Sofia! Lázaro! Saiam da frente!

Sua voz ecoou pela construção, um som de desespero que ressoava em meio ao silêncio opressivo. Bull King estava se preparando para atacar, e o instinto de sobrevivência de Rafael não permitiu que hesitasse. Ele mal teve tempo de pensar nas consequências de suas palavras, apenas na necessidade de proteger seus companheiros.

Bull King, como um aríete colossal, cruzou os braços e lançou-se em direção aos vampiros com uma investida brutal. O chão parecia tremer sob seu peso, e Rafael percebeu que a força do ataque era inegável. Em um movimento ágil, ele e Sofia conseguiram se esquivar para os lados, aproveitando sua celeridade Brujah. Os dois vampiros se lançaram para fora do caminho, sentindo o ar vibrar ao redor de si.

Mas Lázaro não teve a mesma sorte. Ele não era tão rápido, e o ataque de Bull King o pegou desprevenido. Com um golpe devastador, Bull King acertou Lázaro, fazendo-o ser arremessado como um boneco de pano. O impacto foi brutal; a espingarda que Lázaro segurava voou para o alto, enquanto o vampiro era lançado a vários metros de distância. Rafael assistiu em horror enquanto Lázaro girava no ar, sua figura se distanciando rapidamente.

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