Jogo das Manipulações

Capítulo 16: Laço

Depois de solicitar a Thales algumas explicações sobre o que estava acontecendo e quais eram os interesses deles, o vampiro pede a Rafaela que aguardasse. Thales afirma que tudo seria esclarecido na presença dos Primogênitos da Camarilla. Resumindo, estava sendo preparando para uma reunião com os chefões da organização, que detinham o verdadeiro poder entre os vampiros.

Thales trouxe consigo uma muda de roupa. No entanto, não eram as vestes anteriores de Rafael. Em vez disso, eram roupas extremamente básicas, muito mais simples e neutras, mas que pareciam adequadas a ele.

Assim que as novas vestes foram colocadas em Rafael, Thales novamente ajustou um capuz preto sobre a cabeça dele. Após esses preparativos, Rafael foi conduzido através de um corredor sombrio e em direção à saída.

Eles chegaram a um carro. Rafael foi colocado no banco de trás, ainda sob o manto do capuz. O motorista, um homem de expressão severa, não fez perguntas e imediatamente deu partida, seguindo uma rota que parecia bem conhecida para ele. Após um tempo que pareceu uma eternidade, o carro finalmente parou.

Rafael foi levado a um local desconhecido, que parecia estar em movimento e com uma certa agitação ao seu redor. A escuridão que o envolvia o deixava ansioso. A única coisa que conseguia ouvir eram murmúrios, sussurros que se espalhavam como uma brisa suave, mas carregada de tensão. Ele se esforçou para captar algumas palavras, mas elas se misturavam com o som ambiente, tornando tudo mais confuso. No entanto, ele conseguiu distinguir algumas expressões que o deixaram inquieto: "prisioneiro", "território" e "Jamón".

Após alguns momentos em que foi deixado sozinho, paralisado no ambiente. Rafael ficou em silêncio, esperando que algo acontecesse. Os sussurros continuaram, mas agora estavam mais distantes, quase como se as vozes falassem sobre ele, mas não se dirigissem a ele diretamente. Finalmente, depois de aproximadamente dois minutos de tensão, uma voz mais autoritária surgiu do meio daquelas sombras: "Pode retirar o capuz do Anarquista." As palavras soaram com uma firmeza que fez o coração de Rafael disparar.

Logo, ele sentiu mãos frias e firmes em sua cabeça, puxando o capuz que o cobria. A luz que inundou seus olhos fez com que ele demorasse a se adaptar, e ele precisou piscar várias vezes para se acostumar com a luminosidade intensa. Assim que sua visão começou a clarear, ele percebeu que estava no centro de uma sala imponente, que lembrava o parlamento inglês em suas proporções e estilo. A arquitetura ao seu redor era grandiosa, com paredes decoradas, detalhes em madeira escura e lustres pendurados que lançavam uma luz suave sobre o ambiente.

Rafael olhou ao redor, sentindo um frio na espinha. Vários vampiros estavam reunidos ao seu redor, observando-o com interesse. Seus olhares eram avaliativos, como se estivessem analisando cada detalhe de sua expressão e de seu corpo. Cada vampiro parecia ter uma presença poderosa, e ele sabia que estava diante de seres que eram muito mais do que simples criaturas da noite.

Enquanto Rafael tentava processar a situação tensa em que se encontrava, ele notou uma presença familiar ao seu lado: Thales. O homem tinha um ar de louco, mas sua postura transparecia calma, mesmo em meio ao clima de opressão que dominava o ambiente.

Ao seu redor, o Conselho se reunia, e Rafael reconheceu uma figura central entre eles: Alessandro Agostini, um Ventrue loiro que havia despertado a desconfiança de Ernesto.

Alessandro estava vestido de maneira distinta, quase como um magistrado, o que indicava sua posição de destaque e influência dentro daquela assembleia vampírica. Sua roupa era refinada, com cortes precisos que transmitiam um ar de autoridade. O olhar penetrante de Alessandro parecia examinar cada movimento.

Os vampiros anciões ao redor começaram a falar, suas vozes ecoando na sala, misturando-se com o murmúrio constante que preenchia o ar. Um dos anciãos, cuja presença era imponente, dirigiu-se a Thales com uma pergunta.