Em uma cidade envolta em mistérios, onde sombras escondem mais do que revelam, Maya Harper, uma alma atormentada, busca refúgio nas próprias tormentas. Uma noite, uma oferta inesperada surge no horizonte sombrio de sua existência: uma vaga no progra...
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Maya Harper
Eu ainda me lembro da sensação de estar presa naquela ilha, de cada dor que ecoava em meu corpo. Mas hoje... hoje é diferente. Hoje eu estou indo ao médico para, finalmente, saber se posso voltar a ser eu mesma. Sentada no banco do passageiro, observo as ruas de Los Angeles passando rapidamente pela janela. Meu coração está acelerado, pulsando com uma mistura de ansiedade e esperança. Quero sentir de novo aquela adrenalina de estar em campo, mas desta vez sem dor, sem medo.
Maxwell está dirigindo ao meu lado, seu olhar tranquilo focado na estrada, mas sinto o calor de sua mão em minha perna, me ancorando. Ele sempre faz isso, me lembra que estou aqui, no presente, com ele. É reconfortante, e ao mesmo tempo, me faz lembrar do quanto ele esteve ao meu lado nesses dias tão difíceis. Sem ele... sem ele eu não teria conseguido.
– Finalmente, Max... – digo, tentando conter a empolgação na minha voz – Hoje é o dia. Eu sinto que vou voltar –
Eu olho para ele, e vejo nos seus olhos aquela mistura de amor e preocupação. Ele não quer que eu me machuque de novo, e eu entendo. Mas ele sabe tanto quanto eu que eu não sou feita para ficar parada. Eu preciso voltar, preciso sentir que estou avançando, que estou lutando de novo.
– Tenho certeza que o médico vai dizer que você está pronta, Maya – ele diz, sua voz suave como sempre, mas com uma firmeza que me conforta. O polegar dele desliza pela minha pele, e essa simplicidade me faz sentir segura – Você é a pessoa mais forte que conheço –
Eu sorrio de volta. Não porque me sinto forte, mas porque ele acredita nisso. E às vezes, quando ele acredita em mim, é o suficiente para eu acreditar também.
Ao chegarmos no hospital, cada passo que dou me aproxima de uma resposta que espero há tanto tempo. Maxwell está comigo o tempo todo, ao meu lado, como uma rocha. Entramos no consultório, e o médico me faz sentar. Minhas mãos estão um pouco trêmulas, mas tento não demonstrar. Ele examina os relatórios e raio-x com aquela expressão seria que só médico tem, e por um momento, eu sinto o coração parar. Cada segundo parece um século.
– Maya, seus ossos estão cicatrizando bem – ele finalmente diz, com um sorriso leve que me pega de surpresa – Ainda vai levar um tempo para se recuperar completamente das fraturas, mas já pode voltar ao trabalho. Vou passar algumas restrições nas primeiras semanas, exercícios para reforçar sua musculatura e cuidados com as cicatrizes. Mas, no geral, você está indo muito bem –
As palavras dele me atingem como um choque de alívio. Eu não percebia o quanto estava prendendo a respiração até aquele momento. Solto o ar, devagar, e sinto uma onda de emoções me inundar. Eu posso voltar. Eu estou voltando. Olho para Maxwell, e o sorriso que ele me dá é cheio de orgulho. Ele sabe o quanto isso significa para mim, e nesse momento, eu me sinto invencível.
