Em uma cidade envolta em mistérios, onde sombras escondem mais do que revelam, Maya Harper, uma alma atormentada, busca refúgio nas próprias tormentas. Uma noite, uma oferta inesperada surge no horizonte sombrio de sua existência: uma vaga no progra...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Maya Harper
Cada segundo que passava parecia se alongar em uma eternidade sufocante. A noite cobria a ilha com seu manto escuro, e o som do vento entre as árvores parecia um aviso constante de que o perigo estava à espreita. O coração acelerado em meu peito era o único companheiro confiável enquanto eu caminhava em passos firmes, mas cautelosos, pelas trilhas que me levariam para fora daquele pesadelo. As meninas estavam logo atrás de mim, algumas soluçando baixinho, outras em completo silêncio, mas todas com o mesmo medo que apertava cada fibra do meu ser.
Não havia como voltar atrás agora. Eu tinha que tirá-las daqui. Tinha que fazer isso por elas, mas também por mim. Depois de tantos anos fugindo dos meus fantasmas do passado, eu estava prestes a enfrentar o mais sombrio de todos: Damon,
Ele estava mais perto do que eu queria admitir. Cada sombra que se mexia me lembrava dele. Do jeito que seus olhos pareciam penetrar minha alma, como se ele soubesse que eu estava mentindo desde o começo. Eu tentei enganar a todos, mas a verdade estava sempre à espreita, esperando para me trair. E agora, ao tentar escapar com as meninas, eu sentia que a verdade estava vindo à tona.
O som de passos ecoou à distância, e eu parei, instintivamente segurando o braço da menina mais próxima. Minha mente gritava para continuar, mas meus pés estavam enraizados no chão, o medo congelando meu corpo. Então, eu ouvi a voz dele:
– Maya, acha que pode me enganar? –
O sangue fugiu do meu rosto, o ar ficou pesado em meus pulmões. Damon estava perto, mais perto do que jamais estivera. Ele sabia. Ele sempre soube. E agora, eu estava presa em sua tela, sem escapatória.
As meninas se encolheram atrás de mim, seus olhos arregalados de puro terror. Não havia como fugir, não naquele momento. Eu precisava ganhar tempo, precisava encontrar uma forma de sair daquela situação.
– Damon, você não entende – comecei, tentando manter a voz firme, mas sentindo as palavras vacilarem – Isso não tem que acabar assim –
– Oh, tem sim – ele respondeu, sua voz fria e implacável – Porque você fez isso acabar assim. Você se acha esperta, Maya? Achou mesmo que eu não descobriria? Seu pai foi bem claro quando contou sobre a sua pequena visita à noite da corrida. Eu já sabia que você estava mentindo, mas quando ele me deu essa informação... foi a confirmação que eu precisava –
Cada palavra dele era como uma lâmina cortante, e eu sentia a parede de meu plano desmoronar, tijolo por tijolo. Damon se aproximou, seus passos lentos e calculados, como o predador se aproxima de sua presa.
