Hermione
Hermione segura todas as poções que encontrou na dobra de seus braços. Lamentavelmente, o suprimento de dittany está quase esgotado, com apenas uma quantidade escassa na base de um pequeno frasco de vidro. A maior parte do estoque disponível anteriormente foi transferida para a enfermaria da escola assim que eles reconheceram a inevitabilidade de um confronto.
Como o ferimento de Malfoy é bastante grande, ela se preocupa com a possibilidade de não haver o suficiente.
Pelo menos há uma quantidade aceitável de prata e uma poção de reposição de sangue - a primeira para tratar o veneno do lobisomem e a segunda para restaurar a perigosa quantidade de sangue que ele parece ter perdido. Mesmo sem lançar um feitiço de diagnóstico, ela pode dizer pela aparência do garoto que há uma necessidade urgente de tratamento. Hermione não faz ideia de como ele ainda não caiu, já que a cor pálida de seu rosto foi drenada de forma tão severa que até mesmo a Murta Que Geme e o Nick Sem Cabeça o confundiriam facilmente com um dos seus.
Ela verifica novamente as pequenas etiquetas brancas em cada poção enquanto Malfoy a olha com estranheza. Isso atrapalha sua concentração.
Parece haver uma intensidade nele que Hermione nunca viu antes. No passado, o comportamento de Malfoy consistia apenas em autoimportância, vaidade e arrogância. Agora, embora nenhuma dessas coisas pareça ter desaparecido completamente, há algo mais. Algo... diferente.
A guerra muda as pessoas, ela lembra a si mesma. Quem sabe o que meu valentão de infância passou do outro lado dessa guerra, tão próximo do mal depravado de Lord Voldemort?
"Malfoy", diz ela ao se abaixar ao lado dele, segurando o frasco de prata com a mão direita. "Isso vai queimar como o inferno. Precisa que eu o deixe inconsciente?"
A expressão de espanto do garoto da Sonserina seria engraçada em qualquer outra situação, quando não houvesse pessoas lutando por suas vidas ao redor deles. Ou quando não houvesse um ferimento mortal, que mudaria sua vida, em sua perna.
Mesmo assim, Hermione tem que lutar contra a vontade de rir, para que ele não pense que ela está zombando do sofrimento dele.
"Brilhante", ele diz em voz baixa.
"Sugiro de verdade que você me deixe fazer isso. Além disso, eu já disse que não vou te matar."
Malfoy respira fundo, expirando lentamente antes de dar sua resposta. "Faça isso, Granger."
Hermione acena com a cabeça, pegando imediatamente sua varinha, quando sente uma mão agarrando seu pulso. "O que foi?"
"Minha mãe. Se eu morrer, você poderia contar a ela?" A voz de Draco Malfoy soa desprovida de qualquer entonação orgulhosa, totalmente despojada de qualquer coisa que não seja o amor de um filho por sua mãe.
E, diante da vulnerabilidade dele, e apesar de seus únicos sentimentos em relação ao mago serem uma forte aversão - e um senso de obrigação de salvar a vida daquele que salvou a dela -, ela encontra sua mão segurando o ombro dele. "Você não vai morrer, Malfoy. Mas sim, eu contaria a ela."
Se eu conseguir me manter viva.
Malfoy a observa, com os olhos da cor das nuvens em uma tempestade, como se estivesse avaliando a veracidade de suas palavras. O que quer que ele encontre deve ser suficiente, pois ele acena com a cabeça levemente, fechando os olhos. "Apague as luzes, então, princesa."
Talvez se eles esperassem mais alguns instantes, não seria necessário nenhum feitiço para deixá-lo inconsciente. Mas, infelizmente, não há tempo a perder no meio da guerra.
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Luna Vinculum | Tradução
WerewolfDurante a batalha de Hogwarts, na noite de lua cheia, Draco Malfoy é mordido por um lobisomem. Sem ter como escapar da maldição, tudo o que ele pode fazer é escondê-la. Hermione Granger é a única pessoa - além de seu agressor - que sabe a verdade. E...