Capítulo 39

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Fenrir Greyback

Fenrir Greyback entra na caverna escura dos Videntes de Blimshur, cuja localização é um dos segredos mais obscuros do mundo mágico. O ar é denso com o cheiro de ervas queimadas e o almíscar terroso do solo úmido. Os videntes, vestidos com túnicas escuras e usando máscaras negras que escondem seus rostos, estão em um círculo, com sua presença silenciosa exalando uma aura de mau presságio.

Quando ele sai da boca da caverna, um deles se afasta lentamente do círculo, avançando em sua direção.

"Onde está o pagamento?" Ela sibila, sua voz é áspera e desagradável aos ouvidos.

Fenrir enfia a mão no bolso de trás e tira uma pequena bolsa de veludo, segurando-a na frente dele pelos cordões.

A vidente que falou arranca a bolsa da mão dele e a abre bruscamente, imediatamente olhando para dentro. Satisfeita com sua aparência, ela a deixa aberta na palma da mão e coloca dois dedos dentro dela. Ao retirá-los, um pó cinza cobre as pontas.

Somente depois de levar os dedos aos orifícios da máscara que se encaixam em suas narinas e cheirá-los, ela acena com a cabeça e entrega a bolsa fechada a outra pessoa.

Ela o encara novamente. "Você é o Lupinotuum?" As palavras são ditas em um inglês quebrado e com um sotaque pouco familiar.

"Sim."

Ela o estuda, com seus olhos violetas assustadores percorrendo o corpo dele de cima a baixo. "Precisamos de muito sangue. Vai doer." Ela sorri através da abertura da máscara, como se estivesse satisfeita.

Greyback oferece seu corpo a eles, com um sorriso nos lábios. A dor não é novidade para ele.

Ele já passou por isso inúmeras vezes, tanto como homem quanto como a criatura monstruosa que ele se torna sob a lua cheia.

Os videntes iniciam seu ritual, com suas vozes entoando cânticos em uma linguagem antiga e gutural. Eles se movem com graça sincronizada, suas mãos tecem padrões intrincados no ar. De repente, eles convergem para ele, com as mãos pressionando sua pele, os dedos frios e inflexíveis.

A dor começa como um latejar surdo, mas rapidamente se transforma em uma agonia abrasadora. As mãos dos videntes o cortam por todos os lados, o toque delas é como facas irregulares cortando sua carne. O sangue escorre livremente das feridas, acumulando-se no chão de terra. Greyback se debate, seu corpo se contorce em tormento. Seus rugidos de dor ecoam pela câmara, uma sinfonia de sofrimento.

O tempo perde o sentido em meio à sua agonia. Cada segundo se estende em uma eternidade, a dor é implacável e consome tudo. Os cânticos dos videntes ficam mais altos, suas vozes se fundem em uma única e esmagadora força. A visão de Greyback fica embaçada, com a sala girando ao seu redor. Ele sente a vida se esvaindo de seu corpo e sua força diminuindo.

No momento em que ele acha que não pode mais suportar, as vozes dos videntes param abruptamente. O silêncio cai sobre a câmara, quebrado apenas pela respiração irregular de Greyback. Os videntes se afastam, com suas máscaras escondendo suas expressões. Um deles, talvez o líder, dá um passo à frente e fala com uma voz ao mesmo tempo antiga e autoritária.

"O nome que você procura", diz o Vidente, "é Hermione Granger".

A mente de Greyback, confusa por causa da dor, se esforça para compreender o nome. Ele nunca se lembrou muito de suas vítimas quando foi transformado, deixando que o instinto do monstro o dominasse. Mas esse nome... o surpreende. Hermione Granger.

A vadia do sangue de lama.

Que maravilha.

"Ela é o lobisomem?" É uma pena que ele não se lembre de tê-la transformado. Ele adoraria ter guardado uma lembrança da dor dela.

Luna Vinculum | TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora