Capítulo 31

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Harry

As últimas horas da vida de Harry foram mais avassaladoras do que a maioria das pessoas jamais experimentou. Para ele, é simplesmente uma continuação da existência de alto risco que sempre conheceu.

No entanto, ele é forçado a deixar de lado o turbilhão de emoções e pensamentos que se agitam em sua mente, pois a crise à sua frente exige sua atenção imediata. "Sim, professor. Ele foi mordido por Fenrir Greyback durante a última batalha." Ele não vê sentido em mentir.

O professor Aarav Burns ergue uma sobrancelha, com seu olhar aguçado penetrando no grupo. "Estou vendo."

O Professor - ou Auror, nesse caso - dá alguns passos deliberados para mais perto, o peso de sua presença pressionando a sala.

Pansy Parkinson se move para ficar ao lado de Harry. "Você recebeu minha mensagem?", ela pergunta ao professor, com a voz incerta.

O mago mais velho acena lentamente com a cabeça, com os olhos fixos nela. "De fato, eu recebi. Embora pareça que vocês conseguiram lidar com as coisas sozinhos. E de forma impressionante, devo dizer. Eu gostaria de poder levar o crédito por sua incrível capacidade de se defender contra a magia negra, mas tenho certeza de que foi ensinada por um mestre muito mais cruel. Experiência."

Há uma nota de pesar em sua voz enquanto o ar crepita de tensão. Os resquícios da batalha se agarram à pele de Harry, e o cheiro metálico de sangue e suor permanece como um fantasma.

Harry escolhe suas próximas palavras com cuidado, totalmente ciente do peso de sua decisão. "Obrigado, professor. Foi um trabalho de equipe."

Aarav Burns para bem na frente deles, com o olhar voltado para onde Dolohov está encolhido no chão. Ele olha de volta para seus alunos. "Vocês perderam uma."

Harry foi pego de surpresa. Não era isso que ele esperava que ele dissesse.

"Isso não foi um erro", declara Malfoy, sua voz cortando o ar.

"Não?" A pergunta do professor Burns não é uma admoestação, mas... uma curiosidade provocante.

O Sonserinos avança pela esquerda de Harry, com Hermione ao seu lado. Ele se posiciona um pouco à frente do Comensal da Morte, protegendo-o do olhar do professor. "Não." Ele se posiciona como um leão protegendo sua presa. Sua presa.

"E os outros estão mortos?"

"Sim, professor. Nós nos defendemos", afirma Hermione com firmeza, seu tom preciso e adequado, o mesmo que ela usa para responder às perguntas em sala de aula. O mesmo que ela usou para proferir a maldição da morte hoje.

Ele rejeita seus sentimentos sobre o assunto, sabendo que agora não é o momento.

"Muito bem. Vamos a isso, então", disse o professor Burns, olhando para os corpos espalhados ao redor deles.

"Vamos?" Theo pergunta, com incerteza em sua voz.

O professor Burns levanta uma sobrancelha. "Bem, devemos deixá-los apodrecer ao nosso redor enquanto dormimos aqui durante a noite?"

"Você vai ficar conosco?" A voz de Pansy ainda é calma.

O mago mais velho examina todos eles, com olhos escuros. "Sei que estão acostumados a cuidar de si mesmos. Mas meu dever é protegê-los, não importa quão bem vocês possam fazer isso sozinhos." Ele olha diretamente para Malfoy. "Isso inclui protegê-lo de uma maldição que lhe foi infligida. E não é uma maldição fácil."

Harry respira fundo. Sua admiração por Aarav Burns sempre se originou da destreza do Auror que se tornou professor em desmantelar os remanescentes do exército de Voldemort. Burns é rápido e inteligente no rastreamento daqueles que ainda são leais ao seu mestre caído, capturando-os e prendendo-os. Mas agora, Harry vê algo mais nele - algo que ele deseja desesperadamente. Burns exala segurança, firmeza e orientação. Qualidades que a guerra havia roubado de Harry, juntamente com as figuras que antes as personificavam: seus pais, Sirius, Dumbledore, Lupin, Snape.

Luna Vinculum | TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora