Capítulo 12

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Hermione

Hogsmeade parecia um lugar mágico na primeira vez em que eles tiveram permissão para se aventurar além das dependências da escola, em seu terceiro ano em Hogwarts. O único vilarejo de bruxos na Grã-Bretanha, exalava uma atmosfera calorosa e acolhedora, com a fumaça saindo das chaminés de seus muitos pubs e lojas. Os prédios tortuosos, as ruas de paralelepípedos e os telhados inclinados faziam com que parecesse estar congelada em algum lugar do passado, oferecendo um charme pitoresco e medieval.

Hermione sempre esperava ansiosamente por suas visitas ao local enquanto frequentava a escola.

Agora que ela e seus outros colegas de classe não são mais menores de idade, não precisam de permissão para sair de Hogwarts nos fins de semana. Mas o pequeno vilarejo não tem mais o mesmo apelo para ela que tinha antes da guerra. Ela se lembra muito daquela época, quando o vilarejo servia de refúgio para aqueles que tentavam escapar dos soldados selvagens de Voldemort.

Na realidade, tudo se sente contaminado pela guerra. Até ela.

"Vai a algum lugar, Mione?" pergunta Harry, que está sentado em um dos sofás de pelúcia da sala comum da Grifinória. Ele tem o jornal de hoje em suas mãos, como faz todas as manhãs.

"Tenho algo para fazer em Hogsmeade", responde ela, aproximando-se. "Algum avistamento?"

Harry balança a cabeça, com o rosto pintado de frustração. "Nenhum."

Suas sobrancelhas estão ligeiramente franzidas sob sua famosa cicatriz.

"Isso te preocupa."

Seu amigo faz uma careta, deixando o jornal cair ao seu lado. "Odeio estar aqui, em vez de estar lá fora procurando por eles."

Hermione se senta ao lado dele, sabendo que ainda tem algum tempo antes que o primeiro sino ecoe pelo castelo. Seu sono foi, na melhor das hipóteses, irregular, com pesadelos familiares se repetindo várias vezes até que ela desistiu completamente de descansar. Ainda estava escuro lá fora.

"Você fez a escolha certa ao vir para cá", ela o lembra. "Você pode passar o resto de sua vida caçando o mal - depois de terminar seus estudos e se tornar um auror. Ele sempre estará lá fora no mundo, esperando por você. Mas dê a si mesmo um pouco mais de tempo".

"Sinto que estou perdendo tempo."

"Não, Harry. Você está vivendo. Parece diferente porque você está muito acostumado a apenas sobreviver." Seu amigo olha para ela com olhos suaves e um pequeno sorriso nos cantos dos lábios.

Em seguida, o olhar dele desce para um lugar que ela sempre mantém escondido, mesmo no verão, quando está quente demais para ficar confortável. O sorriso de Harry diminui. "Odeio que ela ainda esteja por aí depois do que fez com você, Mione. Ao Sirius."

Seu olhar está sempre cheio de raiva quando fala de Bellatrix Lestrange.

Sangue-ruim

Hermione engole seu próprio trauma, a bolha de ansiedade que fica constantemente no fundo de seu estômago aumenta quando ela é mencionada.

"Você não pode viver sua vida assim, Harry. Viva um pouco para você. Merlin sabe que você merece."

A primeira luz do amanhecer está entrando no quarto, um suave brilho matinal iluminando o espaço e lançando um tom suave nas paredes. Não falta muito para que ela tenha que estar perto da fonte escondida para encontrar Malfoy. "Tenho que ir. Vejo você quando eu voltar."

"Quer companhia?"

"Não, obrigado. Só vou pegar alguns livros; seria muito chato para você."

Ele acena com a cabeça, claramente não muito animado com a atividade que ela descreve. Hermione é conhecida por levar horas para escolher alguns livros.

Luna Vinculum | TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora