Luna Vinculum | Tradução

Capítulo 7

Draco

Ele usa um segundo para lançar um rápido feitiço de privacidade, sabendo que a conversa que eles estão prestes a ter não pode escapar para além deles.

Granger fica momentaneamente sem palavras, com sua revelação silenciosa pairando no ar. Se sua situação não fosse tão terrível, ele poderia apreciar a expressão de espanto no rosto dela.

Estar tão perto dela é uma tortura.

Ele passou os últimos dias antes de retornar a Hogwarts se preparando para a sensação de estar no mesmo lugar que ela, dada a sua situação difícil. Desde que o maldito Fenrir o mordeu, não houve um único dia em que ela não tivesse oferecido algum alívio de sua presença constante em seus pensamentos. Mas nada poderia tê-lo preparado para a reação de seu corpo ao vê-la. Estar perto dela. O objeto de todos os seus sonhos, de todos os seus pesadelos.

E ela nem mesmo sabe disso.

Ele pode ver isso no rosto dela. Ela não tem ideia do que fez com ele. O que significa que ela não tem a menor ideia de como desfazer isso.

E a pior parte é que, por mais que deteste essa obsessão inabalável, ele está a um fio fino de autocontrole remanescente de puxá-la para seus braços, enterrar o nariz em seus cachos e inalar o doce aroma de pêssego que ele sabe que pertence a ela.

"Malfoy..." Ela o chama suavemente. "Você não está fazendo nenhum sentido."

Não é uma suavidade que deriva da ternura ou algo parecido. É mais como o tom que se usa para se aproximar de um animal perdido.

Ele a imagina confrontando sua forma monstruosa de lobisomem e sussurrando gentilmente: "Venha cá, cachorrinho".

Oh, quão rápido ele a comeria.

A postura de Granger é cautelosa, com as mãos para o lado, uma delas ainda segurando a varinha. Ela está olhando para ele como se ele estivesse enlouquecido. Ele está tão longe disso que ela não faz ideia.

Uma onda de riso mordaz borbulha em seu peito. "Nada disso faz sentido, Granger. Mas é real. E está acontecendo comigo."

Sua cabeça se inclina um pouco para o lado enquanto ela o estuda, com os olhos examinando-o de cima a baixo.

Mas ela não verá a tempestade que está acontecendo em seu interior. Sua necessidade selvagem por ela. Ele tem muita prática em manter a compostura enquanto se desmancha.

O Lorde das Trevas invadiu a mansão de sua família e a destruiu por dentro. Ele fez coisas indescritíveis na frente dele. A ele. A ela. Sua própria mãe, cujos gritos ficarão para sempre gravados em sua mente.

Ele aprendeu a esconder suas emoções, ensinado pelo mais severo dos professores - a vida.

"O que exatamente está acontecendo com você?"

Os pulmões de Draco se enchem de ar, todo ele contaminado pelo cheiro dela, provocando-o com sua proximidade. Um pequeno tremor desce por sua espinha, o esforço de se manter no lugar está cobrando seu preço. Seus pés estão afastados, fazendo com que sua perna machucada doa muito. Mas ele não tem escolha, é isso ou ele estará se lançando em direção a ela.

Ele fica parado - mal - e olha diretamente para os olhos cor de mel dela. Antes, ele nunca havia percebido que eles eram muito mais do que apenas castanhos; ele costumava pensar que tudo nela era da cor da lama, até mesmo o sangue dela.

Ele sentiu falta dos tons dourados escondidos em suas íris e dos cachos mais claros que emolduravam seu rosto pequeno. Ele nem mesmo notou as sardas, tantas delas, que adornavam suas bochechas e nariz.