Luna Vinculum | Tradução

Capítulo 1

Hermione

O mundo está se movendo em um ritmo perigoso.

Há lampejos de cor brilhando no céu ao redor dela, cada um deles relacionado a um feitiço específico. É profundamente assustador notar como a cor mais proeminente é o verde: a cor da maldição da morte.

Hermione mal tem tempo para respirar enquanto lança todos os feitiços defensivos que conhece; no seu caso, ela conhece muitos. Mas o inimigo é mais forte, não apenas em número, mas também em magia. Eles lançam feitiços imperdoáveis com a mesma facilidade com que se lança um simples feitiço de picada, como se a vida não tivesse valor para eles. Para lançar um feitiço como esse, é preciso ser sincero. Você precisa realmente querer matar alguém. E essa realidade tem um peso muito diferente para eles do que para o exército de Voldemort.

É difícil lutar contra seres sem moral, o que torna as apostas muito mais altas. Esta não é uma competição para ver qual magia é maior. Isso é uma guerra. E pessoas morrerão.

Pessoas já morreram.

Não há chance de parar e sentir a dor de ver seus colegas de classe caindo, porque mesmo aquele pequeno segundo de alívio pode significar mais uma morte trágica. Mais um rosto familiar que ela costumava ver passando por ela nos grandes corredores da escola, sorrindo para ela com toda a inocência de uma juventude imaculada. Todos eles foram roubados, cada um deles que estava aqui entre os escombros. Nunca mais poderiam olhar para Hogwarts sem sentir a dor de vê-la como um campo de batalha de uma guerra, lentamente desmoronando e se desfazendo.

Mas nada se compara ao trauma e à dor de cabeça de ver amigos queridos, pessoas que ela conhece e admira, caindo junto com ela.

Lágrimas distorcem a clareza de sua visão, mas Hermione apenas as afasta enquanto grita mais um feitiço. Esse é para Ginny, que tem um Comensa da Morte com uma varinha apontada para suas costas. "PROTEGO!"

Seu feitiço protegeu eficientemente a amiga da morte verde que vinha em sua direção. O alívio é instantâneo e forte quando ela vê Ginny se virar rapidamente para enfrentar o agressor e desarmá-lo rapidamente.

As duas garotas trocam um olhar pesado, ambas sem fôlego. A ruiva não precisa falar para que Hermione a entenda, o olhar em seus olhos é suficiente. Ela acena com a cabeça para a garota mais jovem, esforçando-se para transmitir todos os sentimentos enormes que estão dentro dela com aquele gesto pequeno e rápido.

Não precisa me agradecer. Estou muito feliz por você estar bem. Por favor, não morra.

No segundo seguinte, ambos seguiram em frente, com as varinhas erguidas. Perder o foco em um momento como esse não é algo que nenhum deles pode se permitir. Com sorte, eles poderão se abraçar mais tarde. Poderão chorar. Poderão conversar um com o outro com todo o tempo do mundo. No momento, eles precisam continuar lutando.

À distância, Harry está travando uma batalha com o mago mais perigoso de todos os tempos. A magia que rasga o ar à frente deles é tão poderosa que ela não consegue nem mesmo olhar diretamente para os jatos de luz. Ela só pode rezar para que seu amigo seja capaz de sobreviver ao seu destino injusto e que ele acabe com isso - de uma vez por todas.

"Hermione! Socorro!" O grito perfura o tumulto e a cabeça de Hermione se volta para o som. O que ela vê faz seu coração palpitar: uma aluna do quinto ano que ela costumava ensinar, Laura Woodbead, está encolhida em um canto, apenas parcialmente escondida atrás de uma grande pedra. À sua frente, com um sorriso malicioso no rosto, está um dos magos mais depravados que ela já conheceu: Fenrir Greyback.

Seu primeiro pensamento antes de correr em direção a eles é olhar para o céu, onde o sol está quase se pondo além das grandes ondas de rocha e floresta que decoram a vista do castelo.