Capítulo 15

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Draco

"Então você está me dizendo que a famosa sala precisa, que supostamente foi incendiada, onde o exército de Dumbledore treinava para a guerra, de repente é uma aconchegante sala comum bege?" Theo questionou Granger enquanto olhava ao redor para o espaço para onde ela os levou.

Draco está se perguntando a mesma coisa - mas a maior parte de sua atenção ainda é consumida pela raiva persistente que se agita dentro dele, agitada pela imagem assombrosa da magia negra do anel que se abate sobre ela. Se ele não precisasse do maldito anel, ele o teria quebrado em mil pedaços diferentes e dado de comer a um dragão, para que ele se tornasse nada mais do que cinzas prontas para serem espalhadas no chão e pisadas. Ele passaria o dia inteiro pisando no lugar para ver se sua raiva finalmente diminuiria.

Mas ele não pode. O anel está seguro no bolso de Theo, contendo seu feitiço rastreador. Onde quer que o anel esteja localizado, é onde o Ministério presumirá que Draco está. Ele deveria estar feliz, aliviado - em vez disso, está lutando contra a vontade de destruir tudo o que está à sua vista.

...exceto Granger.

Ela ainda está abalada, apesar de suas tentativas de manter sua fachada habitual de perfeita compostura. Ele pode ver isso na forma como os ombros dela se curvam, no tremor sutil das pernas e na forma como a mão dela se move inconscientemente para descansar no braço, bem em cima da cicatriz.

"Também pensávamos que ela havia desaparecido, mas ela se revelou a Ron e Harry em nosso primeiro dia de volta."

"Claro que sim." Draco revira os olhos.

Ele coloca a mão na parte inferior de suas costas para levá-la até o sofá, e ela se assusta. Ele ignora o pequeno solavanco, sem perder a forma como ela relaxa segundos depois, chegando até a se aproximar um pouco mais. Draco quase sorri quando começa a guiá-la até um dos sofás cinza.

Na verdade, ele também está mais do que exausto depois de sofrer com o feitiço de remoção do rastreador. Foi como se uma força invisível o tivesse arranhado, rasgando impiedosamente a pele, os músculos e os órgãos em busca do rastreador, apenas para arrancá-lo à força.

As únicas coisas que o mantêm ativo depois disso são sua preocupação urgente com ela e a chama inabalável da raiva que queima dentro dele.

Ainda assim, sua perna parece repugnantemente fraca e dolorida, especialmente depois de pegá-la, assim como o resto de seu corpo.

Granger se afunda no sofá e ele segue o exemplo, sentando-se tão perto dela que suas pernas se tocam. Theo se senta no lado oposto, em uma cadeira branca e macia. Há uma lareira acesa aquecendo o espaço, e o tecido do sofá é macio.

"Por que você acha que a sala escolheu esse formato? Não temos salas comuns suficientes?"

Draco arregalou os olhos diante da pergunta do outro Sonserino e permaneceu em silêncio, já tendo formado um palpite sobre a resposta.

Uma tentativa insignificante de união.

"Mas este é diferente, não é, Theo?" Granger pergunta.

O olhar de Theo se torna pensativo, varrendo os arredores mais uma vez, dessa vez com um interesse mais profundo e estudioso. "Ela não pertence a nenhuma casa."

"Exatamente", ela acena com a cabeça, parecendo bastante satisfeita com isso. "Ele não pertence a ninguém, o que, por sua vez, significa que pertence a..."

"Todo mundo." Draco termina sua frase.

Sua cabeça se vira para que ela o encare diretamente, a luz do fogo exacerbando os tons dourados de seus olhos. "Sim."

Luna Vinculum | TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora