Luna Vinculum | Tradução

Capítulo 14

Hermione

As cores neutras estão obviamente acima de uma simples escolha de decoração, seja qual for a mágica que controla a sala de requisitos. Elas precisam ter um significado.

"Por que diabos desistiríamos de ter uma sala comum só para nós? Ron grunhiu, exasperado. "Harry, coloque algum juízo na cabeça dela!"

Hermione olha em volta, notando o tecido cinza dos sofás e as cortinas vazias de insígnias. "Você não pode ser tão egoísta a ponto de ignorar o que a sala está claramente tentando nos dizer!"

"E o que é?", ele resmunga em voz alta, cruzando os braços.

"Que este quarto não é para ser apenas um lugar para você cochilar, Ronald!"

Harry, que está ao lado deles no meio da sala de exigências, solta uma risada.

As bochechas de Ron estão mais vermelhas. "Tanto faz, Mione. Não vou permitir que nenhuma das cobras entre aqui".

"Permitir? Quem você pensa que é? O guardião da ROR?"

"Estamos lutando para proteger a escola deles há anos, Hermione. Agora estamos lhes oferecendo esta sala de bandeja?"

"Nós não estamos lutando contra eles, Ron. Lutamos contra Voldemort e seu exército." O tom dela talvez esteja um pouco mais irritado do que estaria se essa discussão não estivesse ocorrendo no dia seguinte ao seu encontro com Malfoy. Ela quase recuou fisicamente quando ele se chamou de Comensal da Morte.

"Alguns deles faziam parte desse exército."

"Eles não escolheram seus pais, Ron. E você não pode julgar uma casa inteira com base nas ações de alguns. Não é preto e branco".

"Você sabe o que é preto e branco, Hermione? A morte! Ou você está viva ou está morta, porra!" Seu amigo rugiu em seu rosto.

Ele nunca havia falado com ela de forma tão agressiva. Até Harry se assusta, dando um passo à frente para poder se colocar no meio deles. "Calma, Ron."

Ron não é enorme, mas também não é pequeno. Ele é significativamente maior do que ela, e não é agradável vê-lo olhar com tanta fúria em sua direção. Mas Hermione nunca deixaria acontecer algo que a intimide. A força bruta é quase inútil em um duelo mágico. E ela tem o cérebro.

"Você sabe como estou arrasado por causa do Fred, Ron! Por todos que morreram na guerra! Tanto que às vezes dói até respirar. Mas você não pode deixar que a morte dele seja motivo para mais ódio. Temos que seguir em frente - curar".

Ela precisa encontrar uma maneira de escapar das lembranças assombrosas e do tormento implacável que elas trazem. Ela deve curar sua mente traumatizada ou se adaptar a um estado perpétuo de instabilidade. Insegurança. Ferida.

A primeira vez que ela se sentiu segura desde a guerra foi ontem - no último lugar que ela pensou que poderia oferecer isso. Nos braços dele. Hermione não dorme tranquilamente há quase dois anos, e isso só está piorando. A guerra se repete em sua mente todas as noites, recusando-lhe descanso.

"Não compare sua dor com a minha, Mione. Ele era meu irmão."

Sua garganta fica apertada e ela pisca rapidamente, limpando as lágrimas antes que elas se formem completamente. "Você acha que foi o único que perdeu alguém, Ron?" A voz de Hermione não vacila, apesar do peso que esmaga seu peito. "Todo mundo perdeu alguém. Amigos, familiares, eles mesmos. Harry nem chegou a conhecer seus pais. E os meus? Eles nem se lembram de mim na metade do tempo. Sabe por quê? Porque eu tinha que encontrar uma maneira de deixá-los em segurança enquanto ajudava a proteger minha outra família. VOCÊ. E eu faria isso de novo - todas as vezes".