Capítulo 18

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Theo

"Se você for expulso, ela vai sofrer, Draco", disse Theo em voz baixa, suas palavras destinadas apenas aos ouvidos do amigo. O mesmo amigo que ele está lutando para impedir que assassine Ron Weasley, mesmo quando Hermione ordena que ele vá embora. Seus olhos estão fixos na boca de Malfoy antes de ela se afastar abruptamente, desviando a atenção.

Garota inteligente.

A voz dela parece ser o único som capaz de atravessar a raiva de Draco, e Theo é rápido em aproveitar a oportunidade e tirá-lo da cena caótica. Mover um Draco não cooperativo estava se mostrando impossível.

Talvez eu deva pedir uma mordida ao babaca amanhã à noite, só para ganhar o mesmo porte que ele está ostentando atualmente.

O fato de Draco ter se tornado um rasgador como efeito colateral da maldição é bastante plausível. Theo pode aceitar isso. O que não deveria estar acontecendo, no entanto, é seu corpo humano desenvolver características de lobo fora da influência da lua cheia. As presas afiadas que saem de sua boca são impossíveis de não serem notadas por qualquer pessoa que esteja observando com muita atenção.

Eles precisam se afastar daqui.

Draco empurra Theo para longe dele assim que eles saem pela porta, indo embora por conta própria. Ou - é preciso reconhecer - se afastando. Mas ele não parece nada fraco ao fazer isso. Cada passo que ele dá é carregado de violência latente, o leve cambalear de sua marcha é quase imperceptível em meio à aura perigosa que ele exala. Ele nem se incomoda com sua bengala. Enquanto isso, Theo, que tem duas pernas que funcionam perfeitamente, se apressa para acompanhá-lo.

"Espere, amigo", ele insiste, agora caminhando para o lado de seu amigo furioso. "É melhor colocar essas coisas em ordem antes que alguém as veja." Ele aponta para a boca de Draco com uma sobrancelha levantada.

"Me chupa", Draco rosna, seu dedo roçando a ponta de uma presa.

"Sim, vou ter de recusar. Não é o seu melhor visual", Theo retruca, respondendo ao olhar de Draco com um sorriso inocente.

Ele observa Draco respirar fundo de forma audível e seus passos se tornam mais lentos. Ele quase pode senti-lo buscando paz interior, tentando fazer com que os caninos alongados voltem ao seu estado normal. "Eu deveria voltar e esganar aquela doninha", Draco sussurra, com a frustração evidente em sua voz. Ele não a encontrou.

Uma risada sarcástica borbulha no peito de Theo. "Claro, vá em frente e ataque um dos amigos mais próximos de Hermione. Essa parece ser uma jogada brilhante."

"Ele a machucou, porra!" A voz de Draco se eleva, com a raiva brilhando em seus olhos.

"Bem, ele estava tentando machucar você", Theo responde calmamente.

"Essa não é a porra da questão. Ela está sangrando por causa dele!"

"E você acha que isso fará com que ela o perdoe mais se você o atacar?"

Suas palavras atingiram um nervo. Draco golpeia violentamente a parede de pedra do corredor com a lateral de seu punho direito. Uma figura assustada salta de um quadro próximo, gritando um protesto. Os dois Sonserinos ignoram o fato, continuando pelo corredor, e a entrada da sala comum de Sonserina se aproxima.

Draco para abruptamente, virando-se tão rápido que Theo quase pode sentir o vento. "Preciso voltar e encontrá-la", declara ele, com um senso de urgência em sua voz.

Antes que Draco possa se mover, Theo agarra seu braço com força, o tecido de suas vestes esticado sob seus dedos.

"Tire sua maldita mão de mim, Theo!" Draco esbraveja, seus olhos se estreitando perigosamente. "Ela está ferida. Eu vou voltar."

Luna Vinculum | TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora