Hermione
Hermione se afasta lentamente de Harry, sob o olhar inabalável de Draco. Sua expressão é uma fortaleza, impenetrável e protegida, e o silêncio entre eles através de seu vínculo é ensurdecedor. É a primeira vez que ambos escondem suas emoções ao mesmo tempo, e o resultado é perturbador. O vínculo parece morto em seu peito, sem o calor que normalmente define a conexão. Um arrepio a percorre.
Harry se vira para dar uma olhada em Draco, com a testa franzida, antes de voltar sua atenção para Hermione. "Não seria a primeira vez que passaríamos o Natal sozinhos, Mione. Diga-me se precisar ir embora".
Ela acena com a cabeça, algumas de suas lembranças do tempo em que caçavam horcruxes são menos dolorosas do que outras, e Harry começa a se afastar. Ele os deixa sozinhos, do lado de fora da silhueta imponente da Mansão. Hermione olha para trás, imaginando se o propósito da grande casa é engoli-la inteira.
Ela respirou fundo, fortalecendo-se, pois suas lágrimas ainda secas faziam o ar parecer ainda mais frio. Draco espera até que a presença de Harry desapareça antes de se mover, dando passos largos e apressados enquanto diminui a distância entre eles muito mais rápido do que ela estava preparada. Hermione não consegue se impedir de dar um passo para trás.
O movimento faz Draco congelar no lugar e seu olhar se volta para o local onde os pés dela se deslocaram. Sua pele, já pálida, de repente parece mais seca, e seu corpo fica ainda mais tenso.
Hermione sente o peso do olhar dele ao subir de volta para o seu rosto, com os olhos perturbados procurando os dela.
"Granger..." A voz de Draco soa áspera. "Eu peço desculpas por minha mãe. Se eu soubesse... eu nunca teria permitido que isso acontecesse."
Ela balança a cabeça. Não há absolutamente nenhuma raiva nela em relação a Narcissa. A mãe de Draco é apenas uma vítima de seu trauma, assim como a própria Hermione.
"Está tudo bem, Draco. Espero que ela esteja mais calma agora".
"Não sei, eu saí. Mas a Tori vai cuidar disso."
Uma pontada de irritação a percorre. "Você deveria voltar então. Certifique-se de que ela está bem."
As sobrancelhas dele se franzem enquanto ele a encara, exasperado. "Eu desviei o olhar por um maldito segundo e você sumiu, Granger. Eu nem sequer sinto você através do vínculo e então eu a encontro caindo aos pedaços nos braços do Potter."
O tom acusatório das palavras dele a deixa na defensiva. "Estou usando um escudo para bloquear. Da mesma forma que você já fez."
O cheiro forte de raiva paira no ar, misturando-se com os tons amargos da traição. O coração de Hermione bate forte em seu peito, com o ritmo ecoando em seus ouvidos.
"Porque eu estava sob o maldito crucio e não podia arriscar que a dor chegasse até você!" Ele ruge com raiva, antes de avançar em direção a ela novamente.
Dessa vez, Hermione se mantém firme, recusando-se a se afastar enquanto a mão de Draco passa agressivamente pelos fios de cabelo atrás de sua orelha. "Eu fechei o vínculo para protegê-la", diz ele, apertando a mão até puxar levemente os cachos dela. Não o suficiente para que ela tenha que inclinar a cabeça para evitar a dor, mas o suficiente para que ele grite de possessividade. "Foi a única maneira que encontrei para cortar nossa conexão. Nada mais, Granger."
"Você está fechado agora", rebate Hermione, o peso do vínculo vazio a esmagando por dentro.
Draco sorri, com um tom de desprezo. "Touché, bruxinha. Talvez eu quisesse lhe dar um gostinho do seu próprio veneno."
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Luna Vinculum | Tradução
Người sóiDurante a batalha de Hogwarts, na noite de lua cheia, Draco Malfoy é mordido por um lobisomem. Sem ter como escapar da maldição, tudo o que ele pode fazer é escondê-la. Hermione Granger é a única pessoa - além de seu agressor - que sabe a verdade. E...