Capítulo 37

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Draco

Draco Malfoy se viu inevitavelmente no escritório familiar que um dia pertenceu a Albus Dumbledore. A sala continua praticamente a mesma, adornada com bugigangas intrigantes e livros antigos. São apenas os menores detalhes que marcam a presença de sua nova ocupante, a diretora McGonagall. Um pouco de pelo de gato, aqui e ali, permanecendo na superfície dos móveis, e uma moldura de madeira em sua escrivaninha - representando a imagem de um homem desconhecido.

Talvez seu falecido marido?

A expressão severa da mulher mais velha se suaviza quando ela o observa, sentado rigidamente na cadeira em frente à sua mesa.

"Sr. Malfoy", começa McGonagall, com seu sotaque escocês tingido por uma rara nota de compaixão. "Quero expressar minhas condolências pelo que o senhor passou. É um fardo pesado carregar uma maldição dessas, especialmente para alguém tão jovem."

Enquanto suas palavras pairavam no ar, Draco olhava para a janela, evitando seu olhar direto.

Ele odeia estar aqui, em um lugar que lhe traz muitas de suas piores lembranças. Ele nunca esquecerá a visão de Dumbledore caindo para a morte - uma consequência direta de suas ações. Foi o começo do fim da esperança à qual ele tentou se agarrar e, depois disso, ele foi forçado a pagar o preço por sua fraqueza.

Ele jurou nunca mais ser fraco.

Ele nunca se permitiria cair na mesma posição - subordinado às ordens de outra pessoa.

"Agradeço, Prof. - desculpe, Diretora", ele responde calmamente, seu tom não revela nada do tumulto dentro dele.

Acenando levemente com a cabeça, McGonagall continua, com uma voz firme, mas gentil. "Você ainda é um aluno de Hogwarts e é meu dever garantir sua segurança e bem-estar." Seu olhar é firme. "Haverá regras em vigor, principalmente durante as noites de lua cheia, para proteger você e seus colegas de classe."

"Eu entendo."

A Diretora se inclina para a frente. "Seu segredo está seguro comigo, Sr. Malfoy. Ela lhe assegura, com a boca em linha reta. "Eu entendo as repercussões que viriam se ele fosse revelado."

Sim.

O Ministério o rotularia como uma criatura e não como uma pessoa.

Ele seria afastado de seu status de herdeiro dos Malfoy e de tudo o que isso implica.

Mas nada o perturba mais do que as complicações que isso poderia representar em seu relacionamento com Hermione.

Eles já estão bastante ferrados, dado o seu julgamento público como um comedor de morte.

Por um momento, ele se permite encontrar o olhar da Diretora, encontrando um conforto inesperado em sua presença firme.

"Obrigado, Diretora McGonagall." Ele inclina a cabeça com genuína gratidão.

Depois do que ele fez durante seu sexto ano em Hogwarts, a mulher mais velha poderia passar o resto da vida condenando-o, culpando-o pela morte de seu mentor - seu amigo. Em vez disso, ela está lhe mostrando bondade e compreensão.

Draco não vai se esquecer disso.

"Muito bem. Podem ir". McGonagall conclui. "Vou encarregar o professor Burns de tomar as providências necessárias. Ele os compartilhará com você no devido tempo."

Draco se levanta da cadeira e dá uma última olhada no escritório.

Por mais surpreendentemente acolhedor que a Diretora tenha sido, ele só consegue respirar novamente quando está do lado de fora.

Luna Vinculum | TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora