Endless Love - Vondy

Capítulo 48

Respirando fundo na tentativa de controlar as lágrimas que insistiam em cair de seus olhos, Dulce forçava-se ao máximo para recordar da onde conhecia o homem a sua frente. Estava sentada em uma cadeira no que parecia ser um galpão abandonado e tinha suas pernas e mãos algemadas enquanto era observada por um outro homem armado.

Não conseguia acreditar que havia sido sequestrada e só conseguia orar pedindo para que saísse logo dali e que tudo estivesse bem consigo e com o bebê que gestava.

No final da tarde daquele dia, ao sair do escritório, fôra abordada por um homem que informara ser o novo motorista de Christopher e confiando naquilo, o seguira até o SUV estacionado, sendo completamente surpreendida ao entrar no veículo e se deparar com outro homem ali, lhe apontando uma arma.

Durante o trajeto tivera suas mãos algemadas e os olhos vendados e só conseguia torcer para que aquele pesadelo acabasse logo.

Não tinha ideia de onde estava naquele momento, mas tinha a certeza que estava fora de Nova Iorque visto que demorara bem mais de uma hora para chegarem até ali desde que fôra pega na empresa.

Vendo o homem pegar uma cadeira e sentar de frente para si, Dulce estremeceu ao ver o sorriso debochado dele.

Dul: Por que...? Quem é você?

XXX: Nos esbarramos tanto nesses últimos meses e não se lembra de mim? Aliás, pelo que vejo, a sua mãe realmente não fez questão de mostrar fotos minhas a você.

Dulce franziu o cenho e negou com a cabeça. Não tinha ideia do que ele estava falando e muito menos qual a relação dele com Blanca.

Dul: Conhece a minha mãe? (perguntou num sussurro, engolindo em seco ao escutá-lo gargalhar)

XXX: Muito mais do que você imagina!

Vendo-o se afastar até uma pequena mesinha em um dos cantos do galpão e logo voltar com alguns papéis em mãos, Dulce arregalou os olhos ao ver fotos da mãe junto a ele.

XXX: Quantos anos você tem, querida?

Dul: Vinte e nove.

XXX: Sabe... Há trinta anos eu tive um relacionamento com a sua mãe, mas ela pisou na bola. Não se cuidou como deveria e eu precisei me afastar...

Dulce engoliu em seco ao entender o que ele estava insinuando e voltou a olhar a foto nas mãos dele, sentindo seu coração disparar por enfim estar frente a frente com o pai depois de todos aqueles anos. Nunca imaginara que um dia o encontraria e muito menos que seria sequestrada por ele.

Dul: Fernando? (murmurou com a voz embargada e o viu assentir)

Fernando: Então a sua mãe andou contando sobre o nosso relacionamento?

Dul: Quando eu era pequena. Eu perguntava sobre o meu pai e ela apenas dizia que você não era homem o suficiente para estar conosco e hoje eu vejo que ela não estava errada. Você não vale nada!

Fernando: É, eu não vou ter como discordar de você! (deu de ombros enquanto jogava as fotos no chão) Mas você... Ah meu amor, você vale muito! Cinquenta milhões de dólares, hum?

Sentindo Fernando passar a mão em seu rosto, Dulce fechou os olhos com força, tentando afastar-se o máximo que podia estando presa a aquela cadeira. Sentia nojo daquele homem e tudo o que queria era distância.

Fernando: Nos esbarramos algumas boas vezes nesses últimos meses, mas aparentemente você estava muito distraída pra se dar conta disso. O nosso primeiro esbarrão naquela cafeteria caríssima perto do escritório do seu marido me deixou intrigado. Eu sabia que você me lembrava alguém então passei a te seguir e tive certeza de quem você era quando te vi saindo de uma clínica com a Blanca. A cópia perfeita dela, hein? Depois disso, te acompanhei quase que diariamente e você nem sequer notou. Eu vivia atrás de você em lojas, cafeterias, restaurantes e até naquele novo apartamento... Se deu bem, hein, filha? Se casou com um bilionário. E eu poderia ter pedido muito mais a ele, não é? Cinquenta milhões de dólares não vai nem fazer cócegas nas contas dele.