Big boys don't cry

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Savannah's Pov

 Cheguei ao local na hora marcada , mas Scott parecia ter chegado bem antes.

 -" Oi." Falei sorrindo.Ele me comprimentou com dois beijinhos. Estranho. 

 - " E então?" Perguntei animada. Eu meio que já imaginava para o que ele tinha me chamado aqui. Pra conversar sobre um possível nós. Um friozinho na barriga me dava um certo sentimento de adrenalina. Havia um pouco de medo em tudo isso mas a vontade de tentar, a vontade de amar ele ainda mais e ser amada ainda mais era maior. 

 -" Você estava certa." Ele falou sem olhar nos meus olhos.

 -" Oi?" Perguntei sem enteder, ainda sorrindo.

 -"Não daríamos certo." Ele falou chutando de leve uma pedrinha no caminho. 

-"Eu nunca falei isso." Respondi baixo. De repente aquele clima agradável de domingo de manha se tornou em um dublado dia de funeral. Do nada, não sei explicar mas aquele friozinho aumentou. Era como se eu soubesse que algo ruim iria acontecer, mas eu estava me preparando a tanto tempo por algo bom que abaixei minha guarda sem nem perceber. 

-" É mas foi o que você pensou. Todo esse tempo que estivemos juntos, foi isso que você pensou." Sim é verdade , eu já tinha pensado em nós dois juntos e como isso seria um erro, mas isso foi no inicio, e o pensamento permaneceu por uma fração de segundo na minha mente pois por mais que tudo ( digo a reputação de Scott) indicasse que daríamos errado eu quis acreditar que daríamos certo, quis e ainda quero.

 -"Não é verdade." Respondi.Silencio. Estávamos a menos de uma palma de distancia ainda assim eu o sentia muito longe de mim. Perdido demais nos próprios pensamentos. 

 -" Eu fiz alguma coisa de errado?" Me arrisquei em perguntar. Quebro o silencio. ( Na verdade o silencio que me quebra) . 

-" Olha, foi divertido e tal mas agora acabou." Scott falou.

 Como você pode me pedir para olhar se você nem sequer consegue conversar comigo , falado o que fala e me olhar. Desde o inicio não desviou o olhar daquele maldito chão. Asfalto preto, algumas pedrinhas , nada de mais mas aparentemente melhor do que eu.

 -"Que idiota ,eu pensei..." Falei tendo uma mini crise de risos. Rir pra não chorar , pensei enquanto segurava as lagrimas dentro dos meus olhos.

 -" Pensou o que? Que eu ia mudar por você? Que de repente eu ia meapaixonar e nós iríamos namorar? " Ele falou rindo sem humor e tive que fazer um esforço extra pra não chorar. " Vê se cresce. " Ele falou.Por que? O que eu fiz pra merecer isso, toda essa ironia , toda essa raiva, até ontem a mesma pessoa tava me jurando amor, mesmo que não com palavras. Jurava pelo jeito que me tocava e me olhava. 

 Scott's Pov

I try to 

(eu tento)

Laugh about it 

(Rir sobre isso)

Hiding the tears in my eyes 

( Escondendo as lagrimas nos meus olhos) 

Because boys don't cry

(Porque garotos não choram)

(Boys dont cry - The cure)

 Ela me olhava incrédula, uma única lagrima escapou de seu rosto e e pelo jeito que ela a limpou tão rápido com a manga do casaco deu pra ver que era contra a vontade dela. Ela não queria chorar, não queria mostrar que estava magoada. Sinceramente eu não sei como eu conseguia manter minha posição fria. A expressão do meu rosto era de raiva. Raiva da vida por sempre estragar as coisas boas que decidiam aparecer para mim. Savannah , era uma delas , uma das melhores para ser franco. Queria abraçar-la e pedir desculpas por fazer- la chorar , mas agora é tarde demais. As palavras já haviam sido ditas por mim e escutadas por ela. Sei que ela não queria ter as escutado assim como eu não queria ter- las dito. Mas não tinha jeito, eu iria proteger a Savannah de qualquer jeito. Aquela foto não seria explanada. Eu daria um jeito de sair dessa cilada e logo mais estaríamos juntos de novo , juntos de verdade. Antes dela chegar ao local onde marcamos eu havia pensado em como essa conversa iria terminar. 

Eu imaginei quinhentas cenas diferentes em todas elas Savannah me xingava ; idiota, babaca, insensível, filho da puta, filho da mãe etc. E até mesmo me dava um tapa na cara. Daqueles que você nunca vê na vida real, só em filmes por ser extremamente dramático e exagerado. E a marca de sua mão ficaria em meu rosto durante dias, e iria doer, muito. Mas ela não fez isso. Não, ela não me xingou de babaca ou de idiota , na verdade ela não me chamou de nada, não marcou meu rosto, não me deu um tapa, nem sequer tocou em mim. Mas o que ela fez doeu trinta vezes mais. Um soco no estômago, não literalmente e sim metaforicamente. 

 -"Não da pra acabar aquilo que nunca começou." Ela falou por ultimo antes de ir embora. E aos poucos sua imagem foi sumindo. Comecei a sentir uma dor e quis gritar muito alto, senti algo gelado escorrendo pelo meu rosto, estava chovendo? Sim. Meu rosto estava molhado. Mas não era isso que descia a minha face. A chuva me desviava, mal tocava em meu rosto. Eu estava chorando, para ser exato, eu estava chorando como um bebe. Eu sabia que aquilo não era o fim ( ou pelo menos era isso que eu queria acreditar) mas havia soado como o fim e doía como se fosse o fim. Por que? 

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