Que Sorte A Nossa ( FLY )

Cap. 12 - Encurralada

Evelyn's POV

Tem uma semana desde que Carla e Tadheu terminaram, e eu não podia estar mais feliz. Ela parece melhor. É como se fosse tirado um grande peso de suas costas. Espero nunca mais ver ele.

E sinceramente, eu não duvido de que o Nathan esteja falando a verdade. A questão é " por que alguém iria querer se fazer de vítima para ele? ". Isso é estranho. Ou ele está mentindo ou ele realmente falou a verdade quando disse que a mulher o agarrou.

Estou no apartamento deles. Sentada no sofá, encarando Paulo. Ele está sentado no outro sofá. Não suporto ele, e ele também não me suporta. Esse clima chato, onde nos encaramos, está ficando sufocante.

- Ele demora no banho, não é? - quebrei o silêncio

- Sim.

Voltamos a ficar em silêncio, até que eu resolvo fazer um pedido:

- Será que pode parar de me olhar?

- Você começou!

- Era só o que me faltava! - joguei minhas mãos para cima

- Está nervosa? Está vendo aquela porta? - ele apontou por cima do meu ombro - Você pode ir embora por ela, sabia?

- Não saio daqui enquanto não falar com o Nathan.

Ele me fuzilou com os olhos, e eu devolvi.

O interfone tocou.

- Não vai atender?

- O que foi, agora!? - se alterou - Vai controlar quando eu vou ou não atender o interfone?

- Nossa, que escândalo! - gargalhei

Ele atendeu:

- Alô?

...

- Ah, claro. Pode deixar ele subir, sim.

...

- Tchau-tchau.

Ele desligou e voltou a se sentar no sofá e me encarar.

- Quem é?

- Importa?!

- Nossa, como você é chato! - reclamei

- É o meu amigo que chegou - ele respondeu - Não seja grossa com ele, okay?

- Okay.

A campainha tocou e ele se levantou para atender a porta. Me levantei e fiquei à espera do amigo dele.

- Hey cara!

- Quanto tempo! - eles se abraçaram - Desde quando não nos vimos?

- Desde que fomos presos por escutar música alta.

Desde que fomos presos por escutar música alta?

Só pode ser brincadeira! Corro para a cozinha e escuto Paulo chamar pelo meu nome, mas não respondo. Sou tão desastrada que acabo deixando algumas panelas caírem.

- Evelyn, você está bem? - Paulo pergunta ao chegar na cozinha

Eu me viro rapidamente, para o amigo dele não me ver.

- Claro, melhor impossível - respondo com uma voz diferente

- O que aconteceu com sua voz? - indagou

- Nada, só... - finjo uma tosse - Estou gripada.

- Há exatos cinco minutos atrás você não estava...