Cap. 35 - Proposta

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- Paty? O que está fazendo aqui!?

- Eu vim te visitar! - cruzou os braços

Paulo e Nathan chegam ao quarto envergonhados:

- Hum... Não conseguimos impedir que ela entrasse...

- Tudo bem... Acho que você já vai embora, não vai? - Caíque perguntou

- Eu não vou embora enquanto não dizer o que tenho para dizer! - exclamou - Caíque, você sabe que não podemos terminar assim! Confessa que gostava de quando eu ficava perto de você, confessa!

- Acho melhor vocês ficarem sozinhos... - falei

- Anna, você me falou aquelas merdas na sua casa, pensa que esqueci? - perguntou e eu suspirei - Se ele te amasse de verdade acreditaria em você até o fim e não ficaria com sua amiga.

- Você não é minha amiga!

- Mas fui. Quero dizer, você pensou que era minha amiga. Ah, fala sério! Você é tola demais, nunca percebeu as coisas que fiz. - jogou suas mãos para o alto - Lembra de quando você se indignou pela nota vermelha que tirou naquele trabalho de ciências? Eu troquei os nomes de Anna por Patrícia, Patrícia por Anna. Lembra de quando a sua fantasia para a festa apareceu rasgada?

- Você sabe quantas noites deixei de dormir para recuperar a minha nota? Você sabe o quanto gastei naquela fantasia? Eu sinto nojo de você, Patrícia! Sabe o que mais me dói? Saber que eu pensava que Carla estava paranóica ao dizer que você não era nossa amiga de verdade. - limpei minhas lágrimas - Você também fez algum mal a ela?

- Bem, eu já falei para o Tadheu que ela estava traindo ele com um homem mais velho.

- Como você pode fazer tudo isso e falar nessa tranquilidade!? Você fez isso porque sabia o que ele faria com ela, não é? Eu te odeio!

Fui para cima dela, mas Caíque nos separou. Eles expulsaram ela de casa e eu chorei no colo de Caíque.

Carla's POV

Cheguei ao local que ele me indicou. Abro a porta que estava entreaberta e jogo minha bolsa num sofá empoeirado. Ligo a luz, revelando uma casa abandonada. Espirro por causa da poeira.

- Carla! - ele aparece no topo da escada - Fico feliz em te ver novamente, amor.

- Amor? - sorrio sarcástica - Esta casa é sua?

- Sim, meu pai me deu quando completei dezoito.

- Você nunca me contou sobre isso... - passo o dedo na mesa e mostro para ele - Como consegue ficar aqui?

- Por onde andou esse tempo todo? - perguntou enquanto descia as escadas, e cada vez que ele chegava mais perto de mim, mais meu coração acelerava - Vai responder?

- Ahn... Eu estava na casa dos meus pais.

- Hum... - ele me abraçou, mas não retribuí - Estava com saudades.

Me solto dele e vou até a minha bolsa. Pego a carta e fico encarando ela.

- O que é isso? - ele pergunta curioso

- Ela nunca te falou sobre isso? - indaguei

- De quem você está falando?

- Leia, você vai entender.

Entreguei a carta em suas mãos. Esperei ele terminar de ler e me olhar surpreso:

- Como conseguiu isso!?

- Eu posso ler? - perguntei e ele me entregou - Quando o pai dela leu para mim, confesso que fiquei surpresa, assim como você. Mas eu leio, leio, leio até a ficha cair.

Ele ergue a sobrancelha:

- O que você ganha com isso?

- Vou começar. - ignoro sua pergunta - Pai, eu sei o que estou fazendo. Mas depois que a minha mãe foi embora, eu sinto a casa tão vazia. Tadheu me preenche. O senhor tem que entender que me apaixonei. E se estou indo atrás dele, é porque eu o amo.

Parei de ler e o encarei. Ele olhou para a foto dela e eu cruzei meus braços. Soltei um pequeno riso e fiz ele voltar a me encarar.

- Vai dizer o que aconteceu com essa garota ou quer que eu fale?

- Esquece isso... - ele voltou a me abraçar, mas eu me soltei - Vicky já está em outra.

- Eu sei que está. - retiro uma folha de minha bolsa - Eu fiz a impressão disso.

Eu imprimi isso de um site de fofoca. Fotos de Nathan e Vicky se beijando. A legenda era: " Novo casal na área ". Suspirei ao ver isso de novo.

Mostrei para ele. Ele amassou a folha eu o olhei com a sobrancelha erguida.

- Quero que você esqueça ele! Não quero que você chegue perto dele. Você sabe que eles dois estão namorando sério, não tente estragar isso.

- Quem você pensa que é para falar assim comigo!? Tadheu, tudo que eu sentia por você acabou, tenho certeza. Você me ameaçando, me chantageando, ameaçando matar pessoas que eu amo, nada disso vai fazer eu voltar a gostar de você.

Ele baixou a cabeça.

- Vou embora, tenho que ir ver as meninas.

- Acha mesmo que elas se importam com você? - perguntou com a sobrancelha erguida - Se elas gostam tanto de você, por que não estão te procurando?

- Porque elas sabem que eu estou bem!

- Elas não se importam com você, Carla. Ninguém se importa. Eles estão felizes sem você lá, acredite. Se você voltar vai levar um fora do Nathan porque ele preferiu ficar com a Vicky. Anna e Evelyn estão aprendendo a viver, estão curtindo a vida, mas se você aparecer tudo isso vai mudar.

- Por que acha que eu atrapalharia elas?

- É só você pensar que terá a resposta certa.

Me lembro daquela noite. Aquelas palavras ainda me causam dor. Caio sentada na poltrona empoeirada.

- O que eu vou fazer, Tadheu? - meus olhos lacrimejavam

- Eu posso te ajudar a superar isso. - ele colocou a mão em meu joelho - Posso fazer você esquecer todos eles.

- Eu não quero esquecer nenhum deles, só quero fazer eles sofrerem do mesmo jeito que eu sofri, ou até pior. - falei entre os dentes - Elas viraram amigas, minhas melhores amigas estão do lado da minha pior inimiga. E Nathan agora está com ela...

- Não se aproxime dele! - exclamou

- EU AMO ELE, TADHEU! - gritei e ele se assustou - Eu amo ele...

Ele puxou meu cabelo e me jogou no chão. Olhei assustada para ele. Levei um tapa na cara e meus olhos se encheram de lágrimas.

- Não se aproxime dele, não quero ter que machucar você de novo. - ele disse com tristeza no olhar - Não me obrigue a machucá-lo, também.

- Disse que nunca mais encostaria o dedo em mim... - limpei minhas lágrimas - Eu cansei de você, de ter você como amigo.

- E se eu te fizer uma proposta?

- Proposta?

- Você deixa eu continuar ao seu lado, podemos ser apenas amigos e, posso te ajudar a se vingar deles.


Que Sorte A Nossa ( FLY )Onde histórias criam vida. Descubra agora