Carla's POV
A cada dia que passa eu perco mais um pouco de esperança de conseguir sair daqui. Faz três semanas desde que tudo aconteceu. Isso me preocupa. Estamos num lugar distante de tudo e de todos.
Embora a polícia já esteja procurando por Tadheu, ele não sai daqui há dias. Se precisarmos abastecer a dispensa ele manda um de seus capangas ir até o mercado.
Estou trancada no quarto sozinha. Não entendo o motivo de eu estar sozinha enquanto Clara e Vicky estão juntas. Eu passo o dia todo olhando para o nada esperando as horas passarem e outro dia começar.
Escuto passos e me encolho. Tadheu abre a porta e eu abro meus olhos lentamente pelo fato do quarto ser escuro e a luz do corredor estar entrando pela porta entreaberta.
- Olá. - ele diz mas permaneço em silêncio - Vou mandar alguém ao mercado comprar umas coisas, vai querer algo?
- Não. - respondi com a voz falha
- Nada? Vicky pediu absorvente, Clara pediu roupas e você não vai querer nada!?
- Vicky pediu absorvente?
- Sim, ela também é uma mulher como você. - respondeu - Ok, como não vai querer nada...
Ele se retirou e trancou a porta. Se Vicky precisa de absorvente, então ela não está grávida, certo?
Vicky's POV- Eu nem acredito que vou sair dessa merda hoje!
- Fale mais baixo, Vicky.
Eu e Clara reparamos que a janela do banheiro está quebrada. Se eu conseguir tirar o vidro da janela estarei livre. O único problema seria os capangas de Tadheu que estão vigiando a casa, mas eu e Clara já cuidamos disso.
- Aqui está!
Tadheu entra no quarto e joga uma toalha, um conjunto de roupa e um pacote de absorvente. Me despeço de Clara com uma piscadela.
Desço as escadas, vou até o banheiro e tranco a porta. Ligo o chuveiro. Olho pela janela e vejo que Clara já chamou a atenção de todos. Com cuidado, retiro o vidro da janela e o coloco no chão. Com a ajuda do vaso sanitário consigo subir até a janela.
Consigo passar para o lado de fora da casa. Corro para longe. Precisava sair dali antes que notassem a minha demora no banho.
Clara's POV
Esperei cinco minutos e comecei a gritar. Fingi sentir uma forte dor abdominal e me tiraram do quarto. Haviam dois capangas ao meu lado desesperados, sem saber o que fazer. Gritei mais ainda quando percebi que os armários que estavam do lado de fora da casa não estavam nem aí para mim.
Eles entraram e perguntaram o que estava acontecendo. Foi quando eu quebrei um vaso na cabeça de um e, peguei um caco de vidro e ameacei matar quem chegasse perto de mim.
Tentei demorar o máximo possível, mas alguém chega por trás e bate em minha mão, fazendo o caco cair no chão. Me viro assustada e Tadheu parecia furioso.
- Por favor, nos deixe ir embora... - implorei
Ele me puxou pelos cabelos e me levou para o andar de cima. Me empurrou no quarto que eu estava e trancou a porta. Cerrou seus punhos e me olhou com ódio:
- Achei que soubesse do que eu sou capaz.
Sinto sua mão atingir meu rosto. Caio no chão e ele me atinge na barriga. Se antes eu fingia estar com dor, agora estou morrendo de dor.
Ele só para de me bater quando escuta batidas na porta. Era um de seus capangas.
- Senhor, a garota ainda está no banheiro. Não acha estranho?
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Que Sorte A Nossa ( FLY )
RomantizmUm apartamento, três amigas, contas, bagunças, brigas, drama, risos e, o melhor de todos: romance. Carla, Evelyn e Anna têm suas vidas mudadas após uma viagem. Elas conhecem Nathan, Paulo e Caíque. Mas o que elas não sabiam é que, a aproximação com...