Cap. 30 - Descoberta

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- Hey, como vocês se conheceram?

- Paty nos apresentou.

- Paty?

- É, ela nos apresentou num restaurante. Lembra aquele dia que falei que tinha um compromisso e por isso não ia sair com você? Paty me disse que tinha algo importante para falar. E ela também chamou Douglas. Foi assim que nos conhecemos. Quando ela me disse que você poderia estar me traindo, assim como traiu ele.

- Foi ela quem mandou o Caíque olhar seu celular, Anna. - escuto ele dizer - E foi ela quem colocou desconfianças em mim também.

- Então... vocês preferem acreditar na palavra dela do que na minha!? - me indignei - Vão embora! Vocês se mostraram os piores caras que eu já conheci na vida!

- Anna, eu...

- Espera! - o interrompi - Toda vez que vocês disseram que leram minhas mensagens, o meu celular tinha sumido. Como eu não pensei nisso antes!?

- Você está dizendo que...

- Paty armou tudo isso! - eu disse irritada - Ela me paga! E eu ainda chamei aquela idiota de amiga... Ah, que ódio!

Jogo um vaso na parede. Sinto mãos em mim, tentando me impedir de quebrar mais coisas na casa.

- Caíque, me solta! - gritei - Eu quero que vocês dois vão embora!

- Anna...

- VÃO EMBORA!

Eles se entreolharam, mas decidiram sair. Tento me acalmar, pois posso fazer uma loucura. E tudo o que eu menos quero é ser presa.

Evelyn's POV

Chegamos na casa dele. Angélica nos atende sorridente. Nos convida para sentar e começa a nos perguntar sobre Carla. Coitada, não sabe o que o irmão já fez para a garota.

- Angel, sabe onde Tadheu está?

- Ah, ele está no quarto. Não sai desde semana passada. - respondeu - Oh, me desculpe. Nem me apresentei para o rapaz. Sou Angélica, irmã do Tadheu. E você?

- Paulo, amigo das meninas. - ele sorri

- Ahn, vocês não são namorados, são?

Engasgo.

- Não, só amigos. - ele respondeu

- Podemos falar com o Tadheu?

- Claro! Já sabe onde é o quarto dele, não?

- Sim.

Nos levantamos do sofá e subimos a escada. Bato em sua porta e ele abre em três segundos. Bufa.

- O que vocês querem?

- Queremos saber o que VOCÊ fez a Carla! - respondi nervosa

- O quê!?

- Carla desapareceu, e se você acha que nós não sabemos que você fez alguma coisa para ela, está muito enganado!

- Não, eu não sei o que aconteceu. - ele disse preocupado - Car-Carla desapareceu?

- Não vem fazer ceninha, não caio na tua!

- Evelyn, calma!

- Não me peça para ter calma, Paulo! - me irritei - Minha amiga desapareceu e eu sei que esse cretino está por trás disso!

- Eu não faria nenhum mal a ela, eu a amo!

- Me poupe do seu teatro. Dizer que não faria nenhum mal a ela? Que a ama? Quer que eu refresque sua mente?

- EU NÃO FIZ NADA, EU JURO!

Lágrimas apareceram em seus olhos, e uma caiu. Virei de costas e desci a escada, sendo acompanhada por Paulo. Ele segura meu braço.

- Hey, o que está fazendo?

- Indo embora.

- Você não vê? Ele está falando a verdade.

- Jura que acreditou no teatro dele? - perguntei incrédula - O que você sabe sobre verdade?

- Por que você está assim!?

- Só porque minha amiga desapareceu e eu estou preocupada porque um louco pode ter sequestrado ela. Só isso, nada de mais. Está bom pra você?!

- Eu tenho quase certeza de que ele não está mentindo.

- VOCÊ É MUITO IDIOTA, PAULO! - gritei - COMO VOCÊ PODE ACREDITAR EM TODOS?! COMO?! VOCÊ ACREDITA NA NOEMI, E ATÉ NELE VOCÊ ACREDITA! ESTÁ NA HORA DE ACORDAR PRA REALIDADE!

Abro a porta e caminho até o meu carro. Espero ele entrar antes de dar partida. Ele não dizia uma palavra sequer, e acho que devo ter magoado ele. Sinto lágrimas em minhas bochechas. Limpo antes que ele perceba que estou chorando.

- Está chorando?

Droga!

- Não.

- Eu só quero te ajudar, Evelyn.

Ele coloca a mão em meu joelho. Olho para o mesmo e acabo em meus devaneios.

- Evelyn, olha pra frente!

E quando eu olho, estou a ponto de bater o carro no poste. Freio imediatamente, e sou salva por um triz.

Olho para o meu lado e vejo Paulo em estado de choque. Ele retira o cinto e sai do carro. Também saio e vou atrás dele.

- Hey, o que está fazendo?

- Saindo de perto de você, sua louca!

- Você me chamou de...

- LOUCA! - me interrompeu - Você quase me matou.

- Paulo, espera!

Ele para de andar e um carro passa. Sei que ele sentiu o ventinho da morte. Ponto pra mim, salvei a vida dele.

- Acho que salvei sua vida... - sorri para ele - Cadê meu abraço?
- Vamos embora. - bufou

Anna's POV

- Anna?

Acordo. Caio do sofá.

- Que barulho foi... - ela me viu no chão - Ah, já entendi.

- Cadê o Paulo?

- Foi pra casa. - respondeu - Cadê o Caíque?

- Expulsei ele.

- Você o quê?!

- Eu descobri que Paty acabou com os meus dois relacionamentos. - suspirei - Meu celular desapareceu. Logo depois eles apareceram dizendo que leram as mensagens. Ela é um monstro, Evelyn.

- Eu nem sei o que dizer... - ela segurou a minha mão - Na verdade, sei sim. Eu quero te pedir desculpa pelas palavras, por ter desconfiado de você. Me perdoa, amiga? Será que posso te chamar assim?

- Claro!

Nos abraçamos.

- Mas e se ela não estiver mentindo?

- Caramba, Anna! - ela se irritou - Eu não sei como não pensei nisso antes, mas ela estava doida pelo Caíque. E nós sabemos muito bem que ela e Noemi não são flor que se cheire. Ou você acredita na hipótese de elas terem armado pra você ou você assume que traiu os dois. E cai na real, as duas nunca se importaram com você, e nem mesmo comigo. Fomos burras. Carla nos avisou que elas eram falsas, mas trazemos elas para perto, abrimos a porta de nossa casa. A gente podia ter evitado tudo isso! - respira fundo, tentando se recuperar - Você ainda tem tempo. Marque uma festa aqui em casa. Se prepara pro show.

- Ok... - falei assustada

Que Sorte A Nossa ( FLY )Onde histórias criam vida. Descubra agora