Cap. 2 - Dia Difícil

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- Não te conheço, você não me conhece, e se você puder me deixar ir embora, eu agradeceria! - eu disse encarando ele

- Bom, sou o Nathan. - se apresentou

- Legal... - falei irônica

- Posso te levar para casa? - perguntou

- Claro que não! - respondi nervosa - Minha casa não é tão longe daqui, eu posso ir embora sozinha. - menti

- Como quiser... - falou e entrou em seu carro

E ele deu partida, me deixando para trás. Já estava de noite e fazia frio. Me abracei e fui andando. Logo me arrependi de ter colocado shorts. Não havia ninguém além de mim na rua. E eu não sabia onde estava. Depois de muito andar, resolvi descansar e me sentar na calçada. Peguei meu celular e disquei o número da Anna.

Ligação on

- Alô?

- Anna, me ajuda, eu não sei onde estou...

- Calma, só me diz onde está.

- Eu já disse, eu não sei!

- Carla, você é burra!? Pega um táxi qualquer, carona... Não sei, se vira!

- Eu te liguei para pedir ajuda e você só piora as coisas.

- Querida, você sabe quantas horas são? 21h.

- Anna, ok, vai assistir tua novela.

Ligação off

É, desliguei na cara dela. Não basta você estar perdida numa rua desconhecida, tem que ligar pra sua amiga e ela ainda é grossa com você.

- Hey! - escutei uma voz

Nathan... Hoje está sendo um dia difícil, muito difícil... Finjo não ter escutado ele e continuo olhando para o nada. Mas ele começa a buzinar, e sei que ele é insistente.

- Terceira vez... - ele disse e eu sorri

- Talvez você tenha me seguido. - falei

- Não iria perder meu tempo perseguindo alguém... - sorriu - Sua casa não era perto?

- Sinceramente, eu nem sei onde estou.

- Entra aí, eu te levo.

- É que, não precisa... - tentei

- Você pode pegar uma pneumonia nesse frio. - ele saiu do carro e veio até mim - Vai dizer que não está com frio?

- Eu aceito sua ajuda, mas é porque não tenho escolhas... - falei

Ele estendeu a mão para me levantar. Eu apertei sua mão e consegui levantar com sua ajuda. Entramos no carro. Falei o endereço e ele estava dividido entre olhar para a estrada e para mim.

- Podemos ser amigos, já brigamos e já ajudamos alguém no mesmo dia. - ele começou - E agora estou te levando pra casa. É o começo de uma amizade, não é?

- O começo de uma amizade!

- Agora que somos oficialmente amigos, me diz o seu nome?

- Carla. - respondi - Mas preciso saber coisas sobre você, e você sobre mim.

- Meu nome é Nathan, tenho dois melhores amigos, Paulo e Caíque. Nós três temos uma banda e... O que precisa saber? - perguntou

- Bem, já sei que se chama Nathan, o nome dos seus melhores amigos, que vocês têm uma banda... Você mora sozinho?

- Não, moro com o Paulo e o Caíque. - respondeu - E você?

- Moro com minhas melhores amigas, Anna e Evelyn.

- Aquelas do avião?

- Sim. - sorri - O que vocês cochichavam olhando para a gente?

- Que vocês eram loucas...

- Não somos loucas!

- Loucas e bonitas - ele completou
Corei.

- Meu namorado é ciumento... - ele arregalou os olhos

- Tem uma namorado?!

- O nome dele é Tadheu, ele está morando fora do país, por isso, não nos vemos muito. - disse - Ele tem 26 anos e...

- Quantos anos você tem? - me interrompeu

- Hum... 23, e você?

- 23. - respondeu - Há quanto tempo conhece ele?

- Desde que eu tinha 16 e ele 19.

- Chegamos...

Reparei que havíamos chegado.

- Obrigada! - agradeci

- A gente se vê por aí...

- Tchau.

Desci do carro e entrei no prédio. Cheguei no meu apartamento e me deparei com barulhos e gritos. Isso é até normal de acontecer.

- Sai, eu não quero mais saber dessa brincadeira! - Anna falou nervosa

- Não sabe brincar! - Evelyn bufou

- O que foi agora?!

- Estávamos brincando de guerra de travesseiros e a fresca se revoltou.

- Fresca é você!

- Quietas! - gritei - A babá não pode sair um pouco que as crianças aprontam?

- Crianças?

Evelyn atacou em mim o travesseiro que segurava. Não me movimentei, apenas a fuzilei com os olhos.

- Onde passou o dia todo?

- Uma longa história... - falei - Ganhei um novo amigo.

- Quem?

- Lembra que brigamos com três garotos hoje? - elas confirmaram com a cabeça - Virei amiga do moreno, o Nathan.

- Legal! - Anna ironizou

- O Tadheu ligou. - Evelyn falou irritada - Por que ele liga no meu celular e não no seu?!

- Porque ele gosta de te irritar, fofa! - mandei beijos no ar

- Pode calar a boca, por favor? - pediu

Tomei um banho e coloquei minha camisola. Escovei meus dentes e fui para o meu quarto. Liguei para o Tadheu pelo skype e ele atendeu.

- Oi! - falei animada

- Oi... - ele disse nada animado

- O que aconteceu?

- Nada, só sono.

- Ah, então vai dormir e amanhã a gente se fala.

- Carla, eu fico por você. - ele sorriu

- Não quero te atrapalhar.

- Para de besteira, você sabe que eu faço tudo por você. - ele disse com um grande sorriso

- Hum... Ok.

- Diz o que fez hoje?

- Nada interessante... E você?

- Passei o dia escrevendo aquele livro que te falei.

- Tadheu, tenho certeza que você fará sucesso, você é um sucesso.

- O apoio que você me dá me faz sentir melhor e mais seguro. E nesse livro eu falo o tanto que te amo. Espero que goste.

- Vou adorar, tenho certeza!

- Amor, tenho que dormir...

- Ok. Te amo!

- Eu te amo!

Me deitei e fui dormir. Hoje o dia foi longo. Espero que amanhã seja um dia melhor.

Que Sorte A Nossa ( FLY )Onde histórias criam vida. Descubra agora