Cap. 22 - Nova Casa

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- Isso não depende só de mim, Anna.

- Tenho certeza que Noemi vai concordar em me deixar ficar, são apenas alguns dias. - tentei a convencer - Você é minha amiga ou não?

- Anna...

- Por favor? - implorei

- Ok, entre! - ela deu passagem para mim - Mas vai ter que dormir na sala.

- Não tem problema. - sorri - Obrigada, você é uma amiga de verdade, Paty. É uma pena não existir mais pessoas como você...

- E Carla sempre me julgando... - bufou

- Ela não te conhece de verdade, mas aposto que se ela soubesse como você realmente é, não te trataria desse jeito - falei e ela me abraçou

Caíque's POV

Cheguei em casa e bati a porta. Eu chorava sem parar. Estava com raiva dela, de mim... Ataquei vasos na parede, porta-retratos e almofadas no chão. Até Nathan e Paulo chegarem e me segurarem:

- Caíque, esse não é você. Por que você está agindo assim?!

- Me solta! - gritei

Eles me soltaram e ficaram me encarando assustados. Deslizei sobre a parede. Levei minhas mãos até meu rosto e voltei a chorar. Eles vieram até mim e se ajoelharam no chão.

- Caíque... - Paulo disse um pouco tímido - Anna não parecia estar mentindo. Ela te ama.

- Não era isso o que estava nas mensagens dela... - falei tirando as mãos de meu rosto - Eu podia esperar qualquer outra coisa dela, mas nunca imaginei que ela pudesse fazer isso comigo.

- Não tem como acreditar nela depois disso... E falando nela, para onde será que ela foi?

- Eu não quero mais ouvir falar nela. - falei me levantando - Podem me dar um tempo sozinho?

- Claro.

Nathan's POV

- Vamos ao shopping? - perguntei desanimado

- Não dá, eu marquei de sair com a Noemi... - respondeu olhando o relógio - A gente está ficando. Não consigo pedir ela em namoro, ela não parece ser a pessoa certa.

- E por que continua ficando com ela?!

- Talvez porque eu esteja carente...?

- Paulo, está iludindo a garota? - indaguei incrédulo

- Não, eu nunca disse que a amo e nem faço declarações. - respondeu calmo - Ela sabe que o nosso lance é só ficar.

- Hum... - suspirei - Depois a gente se fala.

- Até depois. - acenou

Andava na rua sem rumo. Estava tão distraído, perdido nas lembranças. Lembranças que envolviam Carla... A vez que nos conhecemos no avião. O jeito como ela ficou irritada. E depois, quando salvamos aquela menina. Eu não sabia que era ela, mas depois lhe reconheci... E mais tarde, quando lhe dei carona...

Sinto alguém se esbarrar em mim. Volto à realidade. Vejo Vicky no chão. Ela está verificando se ganhou algum ferimento quando caiu. Ajudo ela a levantar. Mas quando ela se levanta, nós dois ficamos muito próximos. Sinto sua respiração quente.

- Desculpa... - falei com seu corpo ainda colado ao meu - Eu estava... distraído...

- Está tudo bem.

Nos afastamos. Mexi no meu cabelo, estava nervoso. Ela estava de cabeça baixa, possivelmente envergonhada. Forço um sorriso:

- Como você está?

- Ah... Bem, e você?

- Levando a vida... - respondi suspirando - Tem falado com Tadheu?

- Hoje ele me ligou querendo saber se tinha notícias de Carla... - revirou os olhos - Ele quer que eu me relacione com você, quer que eu te faça esquecer dela.

- E o que você disse?

Começamos a andar lado a lado.

- Eu disse que iria tentar fazer isso... - suspirou - Ele está completamente louco, Nathan. Eu tenho medo do que ele possa fazer.

A abracei:

- Como não sou o único personagem dessa história, vou te apresentar as meninas. Elas vão te tratar bem, fique tranquila.

- Obrigada.

( ... )

Bato na porta com Vicky ao meu lado. Evelyn logo abre e, começa a caminhar pela sala com o telefone na mão. Entramos e ela parece não reparar a presença de Vicky, já que está concentrada na ligação:

- Não adianta, eu não vou pedir para ela voltar para cá ..... Ela foi embora por livre e espontânea vontade! ..... Você aceitou ela na casa de vocês porque quis, eu não sou obrigada a me rebaixar e implorar que ela volte, eu não vou fazer isso! ..... Paty, vá à merda!

Ela desligou o celular e o jogou no sofá. Virou-se e me viu. Sorriu e me abraçou.

- Nathan, o que faz aqui? - perguntou sorridente - Você já veio aqui hoje, e eu acho que o seu amor por mim não chegaria a esse ponto...

- E quem disse que eu te amo?!

- Clara! - ela gritou - Converse com a visita porque, eu não gosto de pessoas que não me amam. - revirou os olhos

- Hum... Evelyn, essa é Vicky. Vicky, essa é a Evelyn, e... - vi Clara chegar na sala - E essa é Clara, irmã da Carla.

- Ah, prazer - falou envergonhada

- Prazer! - Clara disse sorridente

- Ahn... Quem é ela? - Evelyn perguntou confusa

- Bem, Vicky é uma nova amiga. - respondi - Ela precisa da nossa ajuda, pois Tadheu anda a ameaçando. Por favor, sejam amigáveis com ela...

- Por que ele está ameaçando ela? - Clara indagou

- Porque foi ela quem te beijou, não foi? - Evelyn perguntou nervosa - Como diz que ela é sua amiga? Como tem coragem de dizer isso?

Ela parte para cima de Vicky e a enche de tapas e puxões de cabelo. Em meio aos gritos, eu e Clara ajudamos a separar as duas.

- Me solta! - gritou

Clara a soltou e ela começou a arrumar o cabelo. Suspirou:

- Você enganou Carla? Disse para ela que essa garota tinha te agarrado, mas acho que, você a beijou porque quis. E eu pensando que você gostasse dela de verdade...

- O que está acontecendo?!

- Clara, uma longa história... - falei - Evelyn, escuta. Ela está do nosso lado. Tadheu quer que ela se aproxime de nós para saber onde Carla está.

- E isso é estar do nosso lado? Se enturmar com a gente para saber onde Carla está? - perguntou indignada - Se ele achar Carla por sua causa, eu te mato!

- Evelyn, Vicky está sendo ameaçada por ele, ela não concorda com o que ele diz. Temos que protegê-la!

- Temos que proteger Carla!

Anna's POV

Ela desliga o celular e bufa. Resolvo falar:

- Escutei a conversa. Só acho que você deveria ter falado antes que não me queria aqui.

- Não é que eu não queira você aqui, é que...

- Ok, eu vou ir embora... - a interrompi

- Não, você pode ficar. - ela disse jogando um pano em mim - Mas para ficar vai ter que arrumar a casa.

Que Sorte A Nossa ( FLY )Onde histórias criam vida. Descubra agora