Capítulo 15

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Duas semanas. Any suspirou encarando a janela.

Duas semanas que estava casada com o Duque. Duas semanas que estava trancada naquela mansão horrível sem poder ver seus pais ou sua irmã. Any sabia, através de Manoela que cartas de Dulce e Marichello haviam chegado para ela, mas o Duque queimara todas elas proibindo sequer a Manoela mencionar as cartas. Porém Manoela atrevia-se a contar sobre as cartas a Anahí, mas infelizmente o Duque as queimava antes que Manoela pudesse descobrir o conteúdo delas.

- Senhora Duquesa? Quer alguma coisa?

- Não obrigada. Apenas me responda uma pergunta. A porta da biblioteca continua trancada?

- Sim senhora. O Duque me proibiu de manter as portas de lá abertas. As ordens são limpar a biblioteca de manhã e lhe entregar as chaves. Se elas estivessem comigo eu as emprestaria, sei o quanto gosta de ler.

- Tudo bem Manoela, já fizeste muito por mim, não quero coloca-la em posição desfavorável com o Duque.

- Ele a esta punindo severamente, a trata como se a senhora fosse a empregada dele e não esposa.

- Acredite preferia mil vezes ser a empregada e se puder não me chamar de Duquesa agradeço. - suspirou.

- Sim senhora. Mas querendo ou não és a esposa do Duque, não tens obrigação de fazer as coisas que ele lhe ordena. Ele a está humilhando.

- Contanto que fique longe de meu quarto aceito que continue me humilhando. Eu preferia a morte a este casamento, mas por alguma razão até hoje Deus não ouviu minhas preces. - suspirou.

- Oh senhorita, por favor, não diga isso. - a mulher fez o sinal da cruz. - Deus pode ouvi-la. E o Duque só está irritado assim por conta dos comentários. A vila toda diz que você não o ama e morrerá antes de lhe dar um herdeiro como ocorreu com suas outras esposas.

- Se fosse de minha vontade isso já tinha acontecido. - suspirou e lembrou-se de Alfonso. - Talvez eu deva procurar algumas ervas venenosas como a última senhora desta casa fez. - completou sem emoção.

- Não diga tolices, vou buscar um refresco, de certo o calor não a está deixando pensar direito.

Manoela se afastou às pressas e Any sentou no sofá suspirando. Colocou a mão no bolso do vestido, mas a porta se abriu e a voz do Duque invadiu o lugar causando-lhe arrepios.

- Anahí!

Ela ficou de pé na mesma hora, o Duque atravessou a porta chegando a sala de estar e a puxou pelo braço.

- Ajoelhe-se. - ordenou.

Anahí fez o que lhe foi ordenado. Duque Willian sentou-se na poltrona e ela ajoelhou-se aos seus pés.

- Agora tire as minhas botas.

Anahí fechou os olhos e respirou fundo. Desde que a flagrara tocando piano o Duque a humilhava ordenando que fizesse os serviços dos empregados. Um deles, algo que nem os empregados faziam era lhe tirar os calçados sempre que chegava da vila. E ela era obrigada a executar a tarefa ajoelhada no chão aos pés dele.

Ela puxou as cordas com destreza e puxou o sapato, o cheiro dos pés dele lhe causou náuseas.

- Agora suba e vá preparar meu banho. - ele segurou o rosto dela com força suficiente para machucar. - Já sabe dois baldes de água fervento e um de água fria. - ele a olhou nos olhos.

- Sim senhor! - ela respondeu se soltando dele e ficou de pé.

Ao ir pra cozinha ela encarou as mãos machucadas pelo esforço de subir as escadas com os baldes e pelas queimaduras que a água quente lhe provocaram. Os empregados, principalmente Manoela quiseram ajudar, mas o Duque proibiu a todos. Jurou que mandaria para o olho da rua a pessoa que ele visse carregando o balde de água ou ajudando Anahí a fazer o mesmo.

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