Cap. 11 - O que você está fazendo aqui?

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Lá estava ele, em minha frente, invadindo meu santuário que era o estúdio de dança. Perguntei novamente, para garantir que aquilo não era minha mente me pregando uma peça.

- O que você está fazendo aqui?

- Vim me inscrever. - com o sorriso safado no rosto aumentando cada vez mais.

Eu estava começando a entender qual era a dele. Ele gostava de me desafiar.

- Como é? - questionei, com os olhos semicerrados em sua direção.

- Ué, você não me viu dançando? Eu sou muito ruim. - e de fato, ele era. - E quando eu vi você na pista de dança... eu fiquei de queixo caído! Depois de assistir ao vídeo no seu perfil, decidi vir me inscrever. Quem sabe um dia eu não danço como você?

Ele fazia aquilo de propósito, não era possível! Ele estava querendo mexer comigo, confundir minha cabeça, me sacanear ou sabe-se lá o quê. Mas eu não permitiria. Não ali, em um dos meus lugares favoritos no mundo todo.

- Vem, vamos lá para fora. - disse, puxando-o pelo braço. Os olhos de Ângelo estavam sobre mim, me perguntando silenciosamente por que raios eu estava sendo tão hostil com um potencial cliente.

Fui carregando Eduardo pelo braço até chegarmos na calçada em frente ao estúdio. Seu olhar já denunciava que ele esperava um ataque de ira vindo da minha parte, e ousava dizer que, baseado em suas feições, ele até ansiava por isso. No último segundo, entretanto, decidi controlar minhas emoções. Não iria começar uma briga com ele.

- O que você quer? - perguntei, me controlando ao máximo para não começar a xingá-lo ali mesmo.

- Que você responda minhas mensagens! - respondeu Led, exasperado.

- Para quê? O que você quer comigo?

- Aconteceu um negócio e eu precisava te contar.

Para ele dizer aquilo, só poderia ser sobre Mabel. A preocupação automaticamente voltou a brotar em peito.

- O que houve? É sobre a Mabel?

- É sim... Ela... - ele parou, pensando em como me dizer o que quer que tinha acontecido com minha amiga.

- Fala, o que foi? - sacudi ele pelos ombros, começando a ficar desesperado.

- Ela me chamou para ir ao cinema.

Inicialmente, a sensação de alívio se apoderou de mim. Para ser seguida de uma raiva crescente associada à descrença.

- Ela te chamou para ir ao cinema? Era isso o que você precisava tanto me dizer? - tive que perguntar, ainda não acreditando em tudo aquilo.

- É! Depois que a gente saiu junto, ela continuou conversando comigo e me fez o convite... - ele respondeu, passando as mãos pelos cabelos, ato que eu já estava começando a me acostumar.

- E você? O que respondeu?

- Eu... aceitei.- Led começou a se justificar após ouvir meu "Eu não acredito que você fez isso!" - Eu não consegui dizer que não, ela sempre foi muito gente fina comigo! Mas eu me fiz de desentendido e dei a entender que achava que seria com todo mundo. Com você e as meninas.

Só pode dar uma risada irônica em resposta. Além de fazer besteira, ainda me envolvia!

- Eu vou tentar resolver isso. Mas agora me diz, você veio até meu curso de dança só para me dizer isso?

- Vim, ué! Você não respondia minhas mensagens! - estranhei seu embaraço ao responder minha pergunta. E foi então que percebi que ele não estava ali somente por isso. Havia mais.

Vem Comigo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora