Cap. 17 - Eu acho que te amo.

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Acordei ainda com Led em meus braços, como se não tivéssemos nos movido durante todas as horas em que dormimos juntos. Não pude evitar assisti-lo dormir. Zeus, como ele era bonito! Não me referia apenas à beleza física, apesar de esta ser inegável. Eduardo era dono de uma beleza que transcendia a forma exterior; aquele menino-homem, espontâneo, irônico, dono de si, mas ao mesmo tempo tímido, confuso, revoltado me encantava de modo que sua aparência havia se tornado apenas uma pequena parte do todo.

Eu queria estar com ele sem prazo de validade, eu queria poder admitir ao mundo que estava apaixonado por ele e continuaria assim por um bom tempo se dependesse de mim. Meu pensamento da noite anterior não havia mudado: eu não precisava esperar que Eduardo vencesse sua barreira e me pedisse em namoro quando eu mesmo poderia fazê-lo. O problema era que Eduardo não era do tipo convencional. Como pedi-lo em namoro de um jeito especial, que fosse marcante para os dois?

Após chegar a uma ideia que não era lá muito original mas servia para o momento, coloquei-a em prática, aproveitando o sono pesado de Eduardo. Saí do apartamento, deixando-o sozinho por algumas horas. Foi tempo o suficiente para fazer a surpresa, exercitar meu lado cineasta e ainda ter tempo de preparar um café da manhã especial antes de acordá-lo. Quando retornei, Eduardo ainda dormia o sono dos justos; não acredito que enquanto estive fora ele tenha acordado por um segundo. Ainda tive a oportunidade de deixar uma mensagem inusitada a ele: escrevi um grandíssimo "Bom dia!" no espelho do banheiro para quando ele acordasse. O que não parecia que aconteceria tão cedo. A ressaca pareceu tê-lo vencido.

Após voltar ao quarto, observei que Led ainda dormia profundamente.Tive tempo para atualizar o assunto com minhas amigas. Passei algum tempo ocioso trocando mensagens e me atualizando sobre a vida online de todos. Ao acessar a internet, esperando-o acordar, me deparei com uma mensagem que me garantiu que aquele seria um bom dia.

"Melhor noite da minha vida!!!! A gente tá junta!!!!" escreveu Thaisa. Foi o suficiente para saber o que estava acontecendo enquanto eu estava longe.

Finalmente! Parecia que as coisas estavam começando a se organizar, que o universo estava começando a conspirar a nosso favor! Nina e Thaisa juntas! Quem diria que seria assim tão fácil! Conversei por um bom tempo com Thaisa, que me contou como Nina havia mudado com ela nas últimas semanas, como estava mais carinhosa e próxima e como havia se dado o fatídico momento de as duas ficarem juntas, com mais detalhes do que eu gostaria de saber. Saber que as duas estavam juntas me deixava feliz. As duas, por mais diferentes que fossem, se completavam e mereciam nada menos do que todo o amor do mundo. Desejei felicidades a Thaisa e desconectei.Agora era só faltava Mabel. Uma vez que ela estivesse plenamente feliz com o modo que sua vida estava, as coisas se encaixariam! Então eu poderia admitir meu relacionamento com Eduardo e tudo seria perfeito.

Já sem muita paciência para o sono de Eduardo, que parecia não ter fim, decidi que era hora de acordá-lo. Ou perderíamos o dia com ele dormindo.

- Hey, acorda! Vai passar o dia dormindo? – perguntei, pulando em cima dele e bagunçando seu cabelo.

- Não, me deixa dormir... – Eduardo miou, virando para o outro lado e abraçando meus travesseiros. Ele parecia bem confortável em meio as minhas coisas, o que de certa forma me deleitava.

- O café da manhã vai esfriar, am... - o "or " estava na ponta da lingua, mas a falta de coragem me interrompeu. - ...igão! Amigão!

Amigão? Sério mesmo, Samuel Lanza? Amigão?

Essa frase o fez abrir os olhos e o sorriso de canto brotar.

- Amigão, é? Sei... – ele riu um pouco de mim, me puxando para junto de si e me dando um beijo baforento. – Que horas são?

Vem Comigo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora