Cap. 15 - Ele estava se aventurando comigo.

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Eu não sabia onde enfiar minha cara. A expressão de curiosidade da mulher parada à porta só me constrangia ainda mais. De todas as maneiras que pensei em conhecer a mãe de Led e Luana, aquela era a última na lista. Eu, semi-nu no meio da sala, com tudo a volta indicando que duas pessoas "dormiram" ali, encarava uma senhora vestida elegantemente, claramente voltando de viagem e provavelmente se perguntando quem era aquele estranho em seu apartamento.

- E você, quem é? - perguntou a mulher, num tom mais amistoso do que deveria ter sido.

- O-oi... Muito prazer, eu...

- Mãe? - Led apareceu de surpresa na sala.

- Oi, meu filho! - respondeu sua mãe, dando um abraço nele e um beijo em sua bochecha.

Foi então que notei que Eduardo também estava só de cueca.

Meu Zeus.

Qualquer idiota que entrasse naquela sala saberia exatamente o que aconteceu. Será que dava para aproveitar a porta ainda aberta e sair correndo para nunca mais voltar?

- Por que você não me avisou que já estava de volta? - perguntou Led a sua mãe.

- Ah, meu filho, foi tudo tão corrido que eu aproveitei para fazer uma surpresa para vocês. Falando nisso, onde está sua irmã?

- Foi dormir na casa de uma amiga. - despistou Eduardo, mas eu e ele sabíamos que a amiga era um barman alto, tatuado, simpático e muito interessado em Luana.

Enquanto os dois conversavam, fui discretamente revirando a sala com os olhos, atrás da minha roupa, mas não as encontrei. Então, lembrei que no calor da noite passada, elas haviam sido arrancadas no quarto de Led e por lá elas haviam ficado. Até aí, não havia tanto problema.

O problema na verdade foi quando, revirando a sala com os olhos, encontrei um par de pacotes de camisinhas abertas perto do sofá.

Meu coração queria sair pela boca. Eu precisava desesperadamente arranjar uma maneira de esconder aqueles pacotes sem ela perceber. Fui discretamente seguindo na direção do pacote enquanto observava Led conversando com sua mãe. Os dois pareciam entretidos na conversa, me dando certo tempo para me aproximar do sofá. O problema seria para abaixar e pegá-las sem eles perceberem. A não ser que...

Ao alcançar o local da perdição, automaticamente empurrei o pacote para debaixo do sofá com o pé, com toda a força que tinha. Mas não contava com a topada que dei no sofá, que me fez xingar um palavrão bem alto. Na frente da sogra.

Quando percebi, as atenções estavam todas voltadas para mim. A cara de Eduardo, que me dizia "o que diabos está acontecendo?" enquanto sua mãe me olhava com ar de "quem é essa pessoa estranha?" me fizeram lembrar que nós ainda não havíamos sido apresentados.

- E quem é esse jovem tão bonito? - perguntou ela para Led. Se eu não achasse que ela estava sendo irônica, teria ficado envaidecido.

- Ah, mãe, esse é o Samuel. Samuel, essa é a Helena, minha mãe. - Eduardo nos apresentou, enquanto recolhia as malas da mãe e fechava a porta.

Eu não poderia ir até ela somente de cueca enrolado em um edredom e apertar sua mão como se nada estivesse acontecendo. Apenas acenei à distância, enquanto ela, acredito que por educação, me abriu um sorriso.

Não fosse essa cena bizarra, o que me intrigava era o comportamento de Eduardo, que agia como se o fato de os dois estarmos em roupas de baixo no meio da sala em frente a sua mãe fosse algo que ele fizesse todo fim de semana. A não ser que, é claro, fosse algo que ele fizesse todo fim de semana.

Vem Comigo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora