Cap. 16 - Vocês estão juntos?

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- Não, nós não estamos juntos! – respondi a Thaisa, que ainda tentava entender o que acontecia ali. Não tentei explicá-la no entanto. Apenas segui meu olhar em direção a Luana, que silenciosamente me dizia para seguir atrás dele.

Pedi licença para "ir ao banheiro" e corri em direção à saída da boate, esperando encontrá-lo antes que ele tivesse tempo de entrar em um táxi e sumir dali, mas não havia ninguém do lado de fora. Talvez fosse tarde demais.

E tudo por um mal-entendido! Merda! Merda merda merda!

Voltei para o interior da boate, pronto para me despedir e seguir atrás dele nem que fosse até sua casa, quando o vejo parado no bar, conversando com alguma garota. Que claramente estava querendo mais que apenas conversar. Sua olhada rápida em minha direção para em seuigda ignorar minha presença me dizia exatamente que ele o que ele pretendia: ele queria apenas se vingar de mim, me causar ciúmes. E adivinhem só? Ele estava conseguindo.

- Dá licença! – pedi à garota que conversava com ele, enquanto ele não dava a mínima atenção ao que ela falava. Seus olhos estavam perfeitamente focados em mim.

- Hein? Eu tô aqui conversando com ele e você... - não me dei ao trabalho de tentar ser educado dessa vez e gritei, chamando a atenção das pessoas ao redor. 

- SAI!

A garota olhou para Led.

- Deixa a gente conversar, por favor. - ele disse, e então ela saiu, mas não sem antes me xingar em voz baixa.

Agora que tinha a possibilidade de me explicar, notei que me faltavam palavras. Eu corri tanto atrás dele que percebi que não fazia ideia do que diria quando o encontrasse. "O cara me beijou, o que eu poderia fazer?" não me parecia um bom começo. Mas eu tentaria de qualquer jeito.

- Olha, não é nada disso, eu mal conheço ele e... - comecei.

- Ok.

- ... eu nem queria ficar com ele, eu estava lá para...

- Tudo bem.

- ... falar para todo mundo que eu tô com você! Espera...

Assim que percebi o que ele falou, me interrompi, assim como ele também parecia surpreso pelo que eu havia acabado de falar. "O quê?" foi a pergunta que fizemos em uníssono logo em seguida.

- Está tudo bem com a gente? – perguntei, sem ter certeza que era o que eu tinha ouvido.

- Bem, não está não. Eu quero ir lá na varanda e socar a cara daquele imbecil até arrancar os dentes dele. Mas eu sei que não foi culpa sua. – senti uma onda de alívio ao ouvir aquilo.

- Você não é ciumento mesmo, não é?

- Hoje eu descobri que sou mais do que achava que era. – aquela frase me fez abrir um sorriso. – E que papo é esse que você ia falar a verdade para todo mundo?

- Eu ia. Na verdade eu vou. Você tem sido incrível comigo, e não é justo eu ficar escondendo isso de todo mundo quando eu sei que você quer poder...

- Espera, espera, espera. - ele me interrompeu.

- O quê, o quê, o quê?

- Você ia fazer isso por mim?

- ...ia.

Em vez de abrir aquele sorriso de canto que eu tanto adorava, ele teve uma atitude que me surpreendeu: ele revirou os olhos.

- Tá errado, Samuel.

Epa. Como assim?

- Que papo é esse? – perguntei, desconfiado.

Vem Comigo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora