Cap. 13 - O que vai ser da gente agora?

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Os dias seguintes ao nosso primeiro beijo foram maravilhosos. Conversava todos os dias com Edu, apesar de ter aprendido que telefone era uma coisa que ele iria evitar ao máximo que pudesse. Conversas por mensagem ou webcam funcionavam melhor com ele. 

Ainda não havíamos nos encontrado ao vivo após a noite chuvosa, por isso ainda não havíamos decidido nada sobre nossa "relação". Éramos apenas dois caras nos conhecendo e gostando da direção para onde tudo aquilo estava seguindo.

Nossas conversas eram sempre divertidas, de assuntos sérios aos mais banais; de um jeito ou de outro ele sempre me fazia rir. E a melhor parte de todas: finalmente eu havia conhecido alguém que não se comportava seguindo um livro de regras idiota. Ele enviava mensagens ou chamadas por vídeo sem pensar duas vezes. Não existia essa de "esperar um tempo" ou "deixar ele correr atrás". Ele sabia o que queria e não pensava duas vezes em correr atrás. Se ele estava a fim de conversar comigo, ele ligava e pronto. E eu adorava essa espontaneidade.

As coisas só não eram perfeitas por não poder contar a minhas amigas tudo o que estava acontecendo. A sensação de culpa por não ser honesto com Mabel desde o começo me corroía profundamente. O arrependimento surgia nãos momentos mais inconvenientes: durante minhas conversas com Eduardo, antes de dormir ou mesmo durante as aulas na faculdade. Ela me perseguia e persistia como uma sombra. Mas eu a jogava para o fundo do baú, tentando ignorá-la ao máximo. Aquele não era o momento para lidar com a situação, não ainda.

Outro motivo da minha preocupação era com a entrevista que se aproximava. O medo de não ser selecionado crescia, mas esse medo era melhor controlado. Afinal, não havia muito que eu pudesse fazer. Apenas me preparar e tentar dar meu máximo na entrevista que viria.

Todos esses temores eram esquecidos, no entanto, nas noites em que a chamada de vídeo chegava. Era o melhor momento da noite, o momento que eu mais esperava. Acordava pensando nas mensagens de bom dia, passava o dia na universidade olhando para o celular, mas as noites eram a melhor parte. Era a noite que me interessava. Trocávamos mensagens rápidas ao longo do dia, minhas aulas na faculdade e as dele no mestrado nos impediam de dar uma continuidade longa à conversa. Mas tudo se aprofundava durante a noite: as longas conversas, poder vê-lo mesmo que pela câmera do computador, assisti-lo gargalhar após um comentário irônico meu. Tudo era compensado pela longa espera ao longo do dia.

Em uma dessas noites, cheguei em casa para ligar o pc e automaticamente receber uma chamada de vídeo dele.

- Ei! – ele me disse assim que atendi. O som do rock ecoando em seu quarto gigantesco atrás de si abafava o som de sua voz, mas isso não me impediu de perceber a parte mais importante de todo o vídeo: Eduardo estava com o torso nu em frente à câmera, com seu corpo perfeitamente desenhado à mostra. Era a primeira vez que o via sem camisa.

E Zeus, ele nunca pareceu tão sexy.

- Olhos para cima! – ele brincou. Automaticamente percebi que estava dando muita bandeira com meu olhar indiscreto.

- Mas como você sabe para onde eu estava olhando? Não vem dizer que dá para saber pela câmera.

- Sua cara de bobo me deu uma ideia. Aí, foi só jogar verde. – e aquele sorriso safado apareceu mais uma vez no rosto dele. – Mas pode ficar tranquilo que ao vivo é bem melhor.

Eu não via a hora de comprovar aquilo.

- Você sempre foi convencido assim, é? – impliquei.

- Sempre! – ouço a voz de Luana me respondendo e de repente sua imagem aparece atrás de Eduardo, com um sorriso no rosto. – Esse aqui não tem mais salvação não! E aí, querido, como você está?

Vem Comigo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora