Vem Comigo (Romance Gay)

Cap. 12 - PERIGO!

Led riu com minha pergunta.

- Caramba, você reclama quando eu caçoo de você, mas também não me ajuda! Tem que ser mais rápido, Samuel! - ele brincou, me fazendo encará-lo com olhos semicerrados.

- E então? - persisti, esperando a resposta.

- Não é sua vez de perguntar, é minha.

- Aaaah, não! - reclamei e bufei em seguida, fazendo-o rir mais um pouco.

- Ok, minha vez. Mas você tem que ser sincero! - ele pediu, e eu apenas concordei. - Você estava com ciúmes de mim ou da Mabel na festa?

Estava na hora de acabar com aquele joguinho. Eu precisava entender o que ele queria me levando ali, o por quê dos elogios e de todo o flerte. Se ele queria tanto saber, e se ele precisava dessa resposta para que eu soubesse o que ele tanto queria, eu falaria.

- Dela. - ele fez uma cara pensativa, e eu continuei. - Com você.

Aquele sorriso tão lindo apareceu mais uma vez. E toda aquela situação me deixava cada vez mais curioso.

- Você tem um jeito bem estranho de demonstrar isso. Enquanto a maioria das pessoas tentaria dar em cima de mim, você foge ou é hostil. Por quê?

- Primeiro, até onde eu saiba, você é hétero! Não faz o menor sentido eu dar em cima de você! E você estava com a minha melhor amiga! Lembra? - perguntei de maneira sarcástica, fazendo-o passar a mão mais uma vez pelos cabelos.

- Aquilo foi um erro, ok? Ela é linda e muito legal, mas termina aí. Não tem mais nada.

- Eu não te entendo! Você está dando em cima de mim, é isso?

- É isso mesmo.

Assim. Na lata.

Por um segundo meu coração parou.

Então eu não estava tão errado assim. Ele realmente estava a fim de mim. Mas convenhamos que ele tinha um jeito bem mais estranho que o meu para demonstrar. Ou... aquilo devia fazer parte de uma brincadeira muito sem graça.

- Você está de sacanagem comigo. - acusei, desconfiado.

- De sacanagem com você? Eu nem comecei a sacanagem contigo. E acredite em mim, quando eu começar você vai gostar.

Eu não consegui evitar ficar vermelho ao ouvi-lo falando aquilo. A ereção também foi inevitável. Meu Zeus, o que estava acontecendo ali? Ainda bem que eu estava sentado, senão teria passado vergonha.

- Mas... você gosta de garotas.

- Também. - ele complementou, de maneira explicativa.

- Também?!

- Também. - ele reafirmou, me encarando com o sorriso de canto.

- Eu não confio nem um pouco em você.

- Por que não?

- Porque não faz o menor sentido você ter me trazido aqui para me falar isso. Quer dizer, você vai dizer que está atraído por mim pela minha inegável beleza ou pela minha personalidade cativante que te conquistou após todas as nossas conversas amigáveis?

O ridículo ainda assentiu. - Deve ter sido isso mesmo.

- Ridículo! - xinguei e ele riu.

-Sério, não vamos começar o filme de sessão da tarde onde você me pergunta o que me atraiu em você. Eu estou atraído por você, e é isso. Só aceite.

Ao responder aquilo, um clima estranho tomou a mesa. Eu não sabia para onde seguir com aquela nova (e valiosa) informação. Nós não poderíamos simplesmente seguir nossos impulsos e nos beijar ali, do nada. E também aquele clima ainda estava muito estranho para que a vontade surgisse. Era como uma mesa redonda ou um encontro científico sobre o que sentíamos pelo outro. Tudo muito frio, calculista. Como se nossa atração mútua fosse um sapo sendo dissecado na aula de biologia. Não havia tesão que resistisse àquilo.