Cap. 20 - Toda a minha calma e aconchego se dissiparam.

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- Eu vim falar com a Maria Isabel.

- Ela não tem nada para falar com você, então pode dar o fora! - que audácia daquele cara de aparecer ali, de cara lavada, como se nada tivesse acontecido!

- Para sua informação, foi ela que me chamou aqui. – ele me respondeu, com ar de desprezo.

Como era? O que a Mabel queria com aquela tentativa bem sucedida de merda? Minha vontade naquele momento era de enfiar meu punho no meio da fuça daquele idiota.

- Ah, claro! Porque você não é um sádico mentiroso e tudo o que você fala deve ser acreditado! Certamente eu vou acreditar no que você diz.

- Ele está falando a verdade, Sami. – ouvi a voz de Mabel me interrompendo.

- Mas... por quê...? – perguntei a minha amiga, confuso. – Mabel, esse cara...

- Eu ia te contar, mas então o telefone tocou... – falou Mabel, claramente se sentindo culpada pela situação.

- Vem, a gente precisa conversar. – falei, puxando Mabel pela mão, ignorando completamente a presença daquele ser maligno ali.

- Escuta, ela me chamou aqui para conversar comigo. – disse Marcelo, se intrometendo. - Ela conversa contigo depois.

- Cala a boca! – falei, olhando diretamente em seus olhos. Ele podia ser grande mas não era dois. E eu estava doido para dar um soco muito bem dado no meio do nariz dele.

Não dei tempo a ele para continuar, simplesmente puxei Mabel e fomos conversar a sós.

- Você está louca? Por que você chamou ele aqui? Esse cara é um sociopata! – iniciei o puxão de orelha assim que nos encontramos a sós.

- Ele apareceu lá na faculdade esses dias pedindo para falar comigo. – ela me respondeu, e logo continuou ao perceber minha expressão de ódio. – Mas eu toquei ele para longe! Não dei a ele nem a oportunidade de começar!

- Por que você não me contou isso antes?

- Porque você nunca tem tempo de conversar comigo direito, Sami!

Aquela frase entrou como uma faca. Eu estava muito relapso com minhas amigas, sabia disso. Estava na hora de tentar começar a reverter aquele quadro.

- Então...? O que ele está fazendo aqui?

- Eu não aguentei, Sami... Eu preciso saber o que ele quer falar para mim!

- Mabel, não! Esse cara te enganou, mentiu para você descaradamente, intencionalmente... Ele te fez mal! – argumentei, exasperado. - Você não tem nada para falar com ele! Você não pode! E eu te amo demais para te ver sequer cogitando passar por isso de novo!

- Eu sei, você tem razão... – disse, com ar triste. – Mas tenta entender. Ele foi o único cara que me deu uma oportunidade. Eu tenho história com ele. Acho que ao menos isso eu posso dar a ele, em respeito ao que a gente teve. Eu só quero ouvir o que ele tem para dizer, entende?

- Não, eu não entendo! Você não deve nada a ele. Bel, você é a melhor pessoa que eu já conheci nesse mundo todo! Você merece tão mais que um tipo que nem esse! E não acho que... – fui interrompido pelo som do meu telefone tocando (um telefone antigo e provisório para substituir o meu que havia sido destruído). Era Thaisa. – Segura que a conversa não acabou.

Ainda estava muito chateado com minha amiga e achava que ela ainda precisava ouvir bastante, mas resolvi atender. Tinha tempo que não falava propriamente com minha outra amiga e não atendê-la não parecia de bom tom, nem que fosse somente para avisar que já ligava de volta.

Vem Comigo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora