Cap. 32 - Eu vou atrás dele.

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- Ok, eu prometo. – me ouvi dizendo, após ouvir as mesmas palavras vindo de Rafael. Eu não entendia bem como Helena poderia esperar aquilo de mim, sabendo que Led e eu não estávamos mais juntos. Mas eu não poderia negar aquilo a ela. Não naquela situação, e não depois de ela ter sido tão receptiva e amorosa comigo desde quando eu a havia conhecido. Ter me aceitado tão bem junto a seu filho e me recebido em sua casa como se eu mesmo fosse parte da família... Não era qualquer mãe que teria aquele tipo de comportamento. E eu falava por experiência própria.

Assim que me despedi dela e de Rafael tendo em mente a promessa que havia acabado de fazer a ela sobre seu filho, peguei meu celular e liguei para Edu querendo saber onde ele estava. Mas ironicamente, era a vez dele de não atender minhas chamadas. Luana também não me respondia. Que péssimo dia para não atender celular.

Na verdade, que péssimo dia. Ponto. Sem a necessidade de qualquer complemento.

Eu ainda não podia acreditar em tudo aquilo. Ou não conseguia entender como tudo aquilo funcionava. Led e Luana se tornaram muito unidos após a perda do pai, mas aquela era uma ferida que ainda não havia cicatrizado nos dois. E agora uma notícia daquelas?

Não era justo. Os dois eram os últimos que mereciam uma notícia daquelas.

Não demorou muito para eu chegar à conclusão do lugar mais provável onde Led poderia estar. Segui em direção ao tão conhecido shopping e fiz todo o malabarismo necessário para ter acesso às escadas sem ser visto. Todas as vezes que fazia aquele caminho, ficava pensando em como o pai de Led descobriu o terraço. Até pela dificuldade de chegar até lá e a necessidade de fazê-lo escondido. Não parecia muito o tipo de comportamento do dono de uma empresa multi-milionária ficar se esgueirando por um shopping center para chegar a um terraço.

Pensava nisso quando atingi o tão conhecido topo do prédio. Ao abrir a porta que dava acesso ao terraço favorito de Led, encontrei-o sentado em seu lugar de sempre. 

Conversando com Tatiana.

Nenhum dos dois havia me visto ali, e eu não atrapalhei a conversa que estava tendo. Não sabia do que a conversa dos dois se tratava, mas não me senti (muito) incomodado. Suas feições eram sérias e eu imaginei que aquilo não se tratava de um encontro de pretendentes indo tomar um sorvete. Fiquei ali até que o assunto terminasse e eles se despedissem com um abraço. Assim que Tatiana se virou para caminhar em direção aonde eu estava, a surpresa estampou o rosto dos dois.

Mas não que aquilo me interessasse.

Com a mesma rapidez que a expressão de surpresa surgiu no rosto de Tatiana, ela desapareceu. A ex-namorada de Led seguiu em minha direção e ao passar do meu lado, ela pôs a mão em meu ombro.

- Ele precisa de você agora. – ela disse, me olhando diretamente nos olhos.

- Por isso eu vim.

- Ok. Boa sorte. – ela me desejou e partiu. Talvez de vez. Naquele momento vendo-a descer as escadas, tive a certeza que se tivéssemos nos conhecido em outras circunstâncias, teríamos sido bons amigos. Mas sempre seríamos os dois que dividiam aquele espaço sagrado com Led. E eu a respeitava (e detestava) por isso.

Ao fundo, Led apenas observava nossa breve conversa, tentando entender o que se passava entre mim e Tatiana. Assim que me despedi dela, segui em direção a Led, que me encarava.

- Não é nada disso, ok? – ele iniciou, na defensiva. – Aposto que você já está pensando besteira por eu ter chamado ela e...

- Eu não estou pensando nada, Eduardo. – o interrompi, mas o fato de chamá-lo de Eduardo inconscientemente me avisou que talvez eu estivesse um pouquinho incomodado com o fato de ele estar com ela ali e não comigo. – Eu não estou aqui para te cobrar nada. Eu só vim ver como você estava.

Vem Comigo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora