Cap. 33 - O casal que sempre deveríamos ter sido.

2.5K 222 76
                                    

- Você se lembra quando a gente se conheceu?

- Claro que lembro! Você estava pensando em pular do prédio da Nina...

Estávamos deitados abraçados na cama de Led, aquela cama da qual eu havia sentido tanta falta nos últimos meses, e ainda assim parecia tão confortavelmente familiar. O braço de Led ao redor do meu pescoço, o toque de sua pele na minha, aquele perfume dele que sempre me foi tão marcante. Todo aquele momento em específico me fez voltar até o dia em que a gente se conheceu - enquanto aparentemente o fazia zapear pela TV com sua mão desocupada.

- Eu não ia pular! – me defendi, dando uma cotovelada em sua barriga.

- Claro que não ia. – ele respondeu, rindo da minha cotovelada. – Comigo do lado, quem iria pensar em pular?

- Pois eu estou pensando em pular agora mesmo. – respondi, ironizando sua resposta completamente convencida. – Ou em te jogar, ainda não decidi.

Ele riu ainda mais e me deu um beijo rápido em resposta.

-E lembro mais. – ele continuou. – Lembro que você tentou pagar de hétero para cima de mim.

- EU? – perguntei, embasbacado com aquela acusação. – Eu fiz isso? Eu não fiz isso! Onde que eu fiz isso? Você está louco!

- Não estou não. Lembro muito bem quando dei em cima de você dizendo que você não conseguiria ficar longe de mim e você veio cheio de "que papo é esse, tá me estranhando?".

Caralho. Ele tinha razão. Eu tinha feito aquilo. Mas parecia outra vida naquele momento.

- Primeiro, dizer que eu não conseguiria ficar longe de você depois da festa não constitui dar em cima, ok? Se você achou que aquilo era dar em cima, você é péssimo nisso.

- Você está aqui, não está? – ele me interrompeu com aquele odiável lindo sorrisinho de canto.

- Segundo! – falei mais alto para mostrar que eu estava ignorando seu comentário. – Se eu paguei de hétero, você mereceu.

Respondi e emburrei a cara, fazendo-o rir e se jogar em cima de mim.

- Eu mereci? – ele perguntou na defensiva, enquanto ria da minha cara emburrada com o rosto perigosamente próximo ao meu. – Por quê?

- Por quê? Porque você foi um idiota estúpido que além de ficar cheio de graça, ficava pegando minha comida, tomando minha bebida e... Zeus, você deu em cima da Mabel naquela festa! – de repente eu me lembrei daquele fato, que também parecia ter acontecido em outra vida.

Ele automaticamente arregalou os olhos ao lembrar de tudo aquilo.

- Cacete, você pegou a minha melhor amiga! – constatei, atônito. Lembrar daquilo, por mais que não fosse tão incômodo quanto tinha sido há um tempo, ainda não era completamente indiferente para mim. Mas naquele dia, eu decidi fazer graça da cena. Com um pouco de drama junto, claro. - Sai de cima de mim, anda!

Disse isso e o empurrei para seu lado da cama, mas ele resistiu bravamente, tentando me prender entre seus braços.

- Não! Aquele lá não era eu!

- Ah, não, Bergenthal? Era quem, seu gêmeo malvado? – perguntei, me forçando para não rir do seu esforço em me manter entre seus braços.

- Você conheceu o Zeferino então?

- Que mané Zeferino, Eduardo! – disse, e não aguentei, caindo na risada das idiotices do meu namorado. – Sai de cima, anda!

- Nunca! – ele respondeu, parecendo uma aranha tentando me prender também pelas pernas. - Eu prefiro morrer que perder a vida!

Vem Comigo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora