V.H

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Eu via e ouvia as coisas acontecerem, não conseguia falar nem me mexer.

— Calma — falou Scott — estamos indo para o hospital.

Tudo o que eu via era um borrão. Olhei para cima, vi as luzes e apaguei.

Acordei em uma casa, não sabia onde era ou de quem era, era como uma mansão.

— Alguém aqui? — chamei esperando alguma resposta. Comecei a vasculhar a casa, passei pela cozinha e pela sala.

"Acho que vou embora" pensei. Comecei a andar em direção a porta principal. Então gritos ecoaram pela casa. Gritos desesperados pedindo ajuda. Gritos de dor e sofrimento enchiam meus ouvidos. Comecei a andar pela casa procurando de onde vinha o som e achei uma porta de baixo de uma escadaria, tentei abrir a maçaneta e não consegui.

Os gritos ficaram mais altos. Gritos de crianças e adultos. Entrei em desespero, precisava abrir aquela porta. Comecei a dar socos e pontapés na porta, ela não sedia, peguei uma cadeira e joguei contra a porta e ela continuou intacta. Sentei no chão e comecei a chorar, os gritos cessaram e em um rangido, a porta se abriu. Me levantei enxugando as lágrimas e terminei de abrir a porta. Entrei no cômodo, era escuro, muito escuro. Olhava para os lados buscando as pessoas que gritavam, não tinha ninguém. A sala parecia ter pegado fogo, os poucos móveis de madeira que tinham restado estavam queimados. Comecei a ouvir choro de uma criança, olhei em volta da sala e vi um lençol branco estendido sobre algo.

Corri até ele e puxei o lençol para cima. Me espantei ao ver um corpo carbonizado de um homem abraçando uma criança de mais ou menos 7 anos de idade que ainda estava viva. Peguei ela no colo, era uma menina, tentei perguntar o que tinha acontecido, mas ela não me respondia, ficava olhando vagamente para o nada. Em seu pulso havia uma pulseira de Ouro, nela havia um nome, que tinha sido apagado pelo tempo. Mas a data de nascimento ainda era visível, dia 05/09/1998, o mesmo dia do meu aniversário.

*

— Leah — falava uma mulher — Leah querida, calma.

Me sentei imediatamente na cama e comecei a olhar para os lados desesperada. Percebi que eu não estava mais na casa, estava em um quarto branco vestindo um roupão de hospital.

— O que aconteceu? — perguntei me acalmando.

— Acho que você estava sonhando, começou a ter um ataque de pânico — falou senhora Mccall. Abaixei minha cabeça e comecei a relembrar dos acontecimentos, o Kanima, o carro capotado... Allison.

— Allison? — perguntei um tanto aflita.

— Allison está bem — falou Scott entrando no quarto — teve sorte de ter se machucado pouco, ela está até aqui para te ver.

— Pode chamar ela — falei — Eu realmente preciso conversar com ela sobre o que ela viu...

— Ela te viu transformada? — perguntou Scott.

— Scott — falou a Sra Mccall — Ela também é um lobisomem?

— Sim, mãe — respondeu ele.

— Sua mãe sabe de tudo? — perguntei para Scott.

— Sim.

— Digamos que eu tenho experiência com criaturas sobrenaturais — falou ela piscando um olho para mim — Vou chamar Allison.

— Sua mãe é uma caixinha de surpresas — falei para Scott — Ela é ótima.

— Ela é — disse Scott me abraçando e deixando um beijo nos meus cabelos — o que fez esse corte em seu abdômen? Perguntei a Allison ela disse que não sabia.

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