O Uivo

O vestiário masculino

Subi até o quarto já tirando minha jaqueta de couro, abri a porta e tomei um susto ao ver Isaac sentado na minha cama.

— Isaac? O que faz aqui? — perguntei colocando minha jaqueta no cabide.

— Não sei — ele disse me encarando com aqueles olhos azuis — Eu estava andando, e quando vi estava aqui no seu quarto.

— Bela desculpa para entrar — falei me sentando ao seu lado.

— Mas ai eu te vi chegando com Diego, não posso negar que fiquei decepcionado — ele lançou um sorriso amarelo.

— Desculpa por isso — falei.

— Não, sem problemas — ele falou — Não sei o que vim fazer aqui mesmo.

Ele se levantou e foi em direção a janela, por onde ele supostamente entrou.

— Ei, espera — eu disse agarrando o braço dele.

— O que? — ele perguntou.

— Você podia me contar tudo o que aconteceu entre nós — falei — Se não for pedir demais.

— Não é, eu te conto — ele disse voltando e se sentando.

— Como nos conhecemos?

— Malia te apresentou para nós, tinha te conhecido dentro do ônibus e virou sua amiga porque gostava do seu cheiro de lavanda — Isaac lembrou — Seus olhos cinzentos me chamaram atenção, parecia que eu estava mergulhando em uma tempestade.

— Inusitado.

— No mesmo dia Lydia estava desaparecida, e por pura ironia do destino você achou ela — ele contou — fomos para sua casa, eu tive mais uma oportunidade de te ver no mesmo dia e isso era mais do que sorte para mim. Ficamos a noite toda esperando Lydia acordar. Na manhã seguinte Lydia acordou e falou que tinha sentido a presença de uma morte no seu prédio.

— Lydia sente presença de morte? — perguntei.

— Sim, ela é uma banshee, agora me deixa continuar — ele pediu — Descemos até o porão para descobrir que o kanima, que depois descobrimos ser o Greenberg, estava aqui. Na luta você foi atingida e depois não conseguia mais se mexer, levamos você ao Dr. Deaton para ele te examinar, então ele disse que você iria morrer quando a toxina atingisse seu cérebro, a solução foi te transformar em lobisomem.

— Isso tudo na minha primeira semana aqui?

— Sim — ele disse sorrindo — Depois na sua primeira lua cheia, quando você arranhou Derek e jogou Scott na parede, viemos para seu prédio, ficamos juntos por um bom tempo.

— Juntos?

— Sim, literalmente juntos — ele respondeu — Você era tão doce e tão selvagem ao mesmo tempo, eu ficava tão feliz por ter você comigo, o cheiro da sua pele e...

— Calma, Isaac — pedi — eu já entendi o que estavam o fazendo nessa noite.

— Desculpa, mas é estranho você ficar desconfortável com os detalhes sendo que você estava lá comigo — ele disse rindo sem graça — acho que agora é hora de eu ir embora mesmo.

Ele se voltou novamente para direção da janela

— Isaac, eu quero saber mais — falei — será que pode me contar todo dia um pouco da minha história aqui?

— Claro — ele disse — todo dia 00:01 eu vou estar aqui.

— Por que um minuto depois de meia noite?

— Para dar tempo de eu subir pelo telhado — ele disse sorrindo — até mais.

— Até mais, Isaac.