Bem vinda a família

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Acordei às 10 horas da manhã. Fui obrigada a levantar para atender o celular que não parava de tocar.

— Alô? — perguntei meio bocejando.

— Estava dormindo até agora Leah? Não tem vergonha?

— Sinceramente Allison, não tenho um pingo de vergonha.

— Nosso pai quer que você venha almoçar com a gente — falou ela empolgada.

— Ehr mesmo? — falei ansiosa — tem certeza?

— Leah deixa de ser medrosa! — falou Allison — Nosso pai só querer te conhecer, quer que você volte para nossa família!

— Tá bom... — falei — Que horas?

— Meio dia — falou ela — vista algo bonito e comportado, ok?

— Como se eu não me vestisse comportada — falei sorrindo.

— Então... não vou discutir isso com você — disse Allison rindo. Desliguei o telefone e fui para o banheiro tomar banho, depois fui até meu armário, o abri e me afastei para visualizar as roupas.

"Uma roupa comportada " pensei. Olhei em volta, queria algo básico, então procurei pelas minhas roupas pretas e acabei achando um vestido preto que era bordado em cima com a parte de baixo lisa, as costas era recortadas, o vestido tinha o comprimento de 4 dedos acima do joelho, acho que isso era bem comportado. Me sentei na cama e calcei uma sapatilha também preta.

Me olhei no espelho.

"Acho que isso é digno de uma Argent" pensei "Vamos lá então".

Desci o elevador e fui até a rua para esperar o ônibus quando me dou de cara com o carro da Allison.

— Ei gata, quer uma carona? — perguntou ela rindo.

— Adoraria — respondi. Entrei no carro e seguimos em direção a casa.

— Bela roupa — falou Allison — Nosso pai vai adorar.

— Espero — falei ansiosa. Notei que já estávamos perto da reserva.

— Allison, acho que já passamos da sua casa — falei.

— É que você vai me ajudar a resolver um probleminha antes — falou ela.

— Tudo bem — respondi. Allison parou o carro na entrada da reserva, descemos e ela foi direto para o porta-malas.

— Não era só um probleminha? — perguntei — para que vamos precisar de armas?

— Leah, me promete uma coisa — falou Allison olhando para mim — Não se transforme, nem por um segundo deixe seus olhos brilharem.

— Prometo — assim que eu falei ela me estendeu uma adaga do cabo dourado com um "A" e a lâmina em prata.

— Essa adaga é sua agora — falou ela — Vamos.

Dessa vez eu não estava de bota para esconder a adaga, então decidi pegar um elástico de cabelo e coloca-la na minha perna e prender a adaga, assim a arma ficaria por baixo do meu vestido.

Andamos pela reserva e chegamos na mansão abandonada dos Hale, aquele lugar me dava calafrios.

— O problema é aqui? — perguntei.

— É sim — respondeu Allison — Está com medo?

— Não — disse sorrindo — Vamos.

Subimos os degraus até a varanda, abri a porta de vagar e entramos na sala principal.

— O que procuramos? — cochichei para Allison.

Ela não respondeu.

Olhei para Allison e tomei um susto quando percebi que tinha um cara alto com uma arma na cabeça dela colocando a mão na boca fazendo um gesto para que eu ficasse em silêncio. Olhei para Allison que soltava um som quase mudo que eu conseguia ouvir.

— Não se transforme — falou ela. Assenti com a cabeça

Logo em seguida outro cara apareceu e amarrou minhas mãos para trás e fez o mesmo com Allison. Eles nos guiarão até o carro deles que estava atrás da casa, colocaram um capuz na nossa cabeça e empurraram a gente pro porta-malas. Senti o carro se movimentar.

— Allison — chamei — minha adaga está presa na minha coxa.

— Eu não consigo te alcançar — falou ela. Tentava alcançar minha adaga até que o carro parou. Ouvi o porta-malas abrir e fui puxada para fora do carro. Ainda com o capuz na cabeça fui obrigada a andar, andei por pouco tempo até que me sentaram em uma cadeira.

— Me soltem! — gritei.

O capuz foi tirado e me vi em um cômodo cinza com uma escada, na parede dos fundos tinham uma prateleiras cheia de armas de fogo. Allison estava sentada na minha frente chorando.

— Eles vão nos matar — falou ela.

— Não vão — falei e senti meus olhos brilharem.

— Não Leah — falou ela — isso só vão piorar as coisas, use sua adaga para se soltar, eu uso a minha.

Enquanto eu tentava pegar a minha própria adaga Allison já cortava as cordas e em poucos minutos já estava liberta.

— Fique aqui, vou revistar lá em cima — falou Allison subindo as escadas correndo.

— Allison espera... — falei sem sucesso já que ela não me ouviu — você podia me soltar...

Depois de vinte minutos consegui colocar a adaga em minhas mãos e comecei a cerrar a corda. Por vários momentos pensei em me transformar e arrebentar aquelas cordas, mas além de Allison ter me pedido para não me transformar, os sequestradores perceberiam que as cordas estariam arrebentadas, e se um deles escapasse, o meu segredo poderia estar em jogo. Depois de uma hora e meia consegui cortar a corda que prendia o meu pulso direito, foram questões de minutos até eu livrar meu outro braço e minhas pernas das amarras. Allison ainda não tinha voltado, algo poderia ter acontecido a ela, comecei a me preocupar.

Decidi subir as escadas, posicionei a adaga acima do ombro para atacar mais rápido se precisasse. Abri a porta que rangeu e tomei um susto ao ver Allison sentada segurando um cronômetro.

— Uma hora e cinquenta e sete minutos — falou ela — nada mal.

— O que é isso? — perguntei.

— Foi seu teste Helena — falou um homem alto dos cabelos grisalhos e olhos azuis — Bem vinda a família Argent minha filha.

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