Ela esteve cegada pelas iridescentes cores cintilando em suas plumas de meia-noite. Ele era de longe o pássaro maior que ela já havia visto. Tinha as características predadoras de um falcão, o falcão... uma perigosa ave de rapina, mas era inclusive maior que a águia calva que tinha visto uma vez alojada em um zoológico. Seus olhos eram prata fundida, seu olhar cheio de escura promessa e uma inteligência que era desmentida por sua aparência bestial. Ele era poder e beleza em sua forma mais pura.
Cautelosamente respeitou ao pássaro ante ela, afugentando suas largas tranças de seu rosto. Ele estava sentado encarapitado sobre o pé de sua cama, tranqüilo e sereno. Via-se sob todos os conceitos como se esta fosse uma incidência comum para ele... como se ele voasse dentro de um bom número de dormitórios de adormecidas adolescentes na escuridão da noite.
- Como chegou aqui dentro menino? - sussurrou ela.
Ele olhou de volta para ela, um notável calor e fome entrando em seus olhos fundidos. Seu afiado bico de ave se abriu "Não esteja assustada, só está sonhando" ele pareceu lhe dizer.
Rayven aferrou a colcha até sua garganta. Sua sedosa voz era pura bruxaria... profunda e texturizada como o veludo. Ressonou obsessivamente não em voz alta no ar da noite, mas sim em sua mente.
- Espero que isto seja um sonho, - disse ela temerosamente, mais para si mesmo que para o gigantesco pássaro - ou se não realmente estou perdendo a cabeça. - seu cérebro de gênio rechaçava acreditar na existência de um pássaro telepático realmente vivendo mais à frente do nível de seus sonhos.
"Está sonhando, - sua voz chegou outra vez em sua mente - mas precisa despertar agora. Vêm por você."
- O que? Quem está vindo por mim?
"Nossos inimigos. Os teus e, por conseguinte meus. Tratam de te destruir. Mas estou aqui e te protegerei. Simplesmente faz como ordeno e desperta agora."
Rayven olhou ao redor do quarto iluminado pela lua, pela ameaça da luz e sombra.
- Homem este é um sonho vívido. Inclusive para mim.
O pássaro agitou suas asas ameaçadoramente, encrespando seu cabelo e a roupa de cama. Ele se equilibrou sobre ela velozmente desde sua cabeceira aos seus pés, e uma de suas agudas garras afiadas como folhas de barbear golpeou fora grosseiramente, deixando um sulco sangrado por baixo de seu braço. Gritando, ela se agitou violentamente por isso, tratando de escapar dos limites da cama. Por suas aterrorizadas ações, o pássaro imediatamente assentou sua massa outra vez a seus pés, olhando tranqüilo e natural, sem uma pluma desconjurada.
"Despertará agora" Sua voz ressonou em doces tons dentro de sua mente. Ela se sentiu obrigada a obedecer sua ordem de ferro apesar de seu medo.
- Desperta! - ele ordenou outra vez.
Rayven Smith ofegou acordada, disparando-se em posição vertical em sua cama. Ela jogou um olhar abaixo quando a dor rasgou através de seu braço. Ela se tinha arranhado em seu sonho. Não era estranho que o ataque do pássaro fosse tão real. Provavelmente tinha começado a rodar sobre uma coisa afiada em suas cobertas. Sempre estava encontrando cadernetas e lápis perdidos flutuando em sua cama depois de fazer seus deveres ali.
Fora, o vento noturno delicadamente acariciava sua gradeada janela. Ela pôde sentir uma mudança nesse vento. Algo perigoso estava ali fora, esperando por ela. Procurando-a. Sempre tinha sabido, sempre havia sentido quando seus caçadores estavam perto. Esta vez ela seria incapaz de esconder-se deles. Esta vez o preço por descuidar do seu destino bem poderia ser sua alma.
Alguns dias mais tarde o aroma acre da fumaça despertou a adolescente Rayven Smith de outro sonho do falcão negro. Enquanto emergia dos últimos retalhos adquiridos do sonho ela pôde ouvir os gritos de sua mãe adotiva abaixo do vestíbulo. Saltou de sua cama e se dirigiu à porta. Intuindo que o bracelete estava quente agarrou a base de sua camisola e o usou para agarrar o pomo e abrir sua porta.
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O Despertar de Rayven
Science FictionQuase trinta anos atrás, um bebê chegou à Terra, enviada das estrelas com as esperanças de muitos descansando sobre seus ombros. Ela era uma órfã só e ignorante de seu legado... De seu d...