Draco conduziu a Rayven abaixo pelos muitos caminhos serpenteantes da cidade nas púrpuras copas das árvores. As pessoas saíam de suas emplumadas lojas, que Draco chamava Bitos, para saudá-los. Era como se tivessem esperado toda a manhã com a esperança de encontrar-se com ela, e cada pessoa a saudava com entusiasmo e grande deferência. Em sua vida, Rayven só tinha encontrado a um grupo de pessoas que ela poderia recordar pelo nome, e esta era uma experiência nova para ela, encontrar tantos em umas poucas horas.
A pesar do medo que ela sentia pelas expectativas de seu povo, não poderia opor-se a sua natural inclinação a lhes ajudar de seu exílio forçado. Por toda parte que se voltava alguém tinha uma história triste de amigos e família perdida para compartilhar com ela. Um número surpreendente de pessoas que encontrou tinha lembranças para compartilhar com ela de seus pais soberanos, que tão régio e justo seu mando tinha sido, que tão amáveis e desinteressados eram para seus súditos, e quão alegremente tinham celebrado o nascimento de Rayven. Cada história tocou um lugar dentro do faminto coração de Rayven.
Embora parecesse que havia muitas pessoas que encontrar e saudar, ela não estava inconsciente do óbvio feito que tinham ficado tão poucos de seu tipo. Não poderia haver mais de duzentos a seu modo de pensar, e enquanto o número poderia parecer grande em sua mente, não era nada comparado à população que tinha havido antes do Grande Massacre. Isto o conhecia.
Conforme o dia transcorria, ela encontrou a alguns casais com meninos que começavam a andar e adolescentes. Ela não poderia recordar havê-los vistos no banquete, e assumiu que era pelo aberto emparelhamento entre seus pais. Os meninos eram cada um belo e único, com colorido tão vibrante como o de seus pais. Rayven sempre tinha amado aos meninos, mas nunca tinha tido a oportunidade de interactuar com eles antes. Esperava ter a oportunidade para retificar isso logo, com estes meninos.
- Procriamos como os humanos? - ela não pôde resistir a perguntar.
- O que quer dizer? Copulamos... Fodemos - ele sorriu, seus olhos cintilando enquanto ela se ruborizava -, sim fodemos.
- Isso não é completamente o que quis dizer. Quero dizer como damos a luz, esse tipo de coisa?
- Temos meninos como qualquer outro membro das espécies mamíferas. Você, como uma fêmea, tem um ventre no qual o feto se gesta de uma maneira segura. Seu confinamento ou sua gravidez dura aproximadamente treze meses, e passas ao menino de seu ventre ao mundo quando está preparado.
- Treze meses! Como podem agüentar as mulheres o transporte pelo excesso de peso por tanto tempo? Deve ser cansativo por não dizer mais.
Draco pareceu perplexo por um momento, logo Rayven sentiu um ligeiro roce de movimento em sua mente, como uma carícia cálida e imprecisa contra seu cérebro, e reconheceu instintivamente que ele lia seus pensamentos. Tratava de entender o que quis dizer ela por seus comentários. Repentinamente ele arrojou para trás sua cabeça e riu, um som melodioso que acariciou sua pele como uma luxuosa cortina de veludo escuro. Sua respiração se enganchou em sua garganta.
Draco enxugou as lágrimas de seus olhos enquanto sua risada se apaziguava em risadas profundas.
- Nossas mulheres não se aumentam com sua gravidez. Que absurdo! Quando estamos alojados dentro do ventre de nossa mãe, não somos ainda seres físicos, assim é que não tomamos muito espaço. Somos mais espirituais... como pelotas diminutas de luz. Quando nos geramos não usamos o tempo para crescer fisicamente, a não ser mental e psiquicamente. Tomamos muito poder de nossa mãe, o qual debilita sua Consciência, e por este poder extraído por sifão nos voltamos o suficientemente fortes para os rigores do nascimento.
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O Despertar de Rayven
Science FictionQuase trinta anos atrás, um bebê chegou à Terra, enviada das estrelas com as esperanças de muitos descansando sobre seus ombros. Ela era uma órfã só e ignorante de seu legado... De seu d...