Capítulo 11

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Rayven deixou o pasmo das palavras do Draco fazer fluxo sobre e através dela. Aqui estava ela sentada, finalmente entre espíritos afins, pessoas que tinham os mesmos poderes estranhos como ela, e esperavam que ela os dirigisse?

– Não sou o suficiente capitalista para lhes dirigir, e não saberia como me ocupar disso até se fosse – disse ela, ignorando os ofegos alarmados da gente ao redor dela.

– Não te posso explicar que tipo de poderes extrasensoriais tenho. Apenas inclusive os posso controlar a vontade. Deve estar equivocado Draco, possivelmente não te possa ajudar empreender a guerra contra um exército... – Rayven tropeçou no silêncio, seu coração correndo pelo medo sobre o mero pensamento de ser responsável pelas vidas desta gente.

Um homem musculoso com comprido cabelo até a cintura azul negro se apoiou mais perto a seu lado.

– Alteza, é verdade que não está treinada, mas todos nós podemos sentir sua grande força. Ajudaremo-lhes a conectar com seus dons adormecidos, ensinaremo-lhes a controlá-los. Esqueça-se de seus medos, e confie em nós para guiá-la. Maturara em uma grande líder. Assim o vislumbrei.

Rayven cravou o olhar em seus hipnóticos olhos. Sua íris era da cor de rubis vermelho de sangue, bordeados na obsidiana mais negra. Seus olhos lhe deveriam ter feito parecer-se com um monstro de um conto de fadas, mas em lugar disso lhe faziam mostrar-se exótico, etéreo, e belo. Ele encontrou seu sereno olhar fixo, algo ao que ela estava muito pouco acostumada de alguém além do Draco, tendo vivido sua vida entre humanos normais que estavam geralmente, instintivamente assustados por encontrar seu olhar fixo.

Sem saber por que, Rayven se sentiu compelida a explorar mais profundamente em seu enjoiado olhar. Ela se sentiu como se estivesse afogando-se nas profundidades de cor de rubi de seus olhos, não poderia apartar-se a si mesmo do desejo de perder-se dentro deles. Todo mundo ao redor dela se desvaneceu no fundo, e seus arredores se camuflaram em uma neblina de cor rubi. As imagens começaram a assaltar a sua mente com força imparavel. As cenas eram lembranças profundamente dentro de sua mente que ela, em alguma forma mágica, estava agora presenciando.

Ela viu imagens de pessoas em seu passado, de tempos mais felizes antes da Grande Massacre de suas pessoas. Ela viu imagens das mulheres que ele tinha amado, dos amigos que ele perdeu, de sua grande família... todos eles estavam agora mortos. Ela viu a carga que lhe produzia seu grande presente precognitivo, e como ele se culpou a si mesmo por não ter previsto a destruição de sua gente a tempo de salvá-los.

Logo viu uma imagem dele estando de pé sobre um grande precipício olhando para um árido páramo de cinza e fumaça, seu cabelo uma cortina ondeante de escuridão no vento assobiando. Foi uma olhada de seu mundo-lar do Nye compridos anos depois da guerra que o tinha dizimado. Era um planeta morto agora, onde as cicatrizes psíquicas deixadas como conseqüência de uma onda inimaginável de destruição corriam profundas e feias, para nunca curar-se.

Viu-lhe levantar o resplandecente metal de uma espada ante seus olhos, seus dedos correndo respeitosamente sobre cinco ocos cavernosos em seu punho. Via-se como se as diminutas gemas tivessem sido tiradas a força de seu lugar de descanso com torpe desrespeito. Ela podia dizer do gesto aflito em seu rosto e as emoções negativas que ela sentiu lavando através dele, que as gemas faltantes tinham sido tiradas contra sua vontade, e que tinham significado muito para ele. Esteve zangada de sua parte que qualquer se atreveria a roubar entesouradas relíquias familiares de sua arma sem fazer caso de seus desejos.

Ele se tinha oculto fora de Hostis, sem a permissão de seu líder, para encontrar esta espada familiar. Esta informação se revelou para ela em um profundo sussurro dentro da mente dele. Ele se tinha arriscado muito para retornar e recuperar a espada, uma grande relíquia familiar com poderes místicos e muito valor sentimental para ele. Tinha-a encontrado depois de intermináveis dias de busca em meio dos escombros de sua casa uma vez grande, mas as pedras sagradas que tinham descansado por gerações em seu punho se foram. Os membros saqueadores do Exército da Comunidade Galáctico lhes tinham tomado por algum propósito demoníaco e escuro.

Como se sentindo sua presença dentro de suas lembranças, o homem com os olhos de rubi violentamente a empurrou de sua mente, devolvendo-a dentro de seu próprio corpo com uma sacudida próxima à dor. Piscando a ele cegamente, Rayven impotentemente estendeu uma mão até ele. Sua angustiada empatia estava gravada claramente em seu semblante enquanto ela tratava de lhe confortar, só para que ele se afastará um pouco. Seu rechaço de seu toque comprimiu um punho ao redor de seu coração, e ela retrocedeu sua mão com um vulto em sua garganta.

– Não pretendia... – começou ela, querendo desculpar-se por invadir seus pensamentos privados, mas ele a cortou com uma enérgica cabeçada.

"Não importa, alteza, posso ver que não sabia o que fazia." Os olhos de Rayven se ampliaram enquanto ela ouvia sua voz claramente em sua mente. Olhando ao redor dela, pôde dizer que ninguém mais tinha ouvido suas palavras e que ele o tinha pretendido desse modo. "Por favor, não revele meu segredo. Sei que não deveria haver aventurado a Nye sem permissão, mas quis recuperar a Blazesword de meus antepassados. Esteve mal de minha parte fazer isto, sei, mas fui débil e cedi a meus egoístas desejos."

Rayven inclinou a cabeça ligeiramente para lhe deixar saber que o entendia, seus olhos lhe perdoando seu anterior rechaço. Ela podia entender sua necessidade por algum retalho de sua família e seu passado. Ela tinha estado ali para ver sua reação ao saque de sua espada ancestral, e ela soube que ele tinha pagado por seu engano de bom julgamento de deixar Hostis sem permissão. Ele tinha suportado muito.

Rayven se sacudiu quando Draco colocou sua mão em seu ombro confortantemente. Tinha-lhe lido ele os pensamentos enquanto ela tinha estado na memória do outro homem? Tinha visto ele o que ela tinha visto? Ela esperava que não, pois ela sabia que Draco teria estado mais aborrecido com o homem por desobedecer a óbvia regra que ninguém deixasse seu novo planeta. Ela tinha o pressentimento que seu desgosto era algo que devia ser evitado a todo custo. Ele parecia um inimigo muito perigoso para lhe desejar a alguém, sem importar seus pecados.

– Não deixe a Onca te assustar com suas palavras, pequena – disse Draco. – Todos nós ajudaremos a te guiar no caminho para descobrir sua oculta consciência, e embora a viagem será longa e difícil eu tenho toda a fé que excederá de longe nossas expectativas de você.

Rayven olhou a Onca, e logo a todos os outros espectadores rodeando a grande mesa de pedra. Sentiu-se afundar-se ao considerar que cada pessoa aqui tinha sofrido tanto como ela o tinha feito as três décadas passadas, se não mais. Todos tinham perdido família, amigos, e a seus amores. Eles tinham visto a destruição de todo seu planeta, e tinham sido obrigados a fugir em segredo a um mundo alheio a fim de sobreviver a cruel matança de sua raça. Como podia ela lhes negar sua última esperança de liberdade e sobrevivência? Como podia em boa consciência dar um golpe tão cruel a um grupo tão orgulhoso e nobre de pessoas?

– Conta-me tudo – disse ela, e sentiu os braços do destino encerrá-la em seu imparavel abraço.


O Despertar de RayvenOnde histórias criam vida. Descubra agora