Essa noite Rayven jazia em sua cama de plumas e pensava em todas as coisas que tinha aprendido a respeito das pedras Chama de suas pessoas esse dia. Seu coração doía com o conhecimento que as pedras de alma de seus pais podiam estar nesse quarto escurecido na fortaleza do General. Ela não podia agüentar a idéia que tinha tido a oportunidade de agarrar o saco de pedras e não o tinha feito. Ela se perguntou de quem seria a alma que ocupava a pedra Chama que escondia em seu tronco de roupa, e fugiu do pensamento que podia havê-la perdido para sempre em sua amalucada fuga do General e seus homens.
Ela apenas se moveu para recuperar a pedra Chama de seu tronco quando houve uma perturbação fora do Bito. Alguém tinha chegado para uma visita.
– Adiante – gritou ela.
A cabeça do Draco apareceu pela abertura de sua loja.
– Alteza, posso falar contigo? – perguntou ele, sua voz inusualmente diferente e vacilante.
– Claro, entra.
Draco se localizou ao pé de sua cama de plumas no chão de escura madeira de seu Bito. Embora Rayven se acostumou à pequenez de sua morada, ela se sobressalto por quanto menor agora parecia ser com o Draco dentro.
– O que está mau? – perguntou ela, sua voz suave, como se compartilhassem um segredo.
Draco olhou a Rayven por um comprido momento antes que ele suspirasse e respondesse.
– É infeliz entre nós?
– O que quer dizer? Pareci-te infeliz?
Draco cansadamente se apoiou contra a parede de madeira coberta de pluma de seu Bito, seu cabelo cor hematita se via quase púrpura na luz refletida das folhas cobertas de plumas da árvore Neffan. Seus fascinantes olhos chapeados se fecharam sob uma grosa cortina de pestanas negras e ele esteve em silencio por um momento.
Finalmente ele falou, sua voz rica e grosa fechando-se sobre ela como a manta negra de uma noite sem estrelas.
– Não posso suportar a idéia que você não é feliz por estar aqui entre nós. Sei que sofreste muito em sua jovem vida, e não quero saber que sofre mais porque te trouxe aqui.
– Você me trouxe aqui? – perguntou ela, pensando no falcão negro e seu recém descoberto conhecimento que Draco e seu falcão eram o mesmo.
O chapeado olhar do Draco se encontrou com o seu dourado, e uma fissão de consciência subiu rapidamente por sua coluna vertebral. Ele estava tão belo sentado ali na penumbra púrpura de seu Bito, seus rasgos tão dolorosamente perfeitos e delimitados que sem seus grandes músculos e seu largo peito ele poderia parecer quase andrógino. Quase.
– O que diria se admito ser a única causa para sua presença aqui? Odiaria-me ou...?
O coração de Rayven se constrangeu sob seu sedutor olhar chapeado. Ela quis estender a mão e lhe tocar, para oferecer qualquer consolo que ele aceitasse dela... algo para tirar essa matiz de pesar de seus olhos. Mas lhe dava medo o que ocorreria a ambos se o fazia.
– Nunca poderia te odiar Draco, nunca por isso – murmurou ela, suas palavras enrouquecidas.
– Não me odiava ontem quando me atacou?
Rayven não pôde controlar a risada pequena que rompeu dela por seu tom quase ressentido.
– Não, não te odiei, eu estava simplesmente zangada. Há uma grande diferencia.
– Então sim admito que sou a razão pela que está aqui. Você não entende o que digo, mas é a verdade.
– Sei o que quer dizer, Draco. Foste peralta por não me dizer sua inclinação secreta por jogar aos disfarces na véspera de Todos os Santos.
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O Despertar de Rayven
Science FictionQuase trinta anos atrás, um bebê chegou à Terra, enviada das estrelas com as esperanças de muitos descansando sobre seus ombros. Ela era uma órfã só e ignorante de seu legado... De seu d...