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- O quê? - Eu acordei assustada. - Cara, o que é isso? - Ainda ouvia as batidas na parede.
Eram altas, 2h45 da manhã, o relógio na minha estante marcava. Qual filha da puta, estaria fazendo um barulhão desses essa hora da noite. Me levantei ainda sonolenta e fiquei atenta pra ver da onde vinha, fui caminhando pra fora do meu quarto.
Fiquei estática no meu corredor, atenta a mais uma das batidas. Ouvi a primeira e dei um passo até a cozinha, na segunda eu percebi que não vinha de lá. Elas tinham o intervalos de 2 a 3 segundos, eu continuei atenta e agora andando na direção certa, terceira, quarta, quinta! Vinha do quarto... da minha mãe? Olhei de rabo de olho pra baixo, e a luz estava acesa, encostei o olho na fechadura.
MÃEEEEEEEEE? PEGUEI!
Eu não conseguia enxergar direito, por um instante quis enfiar a o olho todo na fechadura. Aquilo era um milagre. Minha mãe transando com um gay! Uma mulher tinha feito um gay virar hétero ou sei lá.. Foi incrível, é tipo ver um OVNI, você sabe que viu, mas ninguém acredita em você! Na real me deu vontade foi de filmar tudo aquilo, mas era a minha mãe. DROGA! Não vou mentir que eu estava com muita vontade de ficar observando, mas era escroto ver a minha mãe transando, credo. Eu tinha saído dali.
Depois de eu cair na risada por uns 40 minutos ou mais eu voltei ao quarto ainda fraca e com a barriga doendo por conta das gargalhadas. Mas ouvi um estrondo mais forte que me fez levantar novamente e dessa vez até a minha mãe saiu pra fora do quarto. Aliás ,apenas a cabeça. No fundo eu pude ver Alejandro se vestindo, quis rir mas me mantive séria e fui até a janela ver o que tinha acontecido.
- Não, por favor não!- Uma mulher lá fora gritava .
Logo todos os moradores do meu condomínio tinham as cabecinhas curiosas para fora, e olhavam a cena atentamente. Atrás da mulher havia um C3 preto, o que me deixou desconfiada.. Tentei forçar o olhar ao máximo mais não reconhecia a mulher Não podia enxerga-la direito, ela estava contra a luz da rua e ficava dificílimo caracteriza-la com muitos detalhes. O C3 estava enfiado no poste de luz, a mulher lá embaixo gritava para o homem que estava próximo do carro, com um pedaço de madeira nas mãos. Foi rápido, os vizinhos mais corajosos apareceram assim que puderam para conter o homem, que ameaçava quebrar o vidro do carro e também bater na moça. FOI A ATRAÇÃO DA NOITE!
Eu desci! Não era corajosa, mas curiosa! Ainda estava de pijama, o que fez os garotos do apartamento 59 assobiarem e me chamar de gostosa lá do 9º andar. Continuei andando e reconheci Cristina.
- Cristina? - Eu disse assustada.
- Oi Sabrina. - Ela tinha os olhos borrados, sempre borrados. Tava mais que na hora dela comprar um delineador e um rímel bons!
- Vamos, eu te acolho em casa.- Falei tentando ser educada.
- Não, melhor não. Amanhã conversamos, ok? Me ligue, ainda tem meu cartão?
- Tenho sim..- Ela parecia atordoada. - Não quer mesmo entrar? - Eu disse.

Me coma com carinho - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora