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Ele tinha um ar de homem bem sucedido e decidido também, cheiroso e bem vestido. Os cabelos tinham um tom de grisalho, mas não me repugnava e sim me chamava a atenção. O tom de pele bronzeado e os olhos claros, que mesclavam um tom de castanho e verde musgo. Ele me deu um sorriso amigo quando entrei, além disso não conversamos mais nada. Teríamos tempo, certamente.
Passei a andar pro elevador, com a cabeça pesando, com medo de encontrar um dos dois, mas ainda assim eu sabia que teria que encarar os fatos e não dava mais pra adiar. Provavelmente Diego já sabia o que tinha acontecido entre mim e Diogo e eu não tinha uma explicação lógica, muito menos aceitável pro que eu tinha feito.
Quando cheguei no meu andar, ouvi musica no apartamento ao lado, vozes, gritos de alegria. Diego já estaria comemorando. Claro, ele não tinha culpa de nada e supostamente não sentiria remorso de nenhum ato cometido daqui pra frente. Era meio óbvio que ele estava com outras garotas, eu só teria plena certeza quando eu entrasse no meu quarto e pudesse ouvir os gemidos, as batidas e os gritos. Previamente, eu estava relaxada.
Na minha porta havia bilhetes amarelos, aqueles que a gente cola no computador com lembretes, papeis diversos, todos jogados no meu tapete laranja de "bem vindo".
Os bilhetes não eram lá muito interessantes e eu já sabia de quem eram. Tinham inúmeros xingamentos, indo de PUTA a BISCATE. Ah enfim, que droga! Não queria que isto tivesse acontecido, não assim. Eu ia contar... um dia.
Entrei no meu apto, segurando o choro, contendo a minha angústia. Eu realmente gostava do Diego! E agora mais que nunca eu sabia disso, sabia que não era apenas excesso de luxuria, sabia que não era só um sexo gostoso a mais na minha vida, sabia que não era ódio. Agora eu sabia que era amor.
Por mais que eu tentasse me controlar, eu não conseguia parar de chorar um segundo. Esmurrei o sofá até minhas mãos ficarem vermelhas, me descontrolei, pulei, gritei, esperneei. Fiz o que meu coração mandou.
Toda a minha explosão me deixou suada e com mais calor que o natural, tomei um banho e depois fui para o quarto onde eu tentei me controlar ao máximo. Gemidos, batidas e gritos já eram escutados novamente do quarto ao lado, agora eu tinha certeza.
Para afastar o barulho eu liguei meu som no último, deixando pra lá qualquer tipo de pensamento, qualquer barulho, qualquer coisa no mundo.
Naquele dia eu nem fiz muita coisa.
Depois de eu querer matar o Diego, fiquei esperando a minha mãe chegar do trabalho. Naquele dia eu nem liguei pra Tina, nem pra nenhuma das meninas, tirando a minha desconfiança em Tina, nunca tinha visto aquele tom de voz sórdido nela.
Já eram 16:00, a orgia ainda rolava no apartamento ao lado. É ELES NÃO CANSAVAM NUNCA! Eu estava deitada no meu sofá, assistindo um programa besta quando a minha campainha tocou.

Me coma com carinho - PARTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora